segunda-feira, agosto 10, 2009

PAINEL DA FOLHA

"Não vou cair sozinha"

RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 10/08/09

Acuada pela denúncia do Ministério Público Federal, Yeda Crusius disse à cúpula do PSDB, no fim de semana, que seu eventual afastamento inviabilizará aliança com o PMDB contra o PT de Tarso Genro em 2010. "Não vou cair sozinha", avisou a governadora gaúcha, cuja administração é suspeita de desviar recursos públicos. "Se existem irregularidades, começaram no governo do PMDB. As pessoas vão saber."
O PMDB é fiador da permanência de Yeda. O partido deve se reunir na quinta-feira para decidir se fica na base aliada. Suas principais áreas de influência são o Banrisul, alvo de CPI, e a secretaria de Habitação, ocupada por indicado do deputado Eliseu Padilha.




Termômetro. No sobe-desce das especulações sobre o papel a ser desempenhado por Ciro Gomes (PSB) em 2010, voltou a ganhar pontos a hipótese vice na chapa de Dilma Rousseff (PT). O movimento começou depois de recente encontro entre Lula e o governador Eduardo Campos (PE), presidente do PSB.

Tudo é relativo. Integrantes do círculo próximo de Dilma defendem a dobradinha com Ciro. Argumentam que, além de ser um nome nacional, ele suaviza, por comparação, a fama de brava da ministra da Casa Civil.

Bebês trocados. Pesquisa feita por governistas no Nordeste indica baixo conhecimento da marca PAC, carro-chefe da campanha de Dilma. "Deram o filho errado pra ela criar", diz um aliado. "O Bolsa Família era mais vistoso".

Irmãos. Evangélica da Assembleia de Deus, Marina Silva tem ligado para lideranças de várias denominações e representantes da Igreja Católica. A senadora petista, convidada a ingressar no PV e disputar a Presidência, termina as conversas sempre com o mesmo pedido: "Ore para que Deus me ilumine e me mostre o melhor caminho".

História. Na quinta-feira passada, aniversário da Revolução Acreana e feriado local, o PT fez reunião o dia todo em Rio Branco para discutir "a revolução que Marina está fazendo", nas palavras de um observador do processo.

Faxina. A vencedora da licitação para limpeza do Senado é a empresa Fiança, que já executava os serviços na Casa e devia R$ 5 milhões à Previdência. O novo contrato é de R$ 8 milhões, um terço do valor do acordo anterior.

Nas ruas. Adesivo visto em carros circulando em capitais como Brasília, Campo Grande e Goiânia: "Não vou engolir nem digerir: Fora Sarney".

Protesto. O serviço de internet do Senado foi alvo de diversos ataques de hackers, especialmente na quarta-feira passada, durante o discurso de José Sarney (PMDB-AP). O Prodasen prometeu blindar o site nesta semana.

Zoológico. Explicação de quem acompanhou a feitura da representação contra Arthur Virgílio (PSDB-AM) para a agressividade dos termos empregados na peça lida por Renan Calheiros (PMDB-AL): "É preciso uma jaula forte para conter o leão".

Afinidades. A despeito da guerra aberta no Senado, o careca Demóstenes Torres (DEM-GO) e o cabeludo Wellington Salgado (PMDB-MG), membros de facções rivais, estão cada vez mais amigos. Vivem de cochicho no plenário e no Conselho de Ética.

E o Senado? A Câmara instalou recipientes com álcool em gel na entrada do plenário para que todos desinfetem as mãos ao entrar e ao sair, precaução para evitar o contágio pela gripe suína.

Aliste-se! O PT abriu uma Jornada Nacional de Formação. O objetivo é capacitar mil pessoas para o partido chegar a março de 2010 com a marca de 100 mil novos filiados.


com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

A demissão sumária de Lina Maria Vieira até agora não foi bem explicada. Com a entrevista, vamos ver se o caso da Petrobras jogará alguma luz.

Do doutor em Ciência Política DAVID FLEISCHER, da UNB, sobre a ex-secretária da Receita atribuir ao presidente Sergio Gabrielli a polêmica da manobra contábil da empresa.

Contraponto

Bolsa-solenidade Lula prestigiou, em 1º de agosto, a formatura de alunos de cursos profissionalizantes para beneficiários do Bolsa Família. Foram chamados ao palco, em BH, os ministros mineiros Patrus Ananias e Luiz Dulci, além de uma penca de políticos locais. O cerimonial "esqueceu", porém, do ex-prefeito da capital Fernando Pimentel, adversário de Patrus na disputa pela candidatura ao governo do Estado.
Percebendo a encrenca, Lula, que pouco antes de subir ao palco conversara a sós com Pimentel, resolveu intervir:
-Vejo que está faltando aqui o companheiro Pimentel. Ele não é mais prefeito, mas continua a ser uma liderança importante. Quando eu não for mais presidente, quero ver se vocês vão arrumar uma cadeirinha pra mim aqui...

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