sexta-feira, março 12, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

PIB da construção está errado, diz setor 


Folha de S.Paulo - 12/03/2010


Uma pequena rebelião sacudiu a construção civil ontem. O setor não aceita a queda de 6,3% no PIB da construção civil, anunciada pelo IBGE.
"A metodologia do instituto está errada. Nunca isso ficou tão claro como agora", reagiu Paulo Simões, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
A preocupação do setor é que indicadores equivocados gerem efeitos negativos em decisões de investimento.
Ontem mesmo o conjunto da construção civil brasileira anunciou que pedirá a abertura de uma discussão entre técnicos do IBGE, do governo e do setor para a revisão da metodologia. "Queremos uma discussão com o IBGE. Se o equívoco for nosso, assumimos. Mas tenho absoluta certeza de que estamos certos e queremos a revisão", disse Simões.
O problema, segundo o setor, está nos indicadores usados para o cálculo. Na primeira versão do índice, o IBGE considera a evolução da produção de material de construção, que, de fato, caiu em 2009. "A questão está aí. O IBGE não considera o valor agregado gerado pela cadeia da construção, que, no limite, não é formada só pela produção do material de construção."
Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), houve crédito e geração de emprego recorde. "Já sabíamos da falha na metodologia, mas esse dado anunciado ontem é um equívoco enorme. A situação agora ficou gritante", disse Conz. A expectativa era de crescimento de 6% e não de queda.
O IBGE refutou a afirmação de que utilize metodologia equivocada. Segundo Cláudia Dionísio, economista de contas nacionais do instituto, o cálculo considerou os dados de produção dos insumos utilizados na construção e esse indicador demonstrou queda em 2009.
Os dados poderão, segundo Dionísio, ser revisados no fim de 2011 com a incorporação de indicadores mais completos, mas "não irão transformar números negativos em positivos".

EXPORTAÇÃO

A Aon Affinity, braço de seguros massificados da corretora Aon Corp, deve desenvolver em breve um novo modelo de atuação. A ideia é que a companhia deixe de agir como uma corretora de seguros massificados e se torne uma consultoria estratégica para empresas que queiram vender produtos para grandes públicos. O projeto, que tem a liderança de José Carlos Macedo, presidente da Aon Affinity para a América Latina, começa pelo Brasil e depois será espalhado pela região. Em seguida, o trabalho poderá ser exportado para Europa e Ásia, segundo Macedo.
 

INVESTIGAÇÃO 1
O Procon-SP investiga quatro casos de supostos defeitos em veículos que poderiam justificar convocação de recall compulsório, como ocorreu com o Fiat Stilo. Algumas das apurações são conduzidas com o Grupo de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo.
 

INVESTIGAÇÃO 2
Segundo o Procon-SP, os órgãos de defesa do consumidor têm investigado tanto as convocações feitas pelas montadoras no exterior de veículos também comercializados no Brasil como casos em que diversos consumidores relataram o mesmo problema num modelo.
 

TIJOLO COM TIJOLO
O varejo do setor de material de construção cresceu 4,9% em fevereiro ante janeiro, segundo levantamento da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), entidade que representa as 138 mil lojas de material de construção no país.

RESULTADO
A CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) divulga hoje o fechamento do ano fiscal de 2009 com estabilidade nas operações. O lucro líquido foi de R$ 828 milhões. A receita operacional bruta, de R$ 1,9 bilhão -alta de 5,7% ante 2008.
 

Net encosta na Telefônica em reclamações
Depois de ultrapassar a Telefônica em assinantes de internet de banda larga, a Net empatou com a operadora espanhola em número de reclamações em São Paulo, que concentra praticamente metade do tráfego da internet no país.
Entre fevereiro de 2009 e janeiro deste ano, a Net viu praticamente dobrar o volume de queixas no Estado, atingindo o pico de 578 mil. No mesmo período, a Telefônica, sua concorrente direta, teve queda de 71%, com 593 reclamações.
De acordo com os dados enviados pelo Procon-SP ao Ministério da Justiça, boa parte das queixas contra a Net se deve a interrupções do Virtua, o serviço de acesso à internet, e à redução das velocidades de conexão.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) acompanha a evolução das reclamações contra a Net. A preocupação é que a operadora possa vir a ter problema como o da Telefônica.
Em 2009, a companhia espanhola foi punida pela Anatel com a proibição de venda do Speedy, cujas falhas sucessivas culminaram com um apagão em São Paulo que deixou 2,5 milhões de clientes sem internet.
Entre 22 de junho e 26 de agosto, a Telefônica deixou de vender o Speedy, sendo obrigada a fazer investimentos na rede e comprovar sua estabilidade para a Anatel.
Naquele período, a Net tomou cerca de 180 mil clientes da Telefônica em internet e ultrapassou a concorrente. Hoje, ela tem 2,9 milhões de assinantes, ante 2,6 milhões da Telefônica.
 

OTIMISMO CHINÊS

Cerca de 30 chineses da Wisco estão no Rio para elaborar projetos de viabililidade para a siderúrgica que será erguida em parceria com a MMX, do grupo EBX, de Eike Batista. O estudo de viabilidade da usina que ficará em São João da Barra, no norte fluminense, deverá ficar pronto até o final deste mês. A expectativa dos executivos é que a siderúrgica comece a produzir aço em três anos, prazo considerado por analistas como muito otimista. O custo da planta, que será a primeira siderúrgica de companhia chinesa fora da China, é estimado em cerca de R$ 9 bilhões, segundo a empresa. A siderúrgica deverá produzir 5 milhões de toneladas ao ano. Hoje a produção do Brasil é de 34 milhões de toneladas.
 

ALÍVIO NA BOMBA

O preço do álcool combustível está em trajetória de desaceleração na cidade de São Paulo. Segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a queda do litro do combustível foi de 3,13% na primeira semana deste mês na comparação com igual período de fevereiro. No acumulado dos últimos 30 dias, a retração nos preços praticados pelos postos de combustíveis é de 0,96% -a primeira queda neste ano, segundo o IPC. Esse recuo volta a colocar o álcool em vantagem sobre a gasolina.

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