sábado, outubro 24, 2009

PAINEL DA FOLHA

PMDB na balança

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/10/09

O mapa da convenção que decidirá, em junho, se o PMDB marchará mesmo com Dilma Rousseff (PT) mostra o peso excepcional de cinco Estados, nesta ordem: Rio, Minas, Paraná, Ceará e Pará. Dadas as peculiaridades da geopolítica peemedebista, eles somam 40% dos 805 votos da convenção.
Desses cinco, o Ceará é o único em que a disputa regional com o PT está mais ou menos equacionada. Nos outros quatro ainda há muito conflito a mediar. A boa notícia para Dilma é que São Paulo, Pernambuco e Bahia, Estados em que a possibilidade de acordo é remota, têm peso menos expressivo (SP, por exemplo, responde por menos votos do que Goiás).



Memória. Em 2006, a convenção do PMDB ocorreu sob ameaça de contestação judicial e terminou com placar de 351 votos a 303 a favor da ala governista, que enterrou a intenção de Anthony Garotinho (hoje no PR e aliado de Lula) de concorrer à Presidência.

Ai, que calor! A República em peso suou em bicas durante a posse de José Antonio Toffoli no STF. Uma pane de energia nos arredores deixou o tribunal sem ar-condicionado durante a cerimônia.

Pé na estrada. Residentes em Marília, no interior paulista, familiares do novo ministro do Supremo fretaram um ônibus para ir a Brasília prestigiar a posse.

Carona. Já o advogado José Carlos Seixas, tio de Toffoli, foi de avião com José Serra (PSDB). O governador levou também seu secretário da Justiça, Luiz Antônio Marrey, o secretário de Transportes e de Serviços da prefeitura paulistana, Alexandre Moraes, e o advogado Ricardo Penteado.

Não foi. Chamou a atenção a ausência de Marco Aurélio Mello. O ministro tinha compromisso previamente assumido em SP. As posses no Supremo costumam ocorrer de terça a quinta, dias de sessão.

Concorrido. Foram distribuídos 3.200 convites para o evento de ontem, número comparável apenas ao da cerimônia que levou Gilmar Mendes à presidência do tribunal.

Para ontem. Enquanto o PSDB empurra a definição do candidato ao Planalto, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) vão iniciar uma temporada de viagens. "Não dá mais para falar só para os militantes dos nossos partidos. Eles precisam interagir com a sociedade, falar com os que estão fora", defende o presidente da sigla, senador Sérgio Guerra (PE).

Telinha. O PT anuncia, na próxima terça, a rádio e a TV que funcionarão no site do partido. Até a semana passada, foram desembolsados R$ 480 mil na montagem de um estúdio na sede em Brasília.

Candidato. O senador Lobão Filho (PMDB-MA) trabalha para ser vice na chapa reeleitoral da governadora Roseana Sarney (PMDB) no Maranhão. Ele é réu no Supremo, sob acusação de manter uma TV pirata. Ela responde a processo na Justiça Eleitoral.

Vespeiro. A pedido de Carlos Minc (Meio Ambiente), a área técnica do ministério apresenta nos próximos dias proposta de redução de emissões de gases-estufa na região do cerrado e no setor da siderurgia. O encontro com Lula para bater o martelo sobre a meta brasileira que será apresentada na reunião do clima em Copenhague será dia 3.

Chumbo trocado. Se os ruralistas, em sua maioria "demos", articulam-se para quebrar os sigilos bancário e fiscal de entidades ligadas aos sem-terra na CPI do MST, na bancada do PT a ordem é juntar votos para tentar fazer uma devassa nas contas da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), chefiada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).


com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Se a oposição continuar a protestar contra as viagens do Lula, vai obrigá-lo a se licenciar do cargo para fazer apenas isso. Não sei se é uma ideia muito inteligente da parte deles."

Do senador ALOIZIO MERCADANTE (PT-SP), sobre as reações negativas aos três dias de caravana presidencial para visitar as obras de transposição do rio São Francisco.

Contraponto

Liberou geral Até dias atrás o segundo homem na hierarquia do Ministério das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães é também um dos mais temidos professores do Instituto Rio Branco, formador dos quadros do Itamaraty. Quase nenhum aluno se atreve a responder quando ele faz a pergunta que acabou se tornando um bordão:
-Estou certo ou errado?
Pouco antes de deixar o cargo para virar ministro de Assuntos Estratégicos, Guimarães arrancou risadas dos alunos ao fazer sua pergunta tradicional e acrescentar:
-Olhem, a partir de hoje, vocês podem se considerar autorizados a dizer que eu estou errado!

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