domingo, setembro 13, 2009

PAINEL DA FOLHA

Parceria do atraso

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 13/09/09

Depois de patrocinar restrições ao uso da internet na campanha e endossar uma emenda de Marcelo Crivella (PRB-RJ) que pretende legislar sobre a metodologia dos institutos de pesquisa, a laboriosa dupla formada por Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Marco Maciel (DEM-PE), relatores da minirreforma eleitoral em votação no Senado, prepara um parecer contrário ao fim das chamadas doações ocultas.
A emenda de número 68, apresentada por Eduardo Suplicy (PT-SP), deverá ser votada em plenário na terça-feira. A doação oculta é a modalidade preferida dos grandes financiadores de campanha, por preservá-los de posterior cobrança pública.

No escurinho - Nas eleições de 2006, as doações ocultas _feitas aos comitês partidários, que depois repassam os recursos aos candidatos_ somaram R$ 85 milhões. No ano passado, R$ 259 milhões.

Seja como for - Ciro Gomes (PSB) segue dizendo a Lula que em 2010 fará ‘o que o presidente quiser’. Mas este já quase não tem esperança de vê-lo abdicar da eleição nacional, disputando o governo de São Paulo. E, seja por estilo, seja por reconhecer o apoio que Ciro sempre lhe deu, não pedirá nada ao aliado.

Pé na estrada - Depois da breve parada pós-fim da radioterapia, Dilma Rousseff (PT) vai retomar a rotina de viagens. A agenda prevê tanto um novo giro para visitar obras do PAC e assinar convênios do Minha Casa, Minha Vida quanto acompanhar compromissos de Lula.

Reinações - Petistas de São Paulo trabalham pelo sucesso da operação do PSB para tentar tirar Gabriel Chalita do PSDB e transformá-lo em um dos dois candidatos ao Senado do campo lulista. Falta avisar Aloizio Mercadante.

Seringal 1 - Pesquisa encomendada pelo PMDB ao Instituto Datasensus mostra que a saída de Marina Silva do PT não abalou o domínio do clã Viana na política do Acre. Para o governo, Tião lidera com 54%, contra 19% de Tião Bocalon (PSDB). Para o Senado, Jorge tem mais de 70%.

Seringal 2 - Os irmãos tiveram recente conversa com Marina. A pré-candidata a presidente disse que seu rompimento com o PT nacional não terá reflexos no Estado. Acrescentou que, para não atrapalhar a dupla, o PV não lançará candidatos nem ao governo nem ao Senado.

Pano rápido - Na viagem que Lula fará a Estocolmo em 6 de outubro, para reunião bilateral com a União Europeia, estava prevista inicialmente uma visita à Saab, fábrica do caça Gripen. Depois das idas e vindas na negociação, a excursão subiu no telhado.

Extremos - Circula no governo um apelido criado para dar conta tanto da modesta estatura física quanto do grande ego do chanceler Celso Amorim: ‘megalonanico’.

Memória - Em 1995, durante a passagem anterior de Marcos Vinícius Neder de Lima pela Fiscalização da Receita, foi editada a portaria 500, que centralizou em Brasília a seleção de contribuintes a serem fiscalizados. Lima voltou à subsecretaria da área depois da efetivação de Otacílio Cartaxo na chefia do órgão.

Doril - Após a troca de Lina Vieira por Cartaxo, praticamente desapareceu a pressão do Ministério da Fazenda para que o preenchimento de cargos de confiança na Receita se dê pelo chamado PSI (Processo Seletivo Interno).

Blitz - A Corregedoria do Ministério Público abriu sete processos para investigar a conduta de promotores citados no relatório final da CPI dos Grampos, que funcionou na Câmara. São quatro relativos a membros do Ministério Público Federal e os demais referentes a SP, RJ e DF.

Tiroteio

Rio, Espírito Santo e São Paulo não são produtores, e sim Estados com vista para o mar. Mas as plataformas do pré-sal ficam tão longe que não dá nem para ver da orla.

Do deputado RICARDO BARROS (PP-PR), vice-líder do governo, defendendo a discussão, pela Câmara, da distribuição entre todos os Estados dos royalties a serem gerados pelo pré-sal.

Contraponto

Olho no lance - Na noite de quarta-feira, sob pressão exercida ‘in loco’ por suplentes de vereadores, deputados votavam a emenda que ampliou o número de vagas nas Câmaras Municipais. Uns poucos descontentes, como Ivan Valente (PSOL-SP), ainda se animavam a protestar:

- Vão mudar a regra no meio do jogo!

Ao ouvir a queixa, Eduardo Gomes (PSDB-TO), que como muitos ali já ia trocando o plenário pela sala de café, onde um aparelho de TV transmitia os primeiros lances do jogo Brasil x Chile pela eliminatórias da copa de 2010, procurou tranquilizar o colega:

- Não, Ivan, o jogo acabou de começar!

Nenhum comentário:

Postar um comentário