segunda-feira, março 08, 2010

ROBERTO ZENTGRAF


Olha o ciúme...
O Globo - 08/03/2010

A notícia que me fez ligar o alerta foi sobre a inflação, que em fevereiro bateu 1,18%, quando medida pelo IGP-M: já se fala em aumento de juros.

Refletindo sobre isso, pensei em uma coluna com um viés mais feminino, e não devido ao gênero da palavra (a inflação), mas sim porque hoje se comemora o Dia Internacional da Mulher: parabéns! E, atenção leitores homens, sem ciúmes, por favor, mas convenhamos: elas ainda são maioria nos supermercados, investem de forma mais conservadora e, queiramos nós ou não, são mais previdentes, ao colocar o lar e a segurança familiar acima de tudo. Acompanhem as dicas!

1. A conta do supermercado vai subir? Sem dúvida e, mesmo que o aumento de preços não impeça nossa alimentação, é razoável olharmos as ofertas, substituindo marcas ou produtos, eliminando os mais financeiramente indigestos ou até mesmo compensando o acrés cimo nesta conta (alimentação) com a diminuição de algum outro item na lista de consumo. Mulheres atentas (e homens também!) que gastem R$ 500 nas compras, por exemplo, não se importarão em trocar os 2% de acréscimo na conta do supermercado — algo próximo de R$ 10 — por uma diária no estacionamento, indo de metrô para o trabalho em um único dia, não é mesmo?

2. O que fazer com as dívidas? Era o que faltava para bancos e administradoras de cartão justificarem a subida das taxas de juros que cobram pelo dinheiro de plástico ou pelos cheques especiais, empréstimos que têm características emergenciais.

Mulheres previdentes (e homens também!) precisarão controlar mais as suas despesas se não quiserem entrar no vermelho dos cheques ou no rotativo dos cartões, que ficarão mais caros. Também não poderá haver descuido nas datas de vencimento ou na contratação de novas dívidas, principalmente as pós-fixadas, pois, com taxas possivelmente crescentes, o acréscimo será pago pelo devedor.

3. E a renda fixa, como fica? Com uma inflação de 1,18%, não serão os 0,5% da poupança, nem tampouco os 0,6% a 0,7% pagos pelas demais alternativas (CDB e fundos em geral) que irão conseguir proteger os investimentos da corrosão inflacionária.

Mas cabem aqui dois alertas: (a) a inflação verificada em fevereiro não deverá se manter neste patamar, até mesmo porque o governo, atento, já prometeu o combate; (b) mesmo considerando o Imposto de Renda e a corretagem, a opção de compra dos títulos federais diretamente do Tesouro Nacional (por meio do Tesouro Direto) oferece excelentes rentabilidades.

Por exemplo, em fevereiro, houve títulos que chegaram a pagar 2,86% em termos brutos (sem descontar corretagem e IR). Mulheres curiosas (e homens também!) no mínimo já passearam no site do Tesouro Direto...

4. E a renda variável? As perspectivas de crescimento continuam otimistas, justificando assim algum investimento na Bolsa, principalmente em setores com maiores chances de aproveitar a onda, a Copa e os Jogos Olímpicos. Mas achar que a Bolsa sobe apenas porque a renda fixa rende pouco é ser muito ingênuo. Mulheres bem informadas (e homens também!) diversificam parte do seu patrimônio — a parte não comprometida com despesas, presentes ou futuras — em ações por meio dos home brokers, fundos ou clubes de investimento.

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