domingo, janeiro 10, 2010

ARI CUNHA

Passarinho, o exemplo

CORREIO BRAZILIENSE 10/01/10


Jarbas Passarinho aniversaria amanhã. Noventa anos de vida a serviço do país em várias oportunidades. A família está convidando amigos para um jantar em sua casa. De gestos moderados, o grande brasileiro está superando a idade. A lucidez continua cristalina. Ao deixar o Exército, estudou tudo que um patriota precisava fazer. Foi chefe da Petrobras no Norte, onde aprendeu todo o trabalho. Foi ministro quatro vezes e presidiu o INSS. Ocupou muitas atividades civis, se destacando em tudo. Trabalhador, pesquisador, possui invejável biblioteca. Os assuntos da atualidade passaram pela leitura de anotações. Chegou a ser indicado para a Presidência da República. Um general foi contra: “Não vou fazer continência a um coronel”. Basta saber que a continência entre os militares é o cumprimento longe dos abraços e aperto de mão. Passado na casca do alho, Passarinho é de uma terra excepcional. Nasceu em Xapuri, de onde provêm nomes célebres do país. Amanhã vou abraçar meu ex-vizinho. Modelo de simpatia e simplicidade para todas as pessoas.


A frase que não foi pronunciada

“O senhor poderia enviar um e-mail para ele?”
Mãe animada vendo o primeiro filho durante o exame de ultrassom.




Silêncio

Câmara e Senado discutem ou fazem as propostas que desejarem. Ninguém fala sobre companheiro. Isso porque todos têm reserva pessoal de informações. Se um dia o sigilo for aberto, o Brasil vai corar com as brigas entre eles.

Inteligência

Grande transportadora de frutas em todo o país se chama Mendes. Caminhões novos são trocados. Ainda na garantia, são devolvidos à fábrica. A razão é simples. Nossas estradas não são de confiança.

Ambiente

Gestores internacionais promovem discussões sobre a emissão de gases de cada país. Previsões somam US$ 39 trilhões para o mundo. Reuniões vão tentar encontrar solução dentro dos interesses de cada país. Parece difícil. Mesmo assim, estão procurando um indicador que consiga unir comunidades.

Congresso

Não adianta tentar a redução das vantagens dos parlamentares. Pedro Simon é batalhador nesse assunto. Prega no deserto. Em se reduzindo para uma reunião por mês, candidatos de bom nível intelectual e jurídico teriam oportunidade de participar da vida nacional. O certo é haver unificação entre todos os legisladores, tanto estaduais como municipais. Com Congresso todos os dias, é amontoar leis e interesses pessoais.

Fugas

Portas dos presídios são abertas para que presidiários passem em família as festas universais. Convém lembrar que no Brasil os presídios são amontoados de gente. A revolta é geral. Homens e mulheres em diferentes lugares, dispostos de maneira imprópria para a dignidade humana. Na última vez, menos de 10% regressaram à prisão.

Quadro

Agnelo deve concorrer ao GDF. A previsão é do professor e cientista político David Fleischer. O senador Cristovam Buarque tira o jogo de xadrez da gaveta. Reguffe mantém a linha. Pelo sorriso de Arruda depois da Operação Pandora e perdões, há cartas na manga. Paulo Octávio olha para o relógio entre o tempo e as horas.

Novidade

Estão padronizados os modelos de certidão de óbito, casamento e nascimento. A iniciativa é doConselho Nacional de Justiça, com modelos da Corregedoria Nacional de Justiça. A maior novidade é o espaço para filiação. Basta apenas um nome. Do pai ou da mãe.

Menos câncer

Chega a boa notícia de que 119 quadras cobertas serão inauguradas ainda este ano nas escolas públicas do DF, em oito regiões administrativas. Argumentando a favor da iniciativa, uma professora olha de soslaio para o carro do governador que repousa na sombra de uma tenda, no Buritinga.

Ação

Mesmo com o aumento dos assaltos em Brasília, as motos do Batalhão de Trânsito na SQS 307 continuam estacionadas. O local já foi apelidado de concessionária da PM. Um desperdício.

História de Brasília

O presidente Jânio Quadros mandou um avião especial buscar o sr. Francisco Morato de Oliveira, presidente do Ipesp e um dos mais eficientes colaboradores do governador Carvalho Pinto. Aqui chegando, o sr. Morato foi convidado para um alto cargo, que não aceitou, sob a alegação de que servia ao governador paulista, que lhe havia confiado uma grande obra. (Publicado em 22/2/1961)

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