terça-feira, dezembro 15, 2009

NELSON VASCONCELOS

O sócio

O Globo - 15/12/2009


Ontem, por volta de meio-dia, batemos a marca de R$ 1 trilhão pagos em impostos este ano, de acordo com cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Tudo a ver com o que andei conversando semana passada com executivos de tecnologia. Como todos sabemos, pagamos impostos demais - e o pior é não haver retorno visível.

A mordida é cruel. E o governo acaba sendo considerado uma espécie de sócio das empresas. Mas daquele sócio que só passa na firma uma vez por mês, para recolher a parte boa, sem fazer qualquer esforço produtivo, digamos assim. Faz isso com salários também, ora se não...

Mas voltemos à tecnologia.

Aqui no nosso mundinho, pouca gente sabe que, no preço final de um modem importado, por exemplo, estão embutidos nada menos que 77,95% de impostos. Em protesto, tratemos então de comprar um modem nacional - e, com isso, pagaremos apenas 53,39% de tributos.

Nada animador.

Evidentemente, impostos vão pesando sobre o que quer que pensemos: computadores, celulares, software, acesso à internet, acessórios etc. etc. Resultado: - A carga tributária sobre o setor de tecnologia fica em 45%. É uma das mais altas que temos (quando comparamos os diversos setores da economia) - alerta Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT.

Os exemplos dos investimentos oficiais vão se sucedendo.

Para uma fabricante de celulares, somente o IPI sobre um aparelho importado, por exemplo, chega a 15%.

- Mas a lei diz o seguinte: se você montar o celular aqui, esse IPI cai pra 3%. No entanto, tem que dar uma contrapartida para o país, que é investir cerca de 4% em pesquisa e desenvolvimento (P&D) - conta o executivo de uma multinacional. - E será que essa renúncia fiscal está valendo a pena em termos de patentes para o Brasil? As regras são muito complicadas.

De fato, a ideia de criar contrapartidas para a indústria nacional poderia parecer interessante. Só que há um detalhe: os projetos de P&D ainda devem ser aprovados pelo Ministério do Desenvolvimento, num jogo que está longe de ser ágil. Como se sabe, a burocracia atravanca o progresso.

Além do mais, até que ponto o ministério tem o direito de se meter nos segredos que envolvem as pesquisas e os projetos desenvolvidos pelas empresas de tecnologia? Obviamente, as empresas cuidam com muito carinho das suas patentes próprias, que são a base da indústria. Temos grande dificuldade para explicar essas regras quando temos que nos reportar para o pessoal da matriz... - diz o executivo.

Pense aí: para quem você abriria seus projetos estratégicos? São bastante criativos, pois, os burocratas que determinam o futuro da nação...

O rolo não se dá pela simples cobrança dos impostos.

O problema é que se tributa tecnologia como se essas coisinhas fossem luxo, apenas uns brinquedinhos modernos para deleite de poucos privilegiados.

Não são. São instrumentos fundamentais para produtividade e crescimento de todos os setores, inclusive educação e cultura (onde estão nossas maiores deficiências). Ninguém, afinal, vive sem tecnologia - e não investir nisso é miopia, ignorância ou má-fé.

E com tudo o que vemos, e o que não vemos, o governo (desde sempre, de qualquer partido) percebe a indústria de tecnologia não como instrumento produtivo, mas como uma ótima fonte de renda - através dos impostos, naturalmente.

Agir dessa maneira não é a opção mais inteligente para quem pretende trilhar o caminho do Primeiro Mundo.

Pelo contrário. Abaixar tributos talvez seja mais útil. Como lembra Amaral, o mercado de PCs era dominado pelos produtos piratas.

O quadro se inverteu somente nos últimos anos, depois da desoneração de impostos (PIS, Cofins, ICMS etc.). Foi bom para a importação legal e para os fabricantes nacionais. Por que não incrementar essas medidas e adotá-las em outros setores? Mistérios.

- Diferentemente de outros países em desenvolvimento, nós tributamos fortemente a produção e o consumo - diz Amaral. - Basta ver que, no desenvolvimento da tecnologia nacional há também uma alta carga tributária sobre emprego e sobre as vendas.


No fim das contas, o recado é um só: encarecer tecnologia é burrice.

Jogo perigoso

Está rendendo muita discussão o projeto de lei que quer proibir importação e venda de games violentos no país. Leitores do GLOBO, pelo jeito, não embarcaram na conversa. Alguém sugeriu a criação do jogo "One day in Brasília", que gira em torno de muita corrupção. Inspirado em fatos reais. Confira em .

De olho

Chegou a 3.470 o número de chineses presos por alimentarem sites pornográficos, somente este ano. De acordo com a agência oficial de notícias do país, o governo conseguiu apagar da rede mundial cerca de sete mil sites pornográficos.
O mais difícil, no entanto, é detonar a pirataria, diz o site Info.

Um comentário:

  1. Anônimo11:22 PM

    Hello !.
    might , probably curious to know how one can make real money .
    There is no need to invest much at first. You may start earning with as small sum of money as 20-100 dollars.

    AimTrust is what you thought of all the time
    AimTrust incorporates an offshore structure with advanced asset management technologies in production and delivery of pipes for oil and gas.

    It is based in Panama with offices everywhere: In USA, Canada, Cyprus.
    Do you want to become a happy investor?
    That`s your choice That`s what you desire!

    I feel good, I started to get real money with the help of this company,
    and I invite you to do the same. It`s all about how to select a proper companion utilizes your funds in a right way - that`s AimTrust!.
    I earn US$2,000 per day, and my first investment was 500 dollars only!
    It`s easy to get involved , just click this link http://imegimotu.100megsfree5.com/uwewad.html
    and lucky you`re! Let`s take our chance together to become rich

    ResponderExcluir