segunda-feira, fevereiro 15, 2010

PAINEL DA FOLHA

Última que morre

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/02/10

Embora Lula mande informar à praça que Henrique Meirelles, como o restante da equipe econômica, ficará onde está até o final do governo, nem o Planalto nem o presidente do Banco Central desistiram da ideia de transformá-lo em companheiro de chapa de Dilma Rousseff. Os interessados reconhecem que, se a escolha tivesse de ser feita hoje, tal desfecho seria inviável, dada a rejeição do PMDB a entregar esse posto a um recém-chegado. Mas, como resta tempo pela frente e Dilma cresce nas pesquisas, há quem aposte que o governo estará em situação de força para convencer o PMDB a aceitar compensações em troca de garantir à petista um vice do tipo sossega-mercado.




Dote. No esforço para evitar que José Fogaça (PMDB) ofereça palanque a José Serra (PSDB), Lula e Dilma acenam ao prefeito de Porto Alegre com a possibilidade de apoio do PC do B e do PTB. Como Fogaça já tem o PDT, o PT teme ficar isolado. Não seria novidade no Rio Grande do Sul.

Impublicável. Mas e Tarso Genro, candidato petista ao governo gaúcho? Bem, depois da entrevista em que ele atribui a escolha de Dilma ao "vazio" no partido pós-mensalão, o círculo palaciano passou a chamá-lo dos piores nomes. Um deles faz trocadilho com a expressão "filho do Brasil".

Em campo. Eduardo Suplicy está perto de conseguir as 2.970 assinaturas de apoio exigidas pela direção do PT paulista para registrar pré-candidaturas ao governo. O senador ficou todo feliz ao obter o endosso da ex-mulher. "Quando passar a lista da Marta eu assino também", promete.

Números. Sobre a possibilidade de apoiar Ciro Gomes (PSB), como deseja o Planalto, Suplicy diz que vai depender das pesquisas. "Em 2006, tive 48% dos votos para o Senado. O Ciro aparece com 13% no Datafolha para o governo. Você acha que eu deveria abrir mão para ele?".

Lavanderia. Serra usa sempre a mesma camiseta polo azul em suas aparições carnavalescas. Tucanos que o acompanhavam tiveram de providenciar uma lavagem rápida da peça entre o desfile do Galo da Madrugada, em Recife, e o dos blocos em Salvador.

Cabeça cortada. O PSDB não renovou contrato com o Instituto Análise, do sociólogo Alberto Carlos Almeida. Não há motivo oficial. Tucanos vinham apontando distorções nos cenários estaduais feitos pelo instituto.

Caça-ministro. O presidente do STF, Gilmar Mendes, ainda não conseguiu confirmar a presença de todos os ministros do tribunal para julgar, na Quarta-Feira de Cinzas, o habeas corpus do governador licenciado do DF, José Roberto Arruda.

Batata quente. Pela lei, não é necessário ter o plenário lotado para julgar esse tipo de ação. Mas os ministros do STF querem fazê-lo com a casa cheia, dada a sensibilidade do caso. Resultado: a decisão pode ser empurrada para a semana seguinte.

Na selva. Gilmar Mendes, que está para completar o ciclo de visitas de trabalho às 27 unidades da federação como presidente do Supremo e do Conselho Nacional de Justiça, disse, em evento dias atrás, que seu périplo pelo país não se deu "no circuito Elizabeth Arden": "Foi no circuito Indiana Jones mesmo".

É a eleição 1. O pacote de bondades aos aposentados acaba de ser ressuscitado por meio de emendas de deputados à MP que eleva o salário mínimo de R$ 465 para R$ 510. A maioria das propostas estende aos aposentados as mesmas diretrizes de valorização do mínimo.

É a eleição 2. PTB, PSOL e PMN apresentaram emendas propondo uma elevação ainda maior do mínimo em 2010. Os valores variam de R$ 550 a R$ 664.




com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Não sei se isso é amor ou se as diferenças "desapareceram" de uma hora para outra. Do deputado BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS), sobre as recentes declarações pró-Dilma do PMDB gaúcho, rival histórico do PT.

Contraponto

Efeito gangorra

Maurício Fruet (1939-1998), pai do também deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), viajava de Brasília para Curitiba na companhia de colegas da bancada do Paraná quando notou que uma passageira próxima sofria mais acentuadamente os efeitos da turbulência no voo.
O peemedebista, que era conhecido pelo jeito brincalhão, levantou-se, percorreu a aeronave até a cabine e, ao retornar, sentou-se ao lado da moça indisposta usando o chapéu do comandante.
-O senhor é o piloto?- perguntou ela, algo surpresa.
-Sim, sou o piloto. Como estávamos com problema de peso, resolvi sentar aqui para ajudar a balancear...

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