quinta-feira, março 05, 2009

PAINEL

Plano Collor

Folha de S. Paulo - 05/03/2009
 

É improvável que Fernando Collor (PTB) venha a usar a Comissão de Infraestrutura para alvejar o governo, ao contrário do que sugerem os senadores do DEM que ajudaram a elegê-lo. Collor quer o posto para elevar seu grau de exposição e pavimentar a candidatura ao governo de Alagoas -ou mesmo à Presidência. E quem quer ser candidato não bate de frente com os 84% de aprovação de Lula. Já os peemedebistas José Sarney e Renan Calheiros patrocinaram a ressurreição de Collor precisamente para alvejar o PT, sigla que, pelas regras, deveria ficar com a comissão.
Mais do que algum prejuízo imediato ao PAC, a vitória de Collor indica que as coisas não vão nada bem entre os dois maiores partidos da base de Lula.

É guerra
Resumo feito por um apoiador de Collor: "Setores do PT se uniram a setores do PSDB para enfraquecer o PMDB. E o PMDB está juntando gente para revidar. Sarney não é Severino". 

Eu não
Sarney nega ter se retirado, anteontem, para não presenciar o discurso do desafeto Jarbas Vasconcelos. "Jamais cometeria essa indelicadeza." Ele diz que saiu, após presidir as duas horas regulamentares de sessão, porque tinha reunião marcada com um grupo de sindicalistas. 

Ressaca
Comentário de Mão Santa (PMDB-PI), uma vez apurada a vitória de Collor: "Hoje vamos tomar Logan na Casa da Dinda!". 

Fervendo
Derrotada por Collor, Ideli Salvatti (PT-SC) recebeu, a título de consolação, a proposta de presidir a nova comissão mista do Congresso sobre mudanças climáticas. Ainda não respondeu. 

Com-teto
Favorito na bancada do PMDB para suceder o degolado Agaciel Maia na diretoria-geral do Senado, o diretor de Recursos Humanos, João Carlos Zogbi, ocupa um apartamento funcional destinado a congressistas. Braço-direito de Maia, ele não paga aluguel nem taxas do prédio. 

Lounge
Por ordem de Lula, o Planalto terá, depois da reforma, um espaço grande e confortável para acomodar os deputados que hoje esperam quase em fila por audiência com ministros no palácio.

Polivalente
Adézio Lima, vice-presidente de Crédito e principal nome do PT na direção do Banco do Brasil, articula candidatura a deputado federal pelo Espírito Santo. Ao mesmo tempo, negocia a incorporação do Banestes, banco oficial do Estado, ao BB. A movimentação acendeu luz amarela no governo. 

Recuo tático
Nem a Força Sindical, que liderou a ação para obter liminar na Justiça contra as demissões na Embraer, nem as demais centrais programaram atos para hoje, quando será realizada audiência de conciliação no TRT de Campinas. Os sindicalistas têm receio de diminuir as chances de alguma concessão por parte da empresa. 

Macacão
Na audiência de ontem com funcionários da Embraer, Lula se mostrou contrariado diante da informação de que os salários dos metalúrgicos da empresa são comparativamente baixos, e considerou excessiva a jornada de trabalho, de 43 horas semanais. Na saída, estimulou os sindicalistas a começarem a recolher assinaturas para um projeto de redução da jornada em todo o país. 

Pano rápido
A base da governadora Yeda Crusius (PSDB) na Assembleia gaúcha conseguiu enterrar ontem o pedido do PT para que o Ministério Público investigasse a procedência das denúncias do PSOL. Segundo o partido, a Justiça possui fitas que comprovariam corrupção na campanha que elegeu a tucana. 

Visita à Folha
Herman Jacobus C. Voorwald, reitor da Unesp, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Maurício Tuffani, assessor de comunicação e imprensa. 

Tiroteio

"Causou perplexidade no PT ver o ministro Múcio comemorando a divisão na base aliada." 
De 
ALOIZIO MERCADANTE , líder do PT no Senado, sobre a afirmação do ministro das Relações Institucionais de que a eleição de seu correligionário Fernando Collor (PTB-AL) para a Comissão de Infraestrutura "chegou em boa hora"; ele bateu a petista Ideli Salvatti.

Contraponto

Você primeiro

Políticos de vários partidos participaram anteontem, em Brasília, da posse da nova diretoria da Confederação Nacional das Empresas de Seguros. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), atrasou-se um tanto, mas o último a chegar foi o presidente Lula.
O tucano Pimenta da Veiga brincou com Arruda:
-Já entendi. O Lula queria chegar depois de você...
No mesmo tom, Arruda devolveu:
-É isso mesmo! Foi recomendação do Toffoli.
O advogado-geral da União, José Toffoli, usou a presença de Arruda no recente encontro de prefeitos organizado pelo governo federal para rebater a acusação oposicionista de que o evento configurou campanha antecipada.

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