sexta-feira, fevereiro 19, 2010

ARI CUNHA

Devolveu o dinheiro público, está livre

CORREIO BRAZILIENSE - 19/02/10


Roubou do governo, vai preso. Na prisão, devolvendo o dinheiro, o roubo passa a não ser crime. A pessoa é libertada com a ficha suja. Falta jurista entendido em leis que encontre solução. O senador Pedro Simon lembrou casos de sumiço do dinheiro público. Precisa de lei que defenda o erário. Nós pagamos impostos que nos esfacelam, e os sabidos ficam com dinheiro rindo do povo e do governo. Culpabilidade não serve sem dinheiro devolvido. Falta lei forte e o dinheiro de volta. O mundo está tão pequeno e a Justiça longe da realidade. Atualizar a lei, em caso de roubo do dinheiro público, vale. Seja qual for o posto de quem enriquece. Inclusive dentro do poder.

A frase que foi pronunciada

"Consciência é como vesícula, a gente só se preocupa com ela quando dói."
» Saudoso Stanislaw Ponte Preta


Pirataria

» Transporte pirata ronda Brasília em todos os quadrantes. No carnaval, a fiscalização às vezes é benfazeja. Uma Kombi caindo aos pedaços, quebrada, suja e desconfortável arrebanhava passageiros a R$ 2 reais até a Rodoviária. Não quebrou, mas podia ter matado os passageiros e motorista de responsabilidade duvidosa.

Etanol

» O Brasil perde com a falta de etanol, que abarrota os depósitos. Lembrando que essa indústria vem do tempo da escravidão, vale a pena entrar na Bovespa para manter estoques em dia. EUA preferem o milho, dois terços da produção agrícola americana. O cereal serve para tudo e, agora, para combustível.

Comissão de verdade

» Otaciano Nogueira, analista político, mostrou na televisão o que sabe da vida. Domina fatos da política, economia e atualidades. Seu falar é uma aula para quem presta atenção, analisa e entende o pensar.

Preços

» Um quilo de café em pó é vendido ao preço de R$ 6. O mesmo peso em açúcar vale R$ 10. Isso vem de longe, quando no balcão o cidadão enchia a xícara de açúcar, derramava a metade e sorvia o café doce demais.

Carnaval

» Novidade de Momo foi o bloco dos sujos na Papuda. Ninguém quer ficar lá, nem pensou antes de operar o malfeito. O ministro Marco Aurélio de Melo não tem pressa no caso de Brasília. O registro ao final da liminar que negou o habeas corpus dizia: "Indefiro a liminar. Outrora houve dias natalinos. Hoje avizinha-se a festa pagã do carnaval. Que não se repita a autofagia". Respondendo à imprensa, disse que o processo não tem capa, mas conteúdo.

100

» Carmen Oliveira, da Secretaria dos Direitos Humanos, levanta um dado interessante. Em sete anos, mais de 2,4 milhões de atendimentos no Disque 100. Crianças e adolescentes são molestados na maioria das ocorrências por pessoas conhecidas.

Novidade

» Ponto de Cultura é um projeto interessante. Nasce onde as manifestações criativas da comunidade já existem. Estimula a tradição e potencializa a arte para a autossustentação. A ideia, como toda iniciativa simples, nasceu da sociedade e obteve o aval do Ministério da Cultura. Chegou à Universidade de Berkeley, na Califórnia. A professora Candace Slater esteve no Brasil para conhecer a iniciativa, que já conquistou outros países, como a Itália e países do Mercosul.

Legião da má vontade

» No dia 23, entidades que participaram da coleta de assinaturas contra os políticos com pendências judiciais serão recebidos em audiência pública na Câmara dos Deputados. Índio da Costa, do DEM, acha que o assunto é muito intenso para ser votado com pressa. A resistência não é só dos parlamentares para votar a matéria. É dos partidos. Se os próprios partidos não permitissem a filiação de ficha suja, mais de meio caminho estaria andado.

Correios PAC

» O novo sistema aceita encomendas em envelopes. É só deixar aberto antes de entregar na agência. Assim o atendente confere e passa a fita adesiva com a tarja dos Correios. O gerente Luiz Bezerra adverte que o envelope deve ser reforçado para que não haja danos pelo percurso.


História de Brasília

Volta-se, novamente, a falar sobre o Núcleo Bandeirante. Os próprios comerciantes estão vendo que é impossível a permanência ali. As invasões tomaram conta de tudo, é insuportável a sujeira. As condições de vida são precárias. (Publicado em 25/2/1961)

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