quinta-feira, julho 16, 2009

PAINEL DA FOLHA

Aliche e mussarela

FOLHA DE SÃO PAULO - 16/07/09

A reação apática da oposição à manobra da tropa de choque de Renan Calheiros (PMDB-AL), que conseguiu emplacar o octogenário Paulo Duque (PMDB-RJ) na presidência do Conselho de Ética, foi precedida de uma reunião de generais do Senado, em caráter reservado, na noite de terça-feira.
A conversa foi na casa do líder do DEM, José Agripino (RN), e reuniu outros quatro líderes: Renan, Arthur Virgílio (PSDB-AM), Romero Jucá (PMDB-RR) e Gim Argelo (PTB-DF). Renan e aliados deixaram claro que vetariam Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) para presidir o conselho. O recado ficou nas entrelinhas: há munição de sobra de ambos os lados, e o melhor seria usar o recesso para ‘acalmar os ânimos’.

Na moita - Renan chegou a negar que tivesse participado da reunião na véspera, apesar de todos os relatos em contrário. O anfitrião Agripino não comunicou o teor da conversa nem no Twitter, no qual é assíduo, nem aos liderados.

Anéis e dedos - Um cacique tucano resumiu o espírito do acordo: ‘Chegou a um ponto que era mais importante ter CPI do que brigar pelo comando do Conselho de Ética’.

Tô fora - Derrotado na tentativa de fazer de Valadares presidente do conselho em aliança com a oposição, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), nem apareceu na sessão que elegeu Duque.

Também quero - Depois de Valadares e João Ribeiro (PR-TO), que renunciaram ao conselho, uma nova baixa pode ser registrada. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) revelou desconforto com a função, pelo fato de integrar a Mesa Diretora da Casa.

Piada pronta - Um dos integrantes de ‘Os Trapalhões’, o humorista Dedé Santana procurou ontem o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) no plenário. Ele quer ser candidato a deputado federal pelo partido, no Paraná.

Valet Parking - Além de alugar suas instalações para toda sorte de eventos, a Fundação Sarney, novo foco da crise no Senado, também cedia o estacionamento do Convento das Mercês para um bar-restaurante vizinho.

Faxina - Depois dos novos seguranças terceirizados, o Senado anunciará em breve abertura de licitação para a contratação de empresa para executar serviços de limpeza. Ambos os serviços vinham sendo prestados por meio de contratos prorrogados sem nova concorrência.

Secreto - No processo de varredura dos contratos do Senado, técnicos foram procurar a documentação da empresa Aval, que abocanhou R$ 18,7 milhões para executar serviços de informática. E descobriram que o contrato sumiu.

Merendeiras - Com o encerramento do contrato da empresa fornecedora de café, a Câmara vive uma crise de abastecimento pré-recesso. Alguns gabinetes, cujas secretárias levam garrafas térmicas de casa, têm fila na porta.

Torneira... - Diferente dos anos anteriores, a marcha não contou com o patrocínio de estatais. ‘Fiquei constrangido quando, em outros anos, soou que o governo estaria financiando o evento. Somos autônomos’, disse o presidente da entidade que comanda a marcha, Paulo Ziulkoski.

... fechada - Em fevereiro, o Planalto promoveu o ‘seu’ encontro de prefeitos. Os custos, na ocasião, foram superiores a R$ 2 milhões.

Tiroteio

O presidente Lula redunda quando diz que em seu governo não há compadrio: todo mundo sabe que ele prefere ter cúmplices a compadres.
Do deputado estadual RICARDO MONTORO , secretário municipal de Participação e Parceria de São Paulo, sobre os elogios de Lula ao senador Fernando Collor de Melo (PTB) em evento em Alagoas.

Pena de ouro - O ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) pegou emprestada a caneta de Marcio Fortes (Cidades) na Marcha dos Prefeitos. ‘Essa caneta vale muito’, brincou. ‘Vale R$ 1,5 bilhão’, respondeu Fortes, numa referência ao valor do desconto na contrapartida das obras do PAC, anunciado durante o evento.

Contraponto

Comunicação inadiável

Presidente em exercício da Câmara dos Deputados e responsável por comandar a votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o deputado Marco Maia (PT-RS) esclarecia pontos da proposta em entrevista a jornalistas no Salão Verde, na terça-feira à noite.
Depois de tirar dúvidas sobre a tramitação da matéria, ele despertou a curiosidade dos repórteres ao se queixar:
- Bah, mas eu estou com um problema sério!
Todos pensaram que se tratava de uma dificuldade em votar a LDO e quiseram saber de que se tratava.
- Nasceu uma espinha na ponta do meu nariz -, disse, com naturalidade. -E eu não sou mais guri!

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