sábado, dezembro 19, 2009

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Eólica ajuda imagem do país na COP-15

FOLHA DE SÃO PAULO - 19/12/09

Um setor brasileiro que estava se sentindo bem na foto na 15ª Conferência do Clima das Nações Unidas foi o de energia eólica, "coqueluche" na geração de energia e a que mais cresce em todo o mundo. O Brasil é um dos maiores potenciais eólicos do planeta.
Com o leilão de eólicas, considerado positivo, ocorrido no início da semana, quando começou a esquentar a COP-15, executivos já miram os próximos passos, os leilões de 2013 e 2015, que devem priorizar a hidrelétrica. Sem contar o mais ousado dos passos, Belo Monte.
As licenças ambientais para a obra ainda não saíram, mas o setor estava otimista. "Vai sair", disse Maurício Tomalsquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética.
Mais de 80% das emissões de gases de efeito estufa na Europa e nos EUA se devem à produção e ao uso da energia. No Brasil, menos de 20% das emissões têm essa origem.
O Brasil, por ter baixo consumo per capita de energia e uma matriz energética renovável, é um país com baixa emissão per capita de gases de efeito estufa.
Cada brasileiro é em média responsável por emissão cerca de dez vezes menor que cada americano e quatro vezes menor que cada europeu, considerando só o uso de energia, segundo Tomalsquim. O desmatamento é o maior problema do Brasil, que é o líder mundial na participação da geração de renováveis na matriz energética.
"A discussão forte que se faz na COP-15 ajuda na decisão brasileira de usar a eólica como a energia mais limpa, econômica, renovável e confiável para ser a parceira ideal da hidroelétrica e dar segurança ao sistema brasileiro", diz Lauro Fiuza Jr., da Abeeólica (associação de empresas de energia eólica).
Para Fiuza, o leilão foi uma demonstração enfática do interesse do governo em comprar energia eólica e dos investidores que venderam a R$ 148 por MWh (valor médio do leilão).
Segundo Augusto Rodrigues, diretor da CPFL, "a produção tem de ser alta para aguentar esse preço de R$ 150". A empresa decidiu entrar em energia verde há dois anos, se deu bem no leilão e está interessada em aumentar ainda mais sua participação em eólicas.
Fontes do setor em Copenhague comentavam a entrada de novos players no mercado e ausência de grandes que ganharam no leilão.

NADANDO EM INVESTIMENTO

O grupo SuperClubs resolveu trazer de volta à mesa seus projetos de resorts que ficaram estacionados por conta da crise e agora têm o estímulo dos eventos esportivos que o país receberá nos próximos anos. O ano de 2009 não teve nenhuma inauguração, mas em 2010 serão lançados empreendimentos em Búzios, Recife, Maceió e São Paulo, com investimentos de R$ 180 milhões, segundo Xavier Veciana, diretor-geral do SuperClubs no Brasil. O grupo também está presente, com 4.400 quartos, em Cuba, República Dominicana, Bahamas, Panamá e outros.

DECOLAGEM
Odebrecht acaba de assinar contrato com o Ministério dos Transportes de Moçambique para projeto e construção do Aeroporto Internacional de Nacala, investimento de US$ 111 milhões. As obras começam em 2010. O aeroporto será construído no local de uma antiga base militar. O objetivo é que se torne referência para voos da Ásia à América.

PÓS-CRISE
O desenvolvimento da América Latina pós-crise será debatido no Laporde, de 11 a 15 de janeiro, evento da Universidade de Cambridge organizado no Brasil pela Escola de Economia de SP da FGV com a Fapesp e a Ordem dos Economistas do Brasil. Jomo K.S, da secretaria de desenvolvimento econômico das Nações Unidas, é um dos palestrantes.


DINAMARQUESAS

NÃO ESQUENTA
"Nossas quatro prioridades para 2010 são empregos, empregos, empregos e empregos", teria dito o presidente Barack Obama ao presidente Lula, anteontem, segundo interlocutores do chefe de Estado brasileiro. Obama teria pesquisas de opinião que indicam que o eleitorado americano não esquenta muito a cabeça com o tema das mudanças climáticas.

MAIS EMPREGO
Na mesma linha, o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), por sua vez, também ouviu em Copenhague, do presidente de uma das maiores ONGs americanas, que Obama teria dito ao ambientalista que se quisessem avanços no combate a mudanças climáticas, que buscassem alternativas para criar empregos na economia verde.

NA FLORESTA 1
Ontem, pela manhã, o governador amazonense, Eduardo Braga (PMDB), ainda se dizia otimista com a possibilidade de saírem recursos para as florestas do mundo todo.

NA FLORESTA 2
"São US$ 3,5 bilhões ao ano que já estão na mesa. Mas poderá chegar a US$ 10 bilhões", afirmou o governador do Amazonas. "Uns vão querer depositar no Fundo Amazônia, outros, de formas diferentes."

LUZ NO FIM DO TÚNEL
Quem estava animada anteontem à noite era a ministra Dilma Rousseff, chefe da delegação brasileira em Copenhague. "Finalmente, eu começo a ver uma luz no fim do túnel", afirmou a ministra da Casa Civil a interlocutores.


Classes C e D usarão 13º para pagar dívidas neste ano, diz pesquisa

Mais da metade dos paulistanos das classes C e D irá destinar o seu 13º salário para o pagamento das dívidas neste ano. Cerca de 53% necessitarão do recurso para saldar as dívidas do banco, com cartões de crédito e com cheque especial, ou para o pagamento de outros endividamentos da família.
A conclusão é de pesquisa realizada pela Quorum Brasil, entre os dias 18 e 30 de novembro, com mais de 200 entrevistas no Estado.
"O indivíduo das classes mais baixas vinha se acostumando à ascensão do consumo e não percebeu que a crise foi consumindo seu orçamento. Agora deve usar seu 13º para pagar o endividamento que assumiu no ano", diz William Horstmann, sócio da Quorum.
Nas classes A e B, apenas 26,6% usarão seu 13º para o mesmo fim. O principal destino do recurso entre as famílias mais ricas são viagens ou passeios. Entre os mais pobres, menos de 8% investirão o dinheiro no lazer neste ano.
Outros 13% das classes A e B dedicam o recurso à casa, com reformas e decoração, contra apenas 6% que fazem o mesmo nas classes mais baixas.
Outra função importante do 13º é a poupança, lembrada por 23,4% das classes C e D, ante 16,7% das classes A e B.

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