segunda-feira, janeiro 25, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Após crise, recrutadoras voltam a contratar "headhunters"


Folha de S. Paulo - 25/01/2010

Após período difícil por conta da crise, que ameaçou o mercado de contratações de altos executivos, as empresas de recolocação especializada voltaram, elas próprias, a investir em seus quadros. Estão em busca de "headhunters" para acompanhar o reaquecimento, diz Patrick Hollard, presidente da consultoria Michael Page no Brasil e na América Latina.
Em dezembro, a empresa fez 250 colocações de diretores, gerentes e analistas seniores, sinal de estabilização nas contratações por empresas brasileiras. O número é o dobro do de dezembro de 2008.
"As coisas se aceleraram um pouco e as empresas se preparam para um bom ano. Mas é preciso ter cuidado com excesso de euforia. O mercado brasileiro está forte, mas o contexto internacional ainda assusta."
Para Hollard, o cenário atual é melhor, mas ainda distante do contexto pré-crise, e o patamar salarial permanece inferior.
No foco da expansão estão setores de petróleo e gás, energia, varejo, bancos e os que enfrentam carência de engenheiros. "Com crise ou não, faltam engenheiros no país. Essa é uma carreira com perspectivas. O setor bancário também é atípico no Brasil. Os bancos no país passaram bem a crise."
Para se preparar, a Michael Page contratou mais 18 "headhunters" desde dezembro.
A multinacional Robert Half também abriu contratação para aumentar em mais de 50% seu número de funcionários em 2010 no país. "2009 foi complicado. Mas, a partir de outubro, voltamos a contratar", afirma Fernando Mantovani, da Robert Half.

MIGRAÇÃO
Um dos maiores escritórios de advocacia do Norte e do Nordeste, o Martorelli e Gouveia Advogados vai expandir sua atuação em São Paulo para operar como um suporte para empresas que pretendem investir nas regiões.
"Nós viemos para São Paulo em 2007, para fazer um atendimento de uma montadora. Depois, identificamos uma demanda de empresas interessadas em fazer investimentos lá, principalmente nos setores de varejo, alimentício, construção civil e infraestrutura", afirma o novo sócio do escritório, o advogado Eduardo Monteiro da Silva Filho, especializado em direito societário, em fusões e aquisições e em IPOs.
Com sede em Recife, o Martorelli e Gouveia também atua em Salvador, Aracaju, João Pessoa, Maceió, Brasília, Goiânia e São Paulo.
O escritório possui atualmente 150 advogados especializados na área empresarial.

TECNOLOGIA VERDE
A corretora Lazam-MDS, joint venture dos grupos Suzano e Sonae, investe em TI verde para reduzir o consumo de energia. A empresa desenvolveu um computador, com a Intralab, que reduz em 73% o gasto com energia de cada terminal.

RIBALTA
A produção da montagem do musical "O Rei e Eu" terá custo de R$ 1,5 milhão por mês em cartaz, segundo Jorge Takla, que produz e dirige o espetáculo, cuja estreia será em 27 de fevereiro no Teatro Alfa (SP). A produção terá 60 atores em cena.

UM DIA
Na última segunda, a linha BB Crédito 13º Salário, do Banco do Brasil, reabriu contratações para este ano. Em quatro dias, os valores emprestados superaram em 10% o total desembolsado em janeiro de 2009. No primeiro dia, a antecipação do 13º salário desembolsou R$ 36,9 milhões em 44,7 mil operações -o maior volume já contratado em um dia.

MANIFESTANTES
Um grupo de empresários se prepara para sair em manifestação, em Brasília, contra a redução da jornada de trabalho, em fevereiro.

Web no Brasil está entre as mais lentas
A internet no Brasil ainda precisa se acelerar muito para chegar perto da dos países desenvolvidos e mesmo da de vizinhos como Colômbia e Chile. Segundo levantamento da empresa norte-americana Akamai, especializada no assunto, a web no Brasil é a 35ª mais veloz em uma lista de 45 países.
A pesquisa mostra que, no terceiro trimestre de 2009, a velocidade média da web no Brasil era de 1.085 Kbps (kilobits por segundo), ou 93% mais lenta que a da Coreia do Sul -a líder do ranking.
Entre as cidades brasileiras analisadas, Curitiba tem a velocidade média mais rápida, 1.928 Kbps, o que a colocaria na 32ª posição entre os países.
Outro indicador de como as pessoas têm acesso a uma web lenta no país é que 20% das conexões têm velocidade inferior a 256 Kbps, que é a velocidade mínima estabelecida pela UIT (União Internacional de Telecomunicações, órgão ligado à ONU) para uma internet ser considerada banda larga.
Somente Síria (69%), Sudão (35%) e Índia (26%) têm um índice pior que o brasileiro. Entre os sete latino-americanos analisados, a Venezuela é a que mais se aproxima do Brasil, com 11% das conexões com velocidade menor que 256 Kbps.
Na outra ponta, 1,4% das conexões no país têm velocidade maior que 5.000 Kbps, no 34º lugar da pesquisa.

Exportações brasileiras ao Iraque quase dobraram no ano passado
Em 2009, o volume de exportações brasileiras ao Iraque quase dobrou. As vendas somaram US$ 717 milhões, o que representa um crescimento de 90,5%.
O total de exportações do Brasil para o Oriente Médio como um todo caiu 5,1% no ano passado.
Apesar da queda do dólar e da crise financeira internacional no ano passado, grandes queixas da maioria dos exportadores brasileiros, as vendas para o mercado iraquiano não foram afetadas.
As expectativas para este ano são de manutenção do crescimento, de acordo com a Câmara Brasil Iraque.
As exportações tendem a aumentar, impulsionadas por negócios como as vendas de caminhões e automóveis de passeio, que ainda não foram concretizadas e são produtos de alto valor agregado.
As visitas de comitivas oficiais iraquianas ao Brasil se aceleraram no ano passado. Desde 2004, 11 comitivas vieram ao país. Em 2009, o Brasil recebeu quatro delas.

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