segunda-feira, setembro 28, 2009

TODA MÍDIA

A tensão cresce

NELSON DE SÁ

FOLHA DE SÃO PAULO - 28/09/09


"Governo interino" dá ultimato para Brasil "definir situação de Zelaya"; Lula não reconhece ultimato de "governo golpista"; então "governo interino" proíbe entrada da OEA e repete ultimato ameaçando "retirar status de embaixada"; depois, suspende a liberdade de imprensa, entre diversos direitos constitucionais.
De hora em hora, ações e reações tomaram as manchetes de Folha Online e Reuters Brasil e de portais como UOL e G1. Com intervalos para o futebol, é também o que comanda buscas por Yahoo News, Google News, via agências que avisam: "A tensão cresce".

O "New York Times", dos poucos fora da América Latina a dar atenção, tem dois enviados procurando alternativas. Fechou a semana com "Batalha ecoa com barulho na mídia". Destaca comerciais de TV do governo denunciando até "plano terrorista".
Relata que, "mesmo antes de Zelaya ser derrubado por um golpe, TVs e jornais, de um punhado de ricos empresários, se opunham a ele". E agora podem "até caluniar", dizendo que "o Brasil promete reinstalar Zelaya em troca de cadeira no Conselho de Segurança da ONU". Na "guerra de mídia, a voz do governo é mais elevada, mas Zelaya é habilidoso". E tem pelo menos uma rádio a seu lado, a Globo.


PROMESSAS

Ricardo Stuckert/ blog.planalto.gov.br

Lula no Blog do Planalto

Os jornais de EUA, Europa, China reagiram sábado ao G20. No "NYT", "Líderes prometem redesenhar a economia global". No "Washington Post", entre outros textos, "Move over, G8", saia da frente. No "Wall Street Journal", "Nações concordam em coordenar as políticas umas das outras", mais a análise "Mudança para grupo maior arrisca acordos mais fracos".
No "Financial Times", "Ceticismo sobre promessa de uma nova era". Até o estatal "China Daily" foi contido.


SOBE, SOBE
independent.co.uk


Sob o título "A ascensão e a ascensão do Brasil: mais rápido, mais forte, mais alto", o "Independent" publicou duas páginas, do correspondente Hugh O'Shaughnessy, apontando o favoritismo para os Jogos de 2016. Diz que na sexta "o voto pode ser um marco na jornada do Brasil para deixar de ser o eterno país do futuro". Cita a popularidade, o G20, a resistência ao "impostor" de Honduras etc.

VAI AGUENTAR?
Em longa reportagem, a "Time" trata dos Jogos de 2016 com uma pergunta, no título, "O Rio vai aguentar?". Também vê o país favorito e até destaca que, "Se a vida é justa, o Brasil será escolhido".

COMO FAZER
Na alemã Deutsche Welle, sobre a cúpula América do Sul-África, "Brasil ensina aos vizinhos o comércio com a África", ele que há tempos busca "uma nova geografia comercial chamada Sul-Sul".


DIGITAL IMPERIAL

Enquanto Lula viaja pelas Américas, seu ministro das Comunicações anuncia, no topo das buscas em espanhol, que o Brasil "quer unificar TV digital na América Latina". Convenceu Argentina, Chile e Peru, negocia com Equador, Bolívia e Paraguai. Hélio Costa diz que dobra até Uruguai e Colômbia, que já optaram pelo padrão europeu.


PAÍS PARANÓICO

Joe Sharkey, jornalista americano que estava no jato Legacy que se chocou com um Boeing da Gol há três anos e desde então defende os pilotos americanos envolvidos, escreveu sexta no site Editor & Publisher que está sendo processado por difamação por "um cidadão brasileiro e uma viúva de um dos mortos na colisão". Afirma que "os brasileiros querem me arruinar financeiramente" e que, mesmo nos EUA, "todos que escrevem negativamente de um país estrangeiro paranóico estão sob risco".


"MULHERES FRUTAS"

Clone azul do vermelho G1, da Globo, o portal R7, da Record, estreou com a manchete "Senadores queimam 18 anos de gasolina em apenas três meses", com um ranking com DEM, PSDB, PT, PMDB. Também em destaque, uma entrevista com a mulher de Manuel Zelaya e reportagem sobre as "mulheres frutas", com galeria de fotos. Como o G1, o R7 reproduz vídeos editados da rede. O Blue Bus acompanhou a estreia e postou que o portal chegou a sair do ar por "excesso de tráfego".


O COLUNISTA
nytimes.com

O liberal "NYT" deu a morte de William Safire na home, sublinhando ter sido também autor de discursos de Nixon. Foi lembrado por "WSJ", "WP", HuffPost. O Gawker registrou que começou publicitário e era um "nerd das palavras".

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