quarta-feira, outubro 21, 2009

ARI CUNHA

Quem vai entender!

CORREIO BRAZILIENSE - 21/10/09


Diz a sabedoria que se arrepende quem fala mal da Justiça. Sem ela, o ser humano desaparece, os valores se escondem. A massa se desorganiza. Falta para quem apelar. Por isso é louvável a iniciativa do presidente Gilmar Mendes ao caracterizar como campanha eleitoral as viagens do presidente Lula e de dona Dilma Rousseff.

“Nem o mais cândido dos ingênuos acredita que isso é inauguração de obras pelo país.” Pela palavra, o presidente Gilmar Mendes adverte os setores políticos. O presidente do Supremo não propaga como “inconsciência” dos que apostam na desorganização brasileira.

Demais partidos estão conscientes dos fatos. Não adotam o mesmo sistema. Seria tumultuar as eleições. E não é isso o que desejam eleitores. Com a palavra de Gilmar Mendes, talvez a coisa mude de sentido. Afinal, o presidente da Suprema Corte não fala sem conhecimento de causa. Fala devagar e não escorrega no texto, como alguns querem que aconteça.

O juiz Aloísio Sergio de Oliveira cassou 13 vereadores de São Paulo. O motivo é que esses candidatos receberam dinheiro de sindicatos, o que é totalmente condenável. A tentação venceu, e os candidatos apertaram o juízo. E a consciência também. Encontram a saída. Foi uma empresa de construção de imóveis que prestou a “atenção cordial” aos candidatos. Mas o episódio foi considerado contra a lei. A união dos empreiteiros progrediu em campo aberto. Ocorre que a Justiça de São Paulo detectou a maldade e puniu candidatos. Todos terão direito a recursos, mas o crime está configurado até que a sentença desfaça a medida recomendada.

Candidatos do PSDB e do DEM são os indiciados. Já os petistas estão isentos, porque não incidiram no mesmo erro. A totalidade isenta não é sinal de correção na política brasileira. Pelo menos fizeram a coisa dentro do sistema eleitoral.

A política eleitoral segue caminho na intenção de desvendar o que acontece. É dessa forma que vai dar trabalho. Se o Partido dos Trabalhadores sai na frente desafiando autoridades do Judiciário, não é bom indício. A panela de alguns políticos de outros estados começa a ferver.

Do Pará não chegam as melhores notícias. No Amapá só se fala na próxima candidatura do presidente do Senado. Forma-se outra embrulhada. Mas Deus é grande. Tomara que faça vir os ventos benfazejos modificando nosso panorama. Com a paz, já estaríamos longe e em progresso compulsivo.


A frase que não foi pronunciada

“Enquanto a oposição se inscreve, estamos perto da fita na corrida dos 100 metros rasos para as eleições
.”
» Presidente Lula pensando, com um sorriso, antes de adormecer.



Conclusão

» “Nosso dinheiro” é o nome da campanha preparada pelo Banco Central. A intenção é combater o dinheiro falso. O problema é que o lojista ou o consumidor, ao receber uma nota falsa, não pode trocar no Banco Central. O prejuízo continua.

Carepa

» No Pará brota a ponta de um escândalo que vai render. A senadora Kátia Abreu, à frente dos agricultores, quer intervenção no estado. Por sua vez, Gilmar Mendes, presidente do Supremo, tenta entender a razão das centenas de decisões judiciais pela reintegração de posse dos produtores não cumpridas. Só a governadora Ana Carepa tem a resposta.

Projetos

» Por falar em Pará, o estado recebeu R$ 115 milhões do governo federal para investir em segurança pública. Dentro do projeto Pronasci há áreas adotadas pelo
Ministério da Justiça como “território de paz”.

Retrato

» William Clementino, da Contag, sugere, em entrevista, que o parlamento faça uma CPI para saber de onde veio o dinheiro que a CNA usou para pagar a pesquisa do Ibope. O resultado foi um estímulo à CPI do MST. Setenta por cento dos assentamentos não geram renda. Por falta de crédito e de assistência técnica.


História de Brasília

O plano de mudança dos invasores da Cidade Livre para o Gama é uma obra que precisa ser realizada. Há informações de que estão sendo organizados comitês distritais do PDC no Núcleo Bandeirante, para que isso influencie na opinião do presidente da República e do prefeito de Brasília. (Publicado em 11/2/1961)

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