sábado, fevereiro 20, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Empresário quer evitar retaliação aos EUA

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/02/10


Depois que o presidente Lula assinou, no início deste mês, a medida provisória que possibilita a retaliação cruzada contra serviços e propriedade intelectual dos Estados Unidos, empresários começaram a se movimentar para evitar a ação.
Na segunda-feira, uma delegação de empresários organizada pela Amcham (Câmara Americana de Comércio) se reunirá com o Departamento de Comércio dos EUA e com congressistas, em Washington, para tentar evitar que o Brasil pratique de fato a retaliação.
Para Gabriel Rico, diretor-executivo da entidade, medidas muito drásticas são ruins para o comércio internacional e para o consumidor.
O direito de retaliar as importações dos EUA foi conquistado pelo Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio) em agosto de 2009, no contencioso do algodão.
"Queremos evitar a medida. Concordamos que o Brasil tem o direito de retaliar, mas essa não é uma boa solução comercial. O melhor é negociar."
A entidade pretende propor que os EUA facilitem a entrada de produtos brasileiros no mercado americano, segundo Rico.
"Vamos tentar sensibilizar as autoridades para que os EUA demostrem boa vontade por meio de compensação, com redução de tarifas aos produtos brasileiros e cotas de produtos que possam entrar sem tarifa."
Empresários também discutirão o tema com o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, na Fiesp, na segunda.

Vamos tentar sensibilizar os EUA para que demostrem boa vontade, com redução de tarifas aos produtos brasileiros e cotas de produtos que possam entrar sem tarifa
GABRIEL RICO
diretor-executivo da Amcham

Mercado farmacêutico de atacado fatura R$ 16 bi, mas sofre com a crise

O mercado farmacêutico de atacado faturou R$ 16,3 bilhões no ano passado, o que representa redução de 2,7% na comparação com o ano anterior, de acordo com levantamento da Abafarma (Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico).
Os reflexos da crise financeira internacional foram apontados como o motivo da retração do faturamento do setor em 2009.
"A julgar pelas baixas margens operacionais e pelos prazos de pagamento engessados pela indústria, o resultado é satisfatório", afirma Luiz Fernando Buainain, presidente da Abafarma.
Enquanto o número de medicamentos vendidos diminuiu no país, o de genéricos apresentou crescimento. No ano passado, mais de 174 milhões de medicamentos genéricos foram entregues às redes varejistas, aumento de 3,8% sobre 2008.

QUILOS A MAIS
Fabricantes de chocolate esperam uma Páscoa farta, para coelho nenhum botar defeito. As indústrias investiram no aumento da produtividade e na contratação de mão de obra para atender a demanda.
"Acreditamos em uma Páscoa forte, a melhor de todos os tempos", disse Stefenson Soalheiro, da Cacau Show. A estimativa da empresa é produzir 1.700 toneladas de chocolate neste ano, com aumento de 42% sobre o ano passado.
"Com os bons indicadores e a expansão da economia, o mercado de chocolates vai acompanhar o crescimento", disse Celso Ricardo de Moraes, presidente do grupo CRM, das marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e Dan Top. A Kopenhagen prevê aumento de até 18% na produção e nas vendas deste ano.
A Village investiu em maquinários e aumentou a produtividade da fábrica em 40%, segundo Reinaldo Bertagnon. A previsão da empresa é crescer 10% neste ano, ante os 6% da Páscoa de 2009. "Aumentou a demanda por parte do varejo. Com a economia mais estável, a situação ficou bem favorável", disse Bertagnon.

MOTOR
A primeira ação conjunta entre a Caixa e o PanAmericano financiou 35 mil motos no Brasil. O volume total de empréstimos chegou a R$ 230 milhões. A expectativa das instituições é que o volume de financiamentos alcance 50 mil até março.

TESOURA
As vendas do setor de tecidos tiveram queda de 2,5% na primeira quinzena deste mês na comparação com igual período de janeiro, segundo o Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo.

CAPITALIZAÇÃO 1
O mercado de títulos de capitalização fechou 2009 com faturamento de R$ 10,1 bilhões -alta de 12% sobre 2008, segundo a Federação Nacional de Capitalização. Para 2010, o setor prevê novo aumento de 12% no faturamento.

CAPITALIZAÇÃO 2
São Paulo encerrou 2009 com R$ 3,7 bilhões de faturamento. O Rio registrou R$ 1,1 bilhão. A Bradesco Capitalização distribuiu cerca de R$ 35 milhões em prêmios no ano passado para 1.662 títulos contemplados.

MUNDO EMPRESARIAL
O professor Paulo Roberto Feldmann irá lançar, na segunda-feira, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, o livro "Empresas Latino-Americanas -Oportunidades e Ameaças no Mundo Globalizado" (Editora Atlas, 181 páginas). Neste livro, Feldmann analisa os principais problemas que dificultam a expansão e o sucesso das empresas da região em um mundo globalizado.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK

Nenhum comentário:

Postar um comentário