Os papéis de empresas do setor tiveram valorização média de 211,4% na Bolsa paulista, de acordo com levantamento realizado pela consultoria Economática. Em segundo lugar, estão as ações de eletroeletrônicos, que apresentaram ganhos médios acumulados de 167,8% neste ano, até o dia 23. Esses aumentos ficaram bem acima da valorização de 80% do Ibovespa, índice que reúne as 62 ações brasileiras mais negociadas na Bolsa paulista. No ano passado, empresas do setor de construção foram das que mais sofreram com a crise nos mercados financeiros, em razão da falta de recursos para financiamentos imobiliários. O que impulsionou os ganhos das empresas do setor neste ano foi o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida criado pelo governo federal, além de outras medidas tomadas em razão da crise. "O governo liberou compulsórios, criou o fundo garantidor e manteve os juros baixos, para dar mais liquidez ao mercado", diz Ricardo Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora. "Com o incentivo do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, as fontes de financiamento ficaram mais fáceis", completa Martins. As iniciativas governamentais para aumentar a demanda por moradias, associadas ao incentivo fiscal para a compra de materiais de construção, também foram responsáveis pela recuperação dos papéis do setor na Bovespa, acrescenta Pedro Gaudi, analista de investimento da SLW Corretora. Já o setor de eletroeletrônicos, que foi o segundo que mais apresentou ganhos na Bolsa paulista, foi beneficiado "pelo aumento da demanda por computadores e pelo dólar favorável para as empresas importadoras de matéria-prima", de acordo com Gaudi. Entre os destaques negativos, está o setor de petróleo e gás, que teve valorização de 71,7% -abaixo da registrada pelo índice Ibovespa. É consenso entre os analistas que a capitalização que a Petrobras fará no ano que vem gerou incertezas no mercado. A notícia fez com que os papéis do setor apresentassem desempenho abaixo do que o registrado pelo Ibovespa neste ano.
"Com o incentivo do Minha Casa, Minha Vida, as fontes de financiamento ficaram mais fáceis" RICARDO MARTINS gerente de pesquisa da Planner
"Quando a crise surgiu, já estavam em andamento medidas do governo para impulsionar a demanda por moradias" PEDRO GAUDI analista de investimento da SLW
Para onde olhar em 2010... na economia
"Olharia para a balança de transações correntes e para o deficit fiscal" CANDIDO BRACHER presidente do Itaú BBA
EMPREENDEDOR DA HISTÓRIA Não era bem assim a história de que a economia do Brasil Colônia se resumia ao latifúndio agrário-exportador; de que a riqueza ia para fora e aqui deixava um mercado muito limitado, segundo Jorge Caldeira. Em "História do Brasil com Empreendedores" (editora Mameluco, 334 págs.), o escritor tem outra história para contar, diferente da propagada, de um lado, por marxistas, como Caio Prado Júnior, e, de outro, conservadores. Caldeira parte do empreendedor para entender o país. A economia brasileira, em 1800, crescia a taxas maiores que as de Portugal, apesar de o governo trabalhar contra ela, concluiu Caldeira. No Brasil colonial já havia gente que, em busca de enriquecimento, se dedicava à produção independente. As trocas, atestam documentos da época, geraram um mercado sofisticado, mesmo quando não havia muitos europeus nem moeda. "Homens livres conseguiram criar um mundo de grande troca de mercadorias. Uma figura como Guilherme Pompeu de Almeida (1600-1680), considerado latifundiário, era, na verdade, um grande empresário." |
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