terça-feira, maio 05, 2009

PAINEL

Duo continuísta

RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 05/05/09

Fernando Collor (PTB) não está sozinho ao manifestar, em entrevista ao "Valor", sua crença de que "Lula terá um terceiro mandato consecutivo". Presidente do partido do senador e autor, em 2005, da denúncia do mensalão, Roberto Jefferson hoje se declara favorável a consulta popular sobre a possibilidade de mudar a Constituição para que o petista concorra em 2010. "Vamos escutar o que diz o povo. Na eventualidade de impedimento da ministra Dilma, o caminho é o presidente Lula", afirma o deputado cassado.
Líder petebista no Senado e um dos políticos mais próximos de Dilma, Gim Argello não vai na mesma toada. Ouvirá a bancada sobre a entrevista, mas diz que, em princípio, trata-se da posição de Collor.



No vento. Do ex-governador paulista Claudio Lembo (DEM): "Quem teve uma reeleição certamente tem no pensamento um terceiro mandato. Os pequenos sinais da vida política indicam que essa possibilidade está no ar". 

Equilibrista. Com a cabeça a prêmio, o diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo, exonerou o adjunto, Hélio Rodrigues Figueiredo. Para o lugar, nomeou Doris Marize Romariz Peixoto, ex-chefe de gabinete de Roseana Sarney. 

Torneira fechada. A Mesa do Senado decide nesta semana o que fazer com as outras instituições de crédito consignado que atuaram com as empresas do "laranjal" de Zoghbi. A exemplo do que ocorreu com o Cruzeiro do Sul, a tendência é que tenham a autorização suspensa. 

Nós não. O Daycoval, instituição autorizada a operar o crédito consignado dos servidores do Senado, afirma que nunca teve "negócios de qualquer natureza" com a Contact, empresa em nome de pessoas ligadas ao ex-diretor de RH da Casa. 

Suor. A Prefeitura de São Paulo comemora ter chegado em primeiro lugar no Dia do Desafio, realizado ontem. Trata-se de uma competição entre cidades pelo título da campeã em atividade física. O evento é promovido por uma ONG alemã, a Tafisa, e, no Brasil, pelo Sesc. Cabe ao próprio município informar o seu números de "malhadores".

Último a saber. No Itamaraty e no Planalto, causou mal-estar o cancelamento da visita de Mahmoud Ahmadinejad. Avalia-se que o governo arcou com um desgaste considerável ao manter a agenda a despeito dos protestos de entidades judaicas e ligadas à defesa dos direitos humanos, para depois ser notificado, sem aviso prévio, da decisão do presidente iraniano.

Protocolo da gripe. Participantes de recepção no Departamento de Estado, na quinta à noite em Washington, foram surpreendidos com uma exigência: para cumprimentar a secretária, Hillary Clinton, só passando Purell nas mãos antes. Mesmo doadores generosos de um programa diplomático da chancelaria enfrentaram o antisséptico instantâneo. 

Articulado. Enquanto Tarso Genro cobra desculpas de Ricardo Berzoini, dois soldados do presidente do PT, Marco Maia e Emília Fernandes, defendem publicamente aliança com o PMDB gaúcho, contra o plano do ministro da Justiça de ser aclamado candidato a governador. 

Outro lado. José Dirceu esclarece que Antonio Carlos Almeida Castro nunca foi seu advogado. "Minha relação com o Kakay é de amigo. Jamais o contratei", diz o ex-ministro e deputado cassado. 

Grades. O governo Serra nega que prefeitos paulistas tenham sido informados da construção de presídios em suas cidades via "Diário Oficial" -contrariando o que vários deles disseram a deputados na Assembleia. Alega que a escolha é feita conforme a demanda e que investirá R$ 2 bi nesses municípios. 

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Ronaldo volta, e a imprensa aplaude. Rubinho volta, e todo mundo elogia. O Sarney volta, e vocês só criticam. E ele está batendo um bolão!" 

De WELLINGTON SALGADO (PMDB-MG), sobre as denúncias de irregularidades administrativas no Senado, que se seguiram à eleição para a presidência da Casa.

Contraponto

Discurso único No final de 2008, Alberto Fraga (DEM-DF) interrompeu votação no plenário da Câmara para se queixar da rapidez com que um projeto tinha sido enviado à Comissão de Segurança -segundo o deputado, com a chancela do secretário-geral, Mozart Vianna. A reclamação deflagrou uma onda de desagravo ao influente "doutor Mozart".
-Atesto a competência e a isenção do doutor Mozart!- disse o então presidente, Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Outros seguiram a mesma linha, e Miro Teixeira (PDT-RJ) foi aconselhado por um colega a engrossar o grupo.
-Presidente, diante de tantas manifestações, se não nos pronunciarmos irá parecer que não estamos concordando. E ter o doutor Mozart contra nós seria um inferno!

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