quinta-feira, fevereiro 04, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Consumidor do Nordeste tem menos consciência de tributos

Folha de S.Paulo - 04/02/2010


Consumidores da região Nordeste do país estão menos conscientes dos tributos que incidem nos produtos. Mais de 5% da população de Recife não sabe que paga impostos quando vai ao supermercado e compra uma cesta com dez pães, um leite e uma manteiga.

Em Belo Horizonte, a desinformação é verificada em apenas 1% da população.

Os dados foram extraídos do Índice de Confiança na Justiça, medido pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e pelo Ibre, com divulgação prevista para hoje. O levantamento, relativo ao quarto trimestre do ano passado, abordou cerca de 1.600 pessoas, em sete regiões metropolitanas do país.

Na média nacional, 97,3% do total afirmou que sabia que estava pagando tributos nessa compra. O percentual cai para 94,6% em Recife e para 93,9% em Salvador.

Em Belo Horizonte, onde a informação é maior, 99% dos entrevistados afirmaram que sabiam que estavam pagando tributos na compra da cesta de produtos, seguida por Brasília e Porto Alegre, com 98,6% cada uma. São Paulo (97,7%) e Rio de Janeiro (96,8%) também registraram índices mais altos.

"A concentração de pessoas que não sabe que está pagando é considerável. É uma conclusão importante em anos eleitorais e em momentos em que se discute o tema. A população que mais paga imposto relativamente, que é a de baixa renda, é justamente a que menos tem a percepção de estar pagando", afirma Luciana Gross Cunha, professora da Escola de Direito de São Paulo da FGV.

É possível construir o perfil de uma pessoa desinformada, segundo Cunha. "Trata-se, provavelmente, de uma mulher, entre 35 e 44 anos, sem instrução ou com primeiro grau incompleto e com renda mensal de até R$ 1.000", afirma.

A população que mais paga imposto relativamente, que é a de baixa renda, é justamente a que menos tem a percepção de estar pagando
LUCIANA GROSS CUNHA
professora da Escola de Direito de São Paulo da FGV

Sede de Mercado
O mercado de purificadores de água cresce a uma taxa média de 10% ao ano no Brasil. De olho nesse crescimento vigoroso, mais empresas passam a investir nesse nicho. É o caso da Consul, que lança neste ano o seu primeiro purificador de água, um compacto não elétrico. "Acreditamos que esse é um mercado de tamanho relevante. Em 2009, gerou receita de US$ 230 milhões no país. E estimamos que o ritmo de expansão irá crescer", afirma Nathalie Tessier, vice-presidente da Whirlpool Latin America, que atua no Brasil com as marcas Brastemp, Consul e KitchenAid. Apenas 20% dos lares brasileiros possuem um purificador de água, de acordo com pesquisa do IBGE. "Ainda é um mercado de pouca penetração. Temos muito a conquistar", disse Tessier. A vice-presidente da companhia diz que é grande a preocupação de consumidores com a qualidade da água e a sustentabilidade. A Whirlpool não quis revelar os investimentos da empresa no novo produto.

Banco não pode exigir hora extra no interior de SP
O banco Santander não pode mais exigir hora extra de seus funcionários nas agências de Ourinhos (SP) e região, a não ser em casos excepcionais, segundo determinação do juiz do trabalho Levi Rosa Tomé, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas).

A decisão da Justiça do Trabalho, de dezembro passado, é de primeira instância. O banco ainda pode recorrer. Procurado, o Santander informou, por meio da assessoria, que "não comenta assuntos que estão sub judice".

A Justiça recebeu denúncias do sindicato da categoria de Bauru e do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (em Bauru), de 2003, de que o banco, à época, Santander/Banespa, exigia, mas não pagava horas extras.

Auditoria fiscal do Ministério do Trabalho constatou fraudes nos controles de ponto de agências da instituição, segundo o procurador do trabalho Luís Henrique Rafael. As horas trabalhadas não condiziam com a real jornada de trabalho.

"Verificou-se em agência de Ourinhos que, após cumprido o tempo de trabalho, o ponto dava como encerrada a atividade do funcionário. Só que, a pedido do gerente, ele continuava na agência com outra senha", diz Rafael.

"Fiscalizações em Sorocaba, Bauru e Araçatuba também constataram problemas." Rafael diz que entrará com recurso no TRT da 15ª Região para que a decisão seja válida em todo o Estado e requisitará que o Ministério do Trabalho fiscalize todas as agências paulistas.

O juiz Levi Rosa Tomé fixou multa de R$ 5.000 por trabalhador envolvido e por dia de trabalho extraordinário, a ser revertida para o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

De Plástico
O programa do Walmart Brasil para redução de uso de sacolas plásticas em supermercados registrou, após um ano, 138 milhões de sacolas a menos no ambiente. A empresa oferece crédito nas compras do consumidor que não usa a sacola plástica e também vende sacolas retornáveis.

Cadeira
Omilton Visconde Júnior irá tomar posse na presidência do Sindusfarma (sindicato da indústria farmacêutica de São Paulo), na próxima semana, para um mandato de três anos. Júnior, que atualmente é presidente do laboratório Segmenta, já atuou à frente do laboratório Biosintética.

Batismo
A OceanAir será rebatizada com o nome da companhia colombiana Avianca dentro de três ou quatro meses. A mudança depende da aprovação, pela Agência Nacional de Aviação Civil, da incorporação da OceanAir pela Avianca, ambas controladas pelo empresário brasileiro de origem boliviana German Efromovich.

Atraso
A mudança do nome estava prevista para o início deste ano, mas, com a fusão da Avianca com a companhia aérea Taca, de El Salvador, a Avianca deixou de ser controlada em mais de 80% por um brasileiro.

Rearranjo
Foi preciso fazer um novo rearranjo societário para enquadrar a Avianca na legislação brasileira, permitindo que ela controle a OceanAir. A OceanAir é a quinta companhia aérea nacional e detém 2,5% do mercado.

Guarda-chuva 1
As chuvas aqueceram os preços nas gôndolas de frutas, legumes e verduras, segundo o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), feito pela Apas (Associação Paulista dos Supermercados) em parceria com a Fipe.

Guarda-chuva 2
Durante o mês passado, as verduras tiveram alta de mais de 13% nos preços, com destaque para os aumentos em alface (18,1%), repolho (15,4%) e coentro (15,0%). Frutas e legumes também registraram altas expressivas, como o abacaxi (25,2%), a laranja (22,9%), a vagem (48,6%), o chuchu (25,9%) e a abobrinha (36,5%). O aumento médio de preços de todos os produtos comercializados nos supermercados durante o período foi de 1,05%.

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