quinta-feira, dezembro 03, 2009

TODA MÍDIA

A guerra de Obama

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 03/12/09


O "New York Times" saiu com a manchete de papel "Obama acelera tropas e promete iniciar retirada em 2011" e não com o envio de mais 30 mil soldados. Mas no próprio jornal a coluna de Thomas Friedman já anunciava discordar da "decisão de escalada". No fim do dia, a manchete on-line já era o "questionamento forte" ao plano, no Congresso.
Também o site Politico abriu o dia com a manchete "Discurso de Obama: um chamado sóbrio para uma missão limitada". E fechou, muito pelo contrário, com "A consequência: uma nova realidade para Obama" e a Casa Branca "se preparando para meses brutais à frente", junto à opinião pública.

Drudge Report e "The Economist" já abriram e se mantiveram com "Obama's War". O primeiro linkou a "Der Spiegel", "Nunca um discurso de Obama soou tão falso". A segunda postou que "é basicamente o que os generais encomendaram".

"MAIS AMERICANOS VÃO MORRER"
Na manchete no site da BBC, um "comandante sênior do Taliban" deu entrevista, em resposta: "Foi um ano de sucesso para nós. Obama está mandando mais soldados, e isso significa que mais americanos vão morrer. Quero dizer às mães dos soldados estrangeiros: Se amam seus filhos, mantenham-nos em casa, em seu próprio país"

EUA VS. BRASIL
O "Washington Post" deu a reportagem "EUA e aliados discordam sobre Honduras", com o subtítulo "Brasil não quer que golpe saia sem punição".
No "Wall Street Journal", "EUA enfrentam resistência crescente a sua política latino-americana". O país, "que já considerou a região seu quintal, tem dificuldade cada vez maior onde Brasil e China agora disputam influência". Citando as diferenças sobre as bases na Colômbia e o Irã, diz que "a ascensão do Brasil como potência hemisférica está virando um desafio e, em termos de política externa, uma decepção", no original, "disappointment".

EUA, SEGUNDO JIM O'NEILL
O "WSJ" postou ontem que "Goldman Sachs proclama recuperação mundial, mas os EUA ficam para trás". Jim O'Neill, economista chefe do banco, lançou novo relatório, prevendo um "flamejante" crescimento global no ano que vem, de 4,4%. Já os EUA não passam de "anêmicos" 2,1%. Puxando o mundo, os emergentes, "especialmente a China e a Índia". "A ascensão do consumidor no mundo em desenvolvimento é um desenvolvimento estratégico maior para nossa era", escreve O'Neill.

BRASIL, SEGUNDO KRUGMAN
De passagem, o economista Paul Krugman, colunista do "NYT" e Nobel, declarou aos sites que o Brasil foi "feliz" na reação à crise, "mas não vai se tornar superpotência no próximo ano, e os mercados estão agindo como se fosse". O economista vê o real "muito valorizado" pela euforia dos investidores externos.
Na agência Bloomberg, no topo das buscas pelo Yahoo News no final do dia, "Krugman diz que planeja vender alguns investimentos no Brasil".

CONSTITUINTE, O RETORNO
O portal G1, da Globo, destacou que "Lula agora diz que o escândalo é deplorável".
Já a BBC Brasil deu na manchete, desde a Ucrânia, que "Lula defende Constituinte para fazer reforma eleitoral". Sobre as imagens, "vi algumas, acho que é grave, mas tudo agora vai ter um processo".

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