segunda-feira, janeiro 25, 2010

PAINEL DA FOLHA

Vitrines

FOLHA DE SÃO PAULO - 25/01/10

Reunido no final de semana em São Roque (SP) para discutir a composição da nova direção partidária e as diretrizes do programa de governo que Dilma Rousseff levará para a campanha presidencial, o grupo majoritário do PT elegeu as áreas da educação e de infraestrutura (PAC) como prioritárias. A educação aparece na mais recente pesquisa Dafafolha como o setor mais bem avaliado do governo Lula -junto dos programas sociais e da economia. Além disso, é um dos pontos fracos de gestões tucanas em São Paulo.
A avaliação do grupo é que o programa de governo deve ser genérico e enfatizar "avanços da gestão Lula", com Dilma batendo na tecla da continuidade.



Coladinho. O PT também pretende trazer o tema da segurança pública nas regiões metropolitanas para a campanha, ainda que ele esteja atrelado aos governos estaduais. A ideia é colar o assunto às políticas públicas para moradia e saneamento implementadas no governo Lula.

Riscos. Em conversas reservadas com correligionários, o ex-ministro Luiz Gushiken e o deputado Ricardo Berzoini, de saída da direção do PT, admitem que nomear João Vaccari Neto para a tesouraria pode ser tiro no pé.

Ambientes. Chamou a atenção dos ministros o "apelo verde" de Dilma nos comentários que fez sobre os benefícios do PAC durante a primeira reunião ministerial do ano. Em diversos momentos, ela fez menção à redução do impacto ambiental em virtude de certas obras.

Jeito tucano. Sem pressa para anunciar o nome do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, um dirigente partidário dá a pista: "O Serra vai se desincompatibilizar em abril; o Alckmin está de saída da secretaria. Se o Aloysio [Nunes Ferreira] ficar no governo, fim do mistério".

Mão dupla. Entre os "demos" no Congresso, há quem tenha estranhado as declarações do vice-governador Paulo Octávio (DF), sugerindo que houve mal-entendido sobre a desistência em concorrer ao governo. O vaivém, dizem, foi feito pelo próprio.

Plano B. A governadora Roseana Sarney (PMDB), que tentará a reeleição no Maranhão, disse a aliados que gostaria de formar uma chapa com Flávio Dino (PC do B) ao Senado. Diante das resistências deste, deve apoiar o deputado Washington Luiz (PT).

Batismo digital. A senadora e pré-candidata verde Marina Silva, recém-integrada ao mundo virtual, fará aula na sexta-feira sobre o uso de computadores na Campus Party, considerada a maior festa mundial da internet.

Vias. De um dirigente do PT sobre a candidatura de Marina Silva à Presidência: "Não vai ter terceira via na eleição de 2010. Marina pode ser só um acostamento de uma das duas polarizações".

Volta. Paulo César Quartiero (DEM-RR), que liderou arrozeiros na disputa pela demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol, lançou sua candidatura ao Senado.

Final. A assinatura amanhã de decreto que dá compensação salarial a policiais que trabalharão na Copa-2014 e na Olimpíada-2016 é vista como o ato derradeiro de Tarso Genro (Justiça) no governo. Candidato ao governo gaúcho, deve ser o primeiro ministro a se sentar no "confessionário" de Lula.

Forcinha. Os governadores Aécio Neves (PSDB-MG), Eduardo Campos (PSB-PE), Sergio Cabral (PMDB-RJ) e José Serra (PSDB-SP) já espalharam entre os deputados que não têm objeção à recondução de Marcelo Nobre ao Conselho Nacional de Justiça. A votação, secreta, só deve ocorrer depois do Carnaval.

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

"Lula e o PT deram um carimbo de nada-consta à transgressão e à licenciosidade, práticas incorporadas ao partido para tentar se manter no poder a qualquer custo."

Do deputado JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP), sobre a recondução de réus do mensalão ao diretório nacional do PT.

CONTRAPONTO

Ficha de filiação O presidente Lula abriu seu discurso na cerimônia de sexta-feira em Itapira (SP) saudando as autoridades presentes. Ao se deparar com a longa lista de nomes, deu um jeito de encurtá-la. Cumprimentou o presidente do complexo farmacêutico inaugurado, e então se desculpou:
-Eu quero estender o cumprimento a todos os demais companheiros que estão aqui, porque já foi citado o nome de todos quatro vezes -, disse Lula.
Diante do silêncio geral, emendou:
-É que no Brasil, quando você cita o nome mais de três vezes, a pessoa já se candidata a alguma coisa na eleição.

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