domingo, outubro 18, 2009

MERCADO ABERTO

"Governo deve mexer primeiro nos compulsórios"

CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 18/10/09


"Acho possível que o governo mexa nos compulsórios antes que nos juros." A afirmação é de Antonio Quintella, presidente do Credit Suisse no Brasil. O mais provável é que ocorra uma lenta recuperação da atividade econômica, segundo o presidente do banco, mas que ela se acelere ao longo dos próximos anos.
Leia a seguir trechos da entrevista concedida na sede do banco, em São Paulo, por Quintella, que disse nunca ter estado tão animado com as perspectivas para o país quanto atualmente.

MERCADO DOMÉSTICO
Os Fundos Soberanos e as grandes empresas querem estar no Brasil. É extraordinário ver esse movimento. O mercado doméstico é um mercado relevante e diversificado.

MEIRELLES
Não obstante as críticas sobre os juros altos, o trabalho do Banco Central foi bem feito. A saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em algum momento, não muda o posicionamento do BC. A motivação para mudar a orientação da política econômica não parece provável. Por que a gente optaria por um ambiente de inflação muito mais alto?

REGULAÇÃO
Dificilmente, o sistema financeiro vai voltar a operar com a alavancagem com que operou nos últimos anos. Nem os reguladores, nem a administração, nem os acionistas das grandes instituições financeiras vão permitir de novo um ambiente em que os bancos concentrem muito risco e que se volte a operar com a alavancagem desses últimos anos

PETRÓLEO 1
Escritórios de advocacia já se movimentam para estudar os aspectos jurídicos do pré-sal e responder às demandas de empresas interessadas em investir na exploração. O Demarest e Almeida criou grupo especial para o tema. O Lefosse, que opera em parceria com a banca inglesa Linklaters, transferiu ao Brasil um de seus especialistas em projetos de energia.

PETRÓLEO 2
Por enquanto, as dúvidas envolvem principalmente a unitização (compartilhamento das reservas de petróleo entre duas áreas de concessão distintas), diz José Virgílio Enei, do Machado, Meyer, Sendacz e Opice. "Questões contratuais e tributárias são foco. Mas enquanto nada se resolve, investimentos estão represados", diz Lauro Celidonio, do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga.

ENDEREÇO 1
A seguradora Porto Seguro e a empresa mineira de TI Winparts estão em disputa judicial por conta de uma sequência de erros na contratação do seguro da fábrica em Varginha (MG), de acordo com a Winparts. Em vez de assegurar a unidade nova, a apólice garantia a proteção contra um prédio antigo da empresa, falha que passou despercebida durante a assinatura do contrato.

ENDEREÇO 2
A instalação da Winparts foi danificada por um incêndio no ano passado e o erro foi percebido quando a empresa acionou o sinistro, de R$ 3,5 milhões. Em julho, a companhia entrou na Justiça para cobrar uma indenização da seguradora. A Porto Seguro confirma o caso, mas diz que apenas se pronunciará sobre o assunto quando for tomada uma decisão judicialREGULAÇÃO
Dificilmente, o sistema financeiro vai voltar a operar com a alavancagem com que operou nos últimos anos. Nem os reguladores, nem a administração, nem os acionistas das grandes instituições financeiras vão permitir de novo um ambiente em que os bancos concentrem muito risco e que se volte a operar com a alavancagem desses últimos anos.

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