sábado, abril 17, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

OceanAir vai investir US$ 200 milhões
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 17/04/10

O investimento que a OceanAir está prestes a anunciar ao mercado é estimado em US$ 200 milhões, só para este ano.
José Efromovich, presidente da empresa, e Renato Pascowitch, diretor-executivo, planejam comunicar, dia 26, um grande projeto de renovação de marca, malha aérea e frota.
O primeiro Airbus da companhia já está no Brasil e começa a operar no dia 27. A segunda aeronave do modelo vai chegar em maio. Outras duas devem vir ao longo deste ano.
O investimento na renovação da frota é promessa antiga de German Efromovich, dono da empresa, que desde que começou a operar só voa com velhos jatos modelo Fokker.
A malha será ampliada, aproveitando o reforço que a empresa obteve no último leilão de vagas para pouso e decolagem no Aeroporto de Congonhas. A OceanAir tinha 132 slots e ganhou mais 38, alta de oferta de quase 30%. A companhia pretende aumentar frequências em rotas já existentes, especialmente na ponte aérea aos finais de semana.
A empresa deve ainda anunciar que será rebatizada com o nome da companhia colombiana Avianca, também controlada por Efromovich. A mudança do nome estava prevista para o início deste ano, mas, com a fusão da Avianca com a companhia aérea Taca, de El Salvador, a Avianca deixou de ser controlada em mais de 80% por um brasileiro.
Foi preciso fazer um novo rearranjo societário para enquadrar a Avianca na legislação brasileira, permitindo que ela controle a OceanAir. A empresa detém 2,4% de participação no mercado doméstico, segundo o ranking de março da Anac.
Harley-Davidson é alvo de disputa no Brasil
A distribuição da grife de motocicletas americana Harley-Davidson no Brasil se tornou alvo de uma disputa judicial que contrapôs, de um lado, a dona da marca Harley-Davidson e, de outro, seu revendedor nacional, o Grupo Izzo, por meio da empresa HDSP.
O contrato vigente hoje, que garante ao Grupo Izzo a venda exclusiva dos produtos da marca no Brasil, é válido até 2015, mas as duas empresas vinham desde 2009 em negociação para antecipar o término da parceria para 2012, com a entrada de novas concessionárias.
"A Harley-Davidson quer isso agora porque a operação no Brasil cresceu. Estão vendo potencial de mercado. E fomos nós quem criamos esse mercado ao longo dos anos. Estávamos negociando quando resolveram entrar na Justiça", diz Carlos Byron, do Izzo.
Segundo ele, o mercado dos EUA sofreu na crise e o do Brasil cresceu. "Aqui são vendidas 5.000 motos por ano. Nos últimos 15 dias, vendemos R$ 2 milhões só de roupas da marca."
As motos mais vendidas no país custam cerca de R$ 45 mil. A mais cara custa R$ 72 mil.
"A negociação amigável terminou quando descobrimos que a HDSP vinha inadimplindo o contrato em diversas frentes", diz Celso Xavier, sócio do Demarest e Almeida, que defende a Harley.
As reclamações da Harley contra o Izzo incluíam má prestação de serviço ao consumidor, quebra de exclusividade de vendas da grife -o Izzo comercializava outras marcas de motos- e modelo de financiamento irregular que estaria atrasando a entrega dos produtos.
Em março, a Harley obteve liminar na Justiça para cessar a representação da HDSP, mas a liminar foi suspensa temporariamente em seguida.
Nesta semana, a Harley apresentou ao juiz um pedido de reconsideração para que volte a vigorar a liminar. O grupo Izzo nega as irregularidades.
MIGRAÇÃO DIGITAL

A Microcamp, rede de escolas de informática e idiomas, está retomando o mercado externo. Em janeiro, a empresa abriu uma unidade em Pompano Beach, na Flórida (EUA). "Descobrimos que não existiam cursos livres de informática nos EUA", afirma Eloy Tuffi, presidente da Microcamp. A maior procura está sendo de estrangeiros por cursos de inglês. "Já percebemos que está dando certo, e estudamos a abertura de uma segunda unidade", diz Tuffi. Nos anos 90, a empresa chegou a ter escolas em Portugal, Espanha e Argentina, mas, devido a dificuldades, foram fechadas. No Brasil, hoje existem 150 escolas, com mais de 120 mil alunos. Até o final deste ano, a previsão é abrir mais 50 unidades. "Quero popularizar o curso de TI no Brasil", diz ele. Na rede, a mensalidade desse curso é de R$ 180. O atendimento da escola é focado em jovens das classes C e D. "A maioria dos alunos começa o curso sem conhecer um computador", diz ele.
MARCHA LENTA

As operações de leasing estão em queda neste ano. O saldo da carteira caiu 2% em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2009, para R$ 109,6 bilhões, segundo a Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing). Os novos negócios tiveram queda de 31,5% em fevereiro, com volume de R$ 2,5 bilhões. Com a redução do IOF de veículos, a vantagem competitiva que o leasing tinha sobre o CDC deixou de existir. Para Osmar Roncolato Pinho, presidente da Abel, o crescimento da economia vai impulsionar as operações de leasing. "Vamos continuar crescendo, mas em patamares menores", diz ele. Para este ano, a Abel estima expansão de 20% no leasing.
SAÚDE
Os planos coletivos empresariais, oferecidos pelas empresas aos funcionários, que representam 56% do total de planos de saúde no Brasil, apresentaram crescimento de 6,3% em 2009, sendo 3% apenas no último trimestre. Os dados são de levantamento do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar). Trata-se de uma das maiores taxas trimestrais já registradas.
CAPITAL DE GIRO
Cerca de 80 fornecedoras da Petrobras participam de evento sobre acesso a linhas de capital de giro a taxas reduzidas, dia 20, na Abinee, em SP. Executivos do Prominp, da Petrobras e do Silverado Asset Managment falam das condições de operação dos fundos de investimento em direitos creditórios, que aceitam contratos com a Petrobras como garantia.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

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