O tempo de Ciro RENATA LO PRETE FOLHA DE SÃO PAULO - 25/11/09 Enquanto muitos petistas continuam a apostar todas as fichas no transplante de Ciro Gomes (PSB) para a eleição em São Paulo, outros no partido olham os resultados da recém-divulgada pesquisa CNT-Sensus e ponderam que, dada a robustez dos números do deputado, mais o fato de que Dilma Rousseff não é diretamente beneficiada nos cenários que o excluem, fica difícil derrubar o argumento cirista segundo o qual Lula estaria mais bem servido com dois candidatos. Para completar, lembram esses petistas, o final de março não é data-limite para Ciro, diferentemente do que acontece com José Serra (PSDB) e com Dilma, que têm de se desincompatibilizar. O deputado pode, em tese, arrastar essa novela até junho. Em aberto - Também a senadora Marina Silva (PV), com desempenho pouco animador na pesquisa, tem até junho para decidir sua vida. Ele não - De namoro com Marina, o PSOL implica com o ‘verde’ Zequinha Sarney. Exemplo - Em Estados como Ceará, Rio Grande do Sul e Paraná, o PT deve antecipar a posse dos novos presidentes locais, eleitos com votação muito expressiva. Será mais um fator a pressionar Ricardo Berzoini, que em princípio entregaria o comando nacional do partido a José Eduardo Dutra apenas em fevereiro. Fôlego - Em Minas, a perspectiva de segundo turno anima os apoiadores de Patrus Ananias, que vinha perdendo terreno para Fernando Pimentel na disputa pela vaga de candidato do PT ao governo. “Independentemente do resultado, minha candidatura está posta”, afirma o ministro. “Se a solução tiver de vir pelas prévias, tudo bem. Elas fazem parte da tradição do partido”. Argumento - O grupo de Lindberg Farias, pró-candidatura própria ao governo do Rio, pretende usar declaração de Dilma Rousseff prevendo mais de um palanque em alguns Estados como bandeira no segundo turno da eleição interna. Quem faz contas, porém, aposta na vitória de Luiz Sérgio, favorável à aliança com Sérgio Cabral (PMDB), e na candidatura do prefeito de Nova Iguaçu ao Senado. Carona - No Pará, a corrente Democracia Socialista, de Ana Júlia, desistiu de lançar chapa e apoiou a recondução de João Batista ao comando do PT local. Vencedor com mais de 90% dos votos, ele prometeu dar aval à reeleição da governadora e lançar o deputado Paulo Rocha ao Senado. Trilho - Em encontro com Paulo Bernardo (Planejamento), Gilberto Kassab (DEM) pediu apoio do governo federal a uma emenda ao Orçamento de 2010 com recursos para metrô de superfície na região da avenida Celso Garcia. O ministro conversou com Lula, que deu sinal verde. Preventiva - Prevista para entrar em vigor somente em janeiro de 2011, a medida provisória que concede incentivos para empresas automobilísticas no Norte e no Nordeste já chegou ao Congresso. Microfone - O próprio Carlos Minc (Meio Ambiente) contou: ontem foi a 48a vez que o ministro esteve em audiência pública no Congresso. Atômico - Em meio aos protestos pela visita do iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o ministro Sérgio Resende (Ciência e Tecnologia) informou que Dilma Rousseff passou a cadeira de presidente do conselho que discute questões nucleares brasileiras para o novo ministro e embaixador Samuel Pinheiro Guimarães (Assuntos Estratégicos). Corpo a corpo - Assessor do Ministério da Cultura, Paulo Brum foi o autor da panfletagem no Senado que gerou polêmica por defender deputados que votaram a favor do ‘Vale-Cultura’. ‘Apoie o parlamentar do seu Estado que vota pela Cultura’, dizia o texto dos 4.500 folhetos. Tiroteio Se o Planalto não vê nada de errado em colocar um avião da FAB à disposição dos amigos de Lulinha, deveria ao menos divulgar a agenda desse encontro tão importante para o país. Do deputado PAULO BORNHAUSEN, sobre carona dada no Sucatinha ao filho do presidente e 15 acompanhantes; segundo o governo, o grupo teve encontro com Lula. Sem enrolação Na série de reuniões que o governo tem feito para tratar de investimentos de infraestrutura nas cidades-sede da Copa de 2014, ontem foi a vez de Salvador. Ministro do Esporte, o baiano Orlando Silva começou por saudar o petista Jaques Wagner: - O governador do Estado onde começou o Brasil! Depois afagou o peemedebista João Henrique: - Prefeito da cidade mais bela do Brasil! Desconfiado da profusão de belas palavras, Jaques Wagner achou melhor ir direto ao ponto: - Isso tudo é para não liberar os recursos? |
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