terça-feira, dezembro 29, 2009

PAINEL DA FOLHA

Mapa da guerra

Renata Lo Prete
Folha de S. Paulo - 29/12/2009
Segunda prioridade do PT em 2010, logo depois da eleição de Dilma Rousseff, o fortalecimento das bancadas do partido no Congresso depende, na avaliação de dirigentes, do desempenho em São Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Pará. Hoje, esses sete Estados somam 44 deputados petistas (de uma bancada de 77). A ideia é utilizar o avanço obtido em 2008, quando o PT ampliou o número de prefeitos, como plataforma para crescer na Câmara.

Para engordar a bancada no Senado, hoje com 11 integrantes, o PT quer 18 candidaturas competitivas, sobretudo em Estados onde o partido hoje não tem senadores, como Pernambuco, Minas, Rio e Pará.



Vale a pena... Dentro da ideia de promover no ano eleitoral de 2010 uma grande "retrospectiva" do governo Lula, o Planalto marcou para a segunda semana de janeiro viagem do presidente a Guaribas (PI), escolhida em 2003 como cidade-piloto do Fome Zero, o programa que deu origem ao Bolsa Família.

...ver de novo. Ainda na seção "despedida", Lula passará por Cuba, El Salvador e Haiti no final de fevereiro. Nos dois primeiros países, fará uma última visita aos "companheiros" Fidel Castro e Mauricio Funes antes de deixar o poder. No Haiti, encontrará as tropas brasileiras.

Amigo secreto. Prestes a sair de folga, Lula relaxou no protocolo e foi despachar ontem, na sede provisória da Presidência, com um sapatênis novinho em folha.

Menos. Avaliação levada ao presidente ontem dá conta de certos "exageros" nos relatos enviados do Suriname. Sobretudo por parte do padre José Vergílio, que chegou a divulgar em uma emissora de rádio a morte de sete brasileiros.

Ducha. Aliados que pressionam Jarbas Vasconcelos (PMDB) a disputar o governo de Pernambuco para dar um palanque a José Serra (PSDB) no Estado reconhecem: a pesquisa Datafolha apontando a reeleição de Eduardo Campos (PSB) já no primeiro turno em todos os cenários tornou ainda mais difícil a missão de convencer o senador.

Terceirizadas 1. Citadas nos vídeos do gravador-geral do mensalão do DF, Durval Barbosa, as empresas Call Tecnologia e Unirepro faturaram bem em contratos com a União desde 2006. A primeira, de propriedade do empresário José Celso Gontijo, levou R$ 48,8 milhões, e a segunda, R$ 3,3 milhões.

Terceirizadas 2. A Call Tecnologia, cujo dono foi filmado entregando dinheiro a Barbosa, tem dois grandes clientes na Esplanada: Anatel e Ministério do Desenvolvimento Social. A Unirepro atende os ministérios do Trabalho, da Saúde e da Cultura.

Licença. Com a presença de políticos de Rondônia, a festa de final de ano dos 3.000 funcionários das obras da usina de Jirau, no rio Madeira, uma das vitrines do PAC, foi embalada pela ex-chacrete Rita Cadillac. O consórcio que toca o empreendimento é liderado pela Camargo Corrêa.

Concentrado. Oposicionistas apontam três Estados -Amazonas, Bahia e Pernambuco-, além do DF, como articuladores das emendas ao Orçamento feitas de última hora pelo relator Geraldo Magela (PT-DF), a título de verbas para as sedes da Copa-2014. Elas acabaram vetadas.

Assim não dá. Na véspera da votação, Magela foi alertado por colegas do PT com experiência orçamentária de que esse tipo de canetada, avalizando as "emendas sem filtro", não colaria. Mais: elas foram proibidas por resolução aprovada em 2006.

Posto. Tudo caminha para que Fernando Ferro (PE) assuma a liderança da bancada do PT na Câmara em 2010.

Tiroteio

Os tucanos estão tão perdidos que acabam me deixando em crise existencial.
De JOSÉ SÉRGIO GRABRIELLI, chamado de "primata ignorante" por José Aníbal e acusado de ter "sotaque de lorde inglês e postura de xeque" por Jutahy Júnior; o presidente da Petrobras havia dito que o PSDB, se estivesse no governo, teria vendido partes da empresa.

Contraponto

Manual de sobrevivência


Na última noite de votação de 2009, deputados e senadores disputavam os escassos microfones do plenário da Câmara. Acostumados a dispor de microfones individuais, os senadores mal conseguiam pedir questão de ordem durante a discussão do Orçamento do ano que vem.
O único que obteve algum sucesso em meio à balbúrdia foi Arthur Virgílio (PSDB-AM), pois, conforme explicou aos colegas, ainda se recorda da técnica aprendida em seus tempos de deputado federal:
-Aqui é o seguinte: tem de segurar o microfone e não largar mais. Se alguém pedir a palavra, negue e diga que agora é a sua vez. Do contrário, você não fala nunca!

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