segunda-feira, fevereiro 22, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Cadastro positivo pode alterar consumo de celular no Brasil

FOLHA DE SÃO PAULO - 22/02/10

A adoção do cadastro positivo mudaria o perfil do consumo de telefonia celular no Brasil, segundo estudo da Serasa Experian, que será divulgado hoje.
Atualmente, o acesso à telefonia pós-paga no país é limitado devido à baixa capacidade de avaliação do crédito do consumidor, e o minuto cobrado no celular pré-pago é mais caro que a tarifa do pós-pago.
Com o cadastro, a parcela de portadores de celular pós-pago no país passaria dos atuais 17,4% para 36,1% dos usuários, segundo a Serasa Experian.
Cerca de 143,6 milhões de clientes utilizam pré-pago ante 30,3 milhões de pós-pagos.
A escolha de grande parte dos consumidores pelo modelo pré-pago ocorre atualmente devido à reprovação de crédito pelas operadoras, que ainda não possuem informações suficientes para avaliar a capacidade de endividamento de seus consumidores com precisão.
A telefonia pós-paga no Brasil ganharia perfil de países desenvolvidos com a implantação do cadastro, segundo a Serasa Experian. Hoje, no Brasil, menos de 20% da base de clientes é de pós-pagos. No mundo, essa média é de 40%.
O mapa da telefonia celular nas regiões Norte e Nordeste seria o mais modificado, de acordo com o estudo.
Os atuais consumidores de pós-pagos nos Estados do Norte do país somam cerca de 1 milhão de usuários. O número poderia chegar a 4 milhões, segundo a pesquisa. No Nordeste, o grupo de clientes pós-pagos, que hoje é de cerca de 4 milhões, alcançaria 13 milhões.

MUNDO ÁRABE

A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira registrou avanço de 25,6% das exportações brasileiras aos países árabes em janeiro deste ano, ante igual mês de 2009.
Os embarques para os países da região renderam cerca de US$ 685 milhões.
No período, as importações subiram 48,96%. Os principais fornecedores para o Brasil foram Argélia, Iraque, Líbia e Marrocos.
"O mundo árabe nos vê cada vez mais com outros olhos, nos tornamos "investment grade'", diz Salim Schahin, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Investidores do Oriente Médio têm se interessado pelo Brasil, especialmente pelas áreas de alimentos e de infraestrutura, segundo Schahin.
"Há interesse tanto em investir no Brasil quanto de que empresas e profissionais brasileiros participem de obras em países árabes." O empresário destaca as dificuldades com a língua, com a cultura árabe e, sobretudo, com a bitributação, "mas há oportunidades de investimentos no Brasil que compensam [esses entraves]".
A Câmara organiza um encontro de empresários brasileiros e árabes na Jordânia, entre os dias 15 e 18 de março, durante visita do presidente Lula à região.

CHINA NA POLE POSITION

Mesmo que haja retomada de crescimento no setor automobilístico dos mercados de Japão e Estados Unidos em 2010, a China deve se manter como a líder em produção de veículos, segundo a consultoria MB Associados, com dados da PwC Automotive.
O impacto da crise nas empresas do setor no ano passado irá se refletir em um novo desenho para a indústria nos próximos anos, segundo a consultoria.
"A busca por fusões e aquisições será uma meta a ser seguida pelas empresas. Uma consolidação do setor deverá ocorrer nos próximos anos", diz Tereza Fernandez, da MB Associados. As tendências que já podem ser observadas nas indústrias, segundo Fernandez, são: a busca de novos modelos e padrões de veículos, além de novas tecnologias, principalmente nos carros híbridos, que utilizam energia elétrica.

com
JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

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