sábado, setembro 26, 2009

ARI CUNHA

O homem nu

CORREIO BRAZILIENSE - 26/09/09


Não começou em poucos dias a crise do Legislativo. O Senado se debate com assuntos que lhe impõem a nudez. É instituição de valor desde o tempo do Império. Enfrentou revezes, vencendo os tempos. Na política moderna, os interesses pessoais assumem força difícil de controlar. Tudo deve ter comando. Dessa forma, cabe ao eleitor a crença de que as coisas se encaminhem. Na política moderna, em todos os instantes se usa o termo democracia como varinha de condão. Democracia é a esperança. O povo sabe disso. O Congresso é desunido. A força do mensalão tolhe a liberdade de muitos parlamentares. O panorama fica difícil. Em outros tempos, o Império agia diferente. Os parlamentares não faziam segredo do que recebiam.


A frase que não foi pronunciada

“Esse negócio de dizer que a gente cresce com a crise está me deixando alto demais.”
Joelisson Fernandes da Silva, 21 anos, pensando enquanto se diverte com a fama de ser o homem mais alto do Brasil



Brado
Tão largado está o Hino Nacional! Na prática, são poucos os que veem algum valor em dedicar um dia da semana nos colégios para cantá-lo. A lei diz que, “nos estabelecimentos públicos e privados de ensino fundamental, é obrigatória a execução do Hino Nacional uma vez por semana” vigora desde 1971. Agora outra lei é sancionada prevendo exatamente a mesma coisa. E o hino que é bom, poucos cantam. Já a bandeira só aparece, com orgulho, no esporte.

Monitorado
Viajar por países que compõem o Mercosul muda pouco. Apesar da novidade na autorização de permanência para os turistas por 90 dias, os países podem ou não admitir o ingresso de pessoas em seus territórios.

Consome dor
Hoje, quando o cliente acaba de pagar as parcelas de um carro, o banco e o Detran fazem a comunicação e acordam sobre o novo dono. A aparente desburocratização nada mais é do que a financeira ter pressa em finalizar o compromisso com o proprietário, que inicia a via-crúcis com vistorias, filas e pagamentos de taxas.

Sustentabilidade
Notícias chegam da Universidade Federal da Amazônia. O pesquisador José Alberto Machado mostra que o Polo Industrial de Manaus é fundamental para manter o nível baixo de desmatamento na floresta. São incentivos para o desenvolvimento econômico sustentável que, com parcerias, contribuem para um crescimento local sem que seja necessário afetar o meio ambiente.

Consciência e lucro
Reciclar baterias e celulares em desuso deveria ser regra para receber o alvará de funcionamento de lojas para operadoras de telefonia. A Claro merece destaque. Passa a recolher em todas as unidades o material para reaproveitamento.

Processo
Primeiro a princesa Diana, agora Gisele Bündchen e Tom Brady sofrem com o assédio de paparazzi. Os fotógrafos não se conformam com o ataque dos seguranças durante o casamento da modelo. A Corte Federal de Nova York está com o caso nas mãos. Se der ganho de causa ao casal, que teve a casa invadida, pode ser que as celebridades tenham um pouco de paz.

Poupança
Enfrentar o sistema bancário nem pensar. É o que tem demonstrado o governo. Há outros meios de conseguir aumento na arrecadação. Taxa alta de juros, Imposto de Renda, impostos embutidos no preço dos produtos. E, agora, taxar as economias da classe média foi a última solução encontrada. O senador Raimundo Colombo lembrou o assunto em plenário.

Nós
Brasil e Índia mais próximos. A parceria entre os dois países foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores. Cultura revigorada. Boas perspectivas para novos filmes. Afinal o indiano Quem quer ser um milionário? venceu oito categorias.


História de Brasília

Purista da língua portuguesa, o presidente Jânio Quadros teria, ao se confirmar a cópia distribuída pelo seu gabinete, cometido um deslize linguístico em seu discurso, por ocasião da transmissão do cargo, na Praça dos Três Poderes. Assim, logo após iniciar a fala, o sr. Jânio Quadros disse: “Recebo, sr. Presidente, de vossas mãos...” E, no 7º parágrafo, S. Excia se refere ao presidente Juscelino na 3ª pessoa do singular, ou seja, V. Excia. (Publicado em 10/2/1961)

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