quarta-feira, julho 08, 2009

INFORME JB

Real pacifica inimigos de 1994

Vasconcelo Quadros

JORNAL DO BRASIL - 08/07/09

Se algum estrangeiro assistiu, ontem, no Senado, à sessão comemorativa dos 15 anos do real, deve ter ido embora pensando que tucanos e petistas formam um só partido e que o Brasil é uma das democracias mais evoluídas do mundo. Crítico feroz do plano, em 1993, o senador Aloizio Mercadante (foto), líder do governo, fez o mea-culpa. Disse que é inegável o avanço do país e que Fernando Henrique Cardoso e Lula fizeram um Brasil melhor. Prendeu a atenção do homenageado ao pregar que é hora de o governo e a oposição evoluírem, reconhecendo o que cada um fez de bom para o país. Para quem não lembra, o PT bombardeou o real na campanha de 1994, classificando o plano de eleitoreiro.

Troco Real 2

Ovacionado por todos os partidos, Fernando Henrique aproveitou a deixa para recomendar que as palavras sobre evolução política sejam levadas ao atual inquilino do Palácio do Planalto. "Devem ser ditas a quem pode. Sempre que estive lá, tentei".

FHC pregou uma nova agenda para discutir o futuro do país, com decência na política, preservação do meio ambiente, revolução educacional e um pacto em que o frugal substitua as miudezas políticas. Obras que ele e Lula não conseguiram tocar.

Armistício

Um importante dirigente do PT sugeriu que Fernando Henrique e Lula conversem mais sobre o futuro do país porque, afinal, nenhum dos dois é candidato em 2010. O ex-presidente quer primeiro que Lula admita que o real é o alicerce da estabilidade. "Ele usou o real e ainda não reconheceu. Não disse uma palavra até agora", provocou FHC.

Eram homônimos

Depois de 40 dias da tragédia, a Polícia Federal e a Abin confirmam: havia, sim, suspeitas de que entre os passageiros do voo AF-447 pudessem encontrar-se alguns terroristas. Os dois órgãos fizeram um verdadeiro pente-fino para confirmar que três ou quatro nomes eram, na verdade, homônimos de terroristas árabes procurados.

Cara pálida

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado vai pegar fogo hoje. O senador Walter Pereira (PMDB-MS) apresentará um polêmico relatório propondo que a demarcação de terra indígena seja aprovada na Casa. E quer que o governo indenize quem ocupa áreas indígenas.

Al Qaeda

O delegado federal Daniel Lorenz deixou ontem na Comissão de Segurança da Câmara uma revelação bombástica. O libanês Khaled Hussein Ali, preso em São Paulo no dia 26 de abril, que até ontem era conhecido por Senhor K, é mesmo ligado à Al Qaeda, a organização de Bin Laden responsável pelo 11 de setembro de 2001.

É guerrilheiro

O ministro Paulo Vannuchi confirmou ontem que uma das ossadas guardadas num armário da Secretaria Especial de Direitos Humanos é mesmo do guerrilheiro do PCdoB morto no Araguaia, Bergson Gurjão Farias. A hipótese foi levantada pelo JB em reportagem publicada em 5 de abril deste ano. A investigação era reivindicada há anos pela jornalista Myrian Alves. Há suspeitas de que os armários do governo ainda guardem outros ativistas.

Sabatina

É hoje no Senado a sabatina do procurador Roberto Gurgel, indicado pelo presidente Lula para suceder Antonio Fernando de Souza na chefia do Ministério Público Federal. Para ser nomeado procurador-geral, Gurgel precisa obter a maioria absoluta dos votos dos membros da CCJ e, depois, do plenário da Casa.

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