sábado, janeiro 16, 2010

PAINEL DA FOLHA

Não vai rolar a festa

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/01/10


Alvo preferencial para emendas de deputados e senadores em 2010, o Ministério do Turismo publicará duas portarias na segunda-feira restringindo a liberação de verbas para grandes eventos e shows no ano eleitoral. Uma das medidas proíbe o financiamento dessas atividades no período da campanha -2 de julho a 31 de outubro- para Estados, prefeituras ou entidades privadas sem fins lucrativos. A outra portaria estabelece um teto para o uso dos recursos fora do tempo de campanha de acordo com o tamanho dos municípios. Por exemplo: cidades com até 20 mil habitantes poderão receber até R$ 200 mil por ano, mas só R$ 100 mil poderão ser gastos num mesmo evento.




Providências. Lula fará um balanço da situação no Haiti com o ministro Nelson Jobim (Defesa) durante o final de semana. Asseguradas as ações emergenciais, o petista pediu a elaboração de um plano de socorro mais efetivo.

Viagem. Lula, a propósito, orientou a equipe a manter em sua agenda a visita já prevista ao Haiti na segunda quinzena de fevereiro.

Pijama. Em Washington, onde participa de uma reunião sobre aumento de capital do BID e a tragédia do Haiti, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) teve uma crise de insônia e correu para o Twitter: "5 horas, uns cinco graus negativos e sem sono..."

Calendário. Não se sabe se foi deslize ou excesso de confiança, mas Lula fez planos para 2011 na entrevista à TV Mirante ontem, no Maranhão. Ao comentar sobre o Minha Casa, Minha Vida, disparou: "No ano que vem nós vamos programar novos planos habitacionais". A meta, acrescentou, será zerar o deficit habitacional no país. Faltou especificar na gestão de quem e em que prazo.

Trem da alegria. Apesar das críticas da oposição, que chegou a acionar a Justiça Eleitoral, sobre a caravana do governo às obras de transposição do São Francisco, Lula sugeriu ontem a José Sarney (PMDB) que organize uma comissão de senadores para conferir in loco a obra.

Capitão. Há no PT uma certa inquietação diante da falta de estrutura mais consolidada, como uma divisão de tarefas, para a campanha de Dilma Rousseff. Enquanto uns atribuem o fato à posse tardia dos novos dirigentes do partido (em fevereiro), outros apontam o "fator Lula". Leia-se: todos estão à espera de que ele dite as coordenadas.

Tom. Dilma avisou aos marqueteiros que ela dará o "toque final" no discurso que fará como estrela do Congresso do PT, em 18 de fevereiro.

Cenários. As considerações finais de uma pesquisa feita pelo PT sobre possíveis candidatos ao governo de São Paulo apontam que o senador Aloizio Mercadante detém a menor rejeição, mas "foi detectado o desejo de parcela expressiva de pesquisados por novidades na política paulista".

Isca. Tucanos que consideraram desastradas as declarações do presidente do partido, Sérgio Guerra (PSDB-PE), defendendo mudanças na economia e o fim do PAC comemoraram ontem o teor das críticas de Dilma. A avaliação é que ela minimizou o estrago ao disparar só contra Guerra, poupando José Serra (SP).

Veja bem. Sergio Guerra responde: "O PSDB vai fazer obras, e não propaganda".

Palanque. Desgastado com o envolvimento em denúncias de corrupção, o vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan (PSDB), pediu ajuda ao partido afirmando estar sendo monitorado por agentes da Abin. O PSDB, aliás, já descarta o nome dele para as eleições e negocia uma aliança para apoiar a candidatura de Raimundo Colombo (DEM).

com LETÍCIA SANDER e MALU DELGADO

Tiroteio

O PSDB mostra que não fez a autocrítica do desastre fiscal e cambial que promoveu entre 1995 e 1998.

Do deputado RICARDO BERZOINI (SP), sobre afirmação do presidente do PSDB, Sergio Guerra, segundo quem seu partido está à esquerda do PT e poderia fazer mudanças no câmbio, juros e nas metas de inflação.

Contraponto

Ritmo de férias Às vésperas do Natal, congressistas desesperados para deixar Brasília aprovavam emendas ao Orçamento a toque de caixa em votação simbólica. Presidente da sessão, o deputado Marco Maia (PT-RS) fez um apelo:
-O último inscrito para falar e vamos encerrar!
-Mas eu gostaria de mais um minuto para justificar a emenda...-, insistiu Paulo Piau (PMDB-MG).
Cláudio Cajado (DEM-BA), que comandava a oposição, colocou fim na discussão para alívio e gargalhada geral:
-Nós estamos com espírito natalino, deputado. Vamos conversar sem microfone, vai...

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