domingo, fevereiro 15, 2009

TOSTÃO

Envelhecimento precoce

Jornal do brasil-15/02/09

Brasil, Argentina e Espanha venceram os clássicos pelo placar de 2 a 0, respectivamente contra Itália, França e Inglaterra. Robinho, Messi e David Villa fizeram belíssimos gols. O de Robinho foi ainda mais bonito.

A Espanha, com seu estilo parecido ao Barcelona e aos grandes times brasileiros do passado, mostra aos apaixonados pela correria, pelo tecnicismo e pelas jogadas aéreas, que trocar passes, cadenciar o jogo no momento certo e utilizar bastante a habilidade, são também maneiras científicas e eficientes de jogar, além de ser muito mais bonito.

A Argentina, sem Riquelme, mostrou um futebol organizado. Atuou no tradicional esquema europeu com duas linhas de quatro, marcando muito no meio-campo e priorizando os contra-ataques com os hábeis e velozes Messi e Aguero (depois Tévez).

Os jornalistas brasileiros que têm preconceito contra Maradona, como se a maioria dos ídolos do Brasil fosse exemplo de cidadão, estão surpresos com o bom início do treinador. Além do preconceito moral, existe o técnico, como se Maradona não tivesse capacidade científica e acadêmica para ser um bom treinador. Dunga sofre do mesmo preconceito.

Os bons resultados de Dunga e o início promissor de Maradona, dois técnicos que começam suas carreiras pela seleção, além de outras boas experiências desse tipo em outros países, mostram que, para ter bons resultados em uma grande seleção, não é essencial ser um técnico famoso e experiente. As informações são globalizadas. Basta acessar o Google. Difícil é saber ver. Muitos passam toda a vida sem enxergar o óbvio.

Contra a Itália, Felipe Mello parecia um clone de Gilberto Silva. Os dois, um ao lado do outro, atuando sem marcação, deram uns 500 passes certos, mas só curtos e para os lados. Não fizeram uma única jogada brilhante nem apareceram uma única vez no ataque. Mesmo assim, a maioria gostou. Qualquer volante que atua no Brasil faria o mesmo. Se o Brasil tivesse perdido, suas atuações seriam criticadas.

O jogo mostrou mais uma vez que o Brasil precisa ter um terceiro armador que marque e chegue ao ataque. Pode ser Elano, que novamente surpreendeu com uma excelente atuação, Daniel Alves ou Hernanes. Só há lugar para Ronaldinho na reserva de Kaká ou de Robinho.

Há mais de dois anos, quando tinha 26, Ronaldinho atua como um craque em final de carreira. O mesmo aconteceu com Rivaldo, após o Mundial de 2002, quando tinha 30. Ronaldo, prejudicado pelas contusões, só brilhou em alguns momentos nos últimos cinco anos. Em 2004, ele tinha 27 anos. Os craques estão envelhecendo cedo. Pena!

Clássicos estaduais

É difícil, ao mesmo tempo, desejar com a mesma intensidade dois objetivos diferentes. O São Paulo disse que vai priorizar a Libertadores. Se não fez, o Cruzeiro deveria fazer o mesmo. Isso vai influenciar a atuação dos dois contra Corinthians e Atlético? Não sei. No Rio, mesmo com jogadores muito melhores, o Flamengo ainda não mostrou superioridade sobre o Botafogo. Será hoje? Também não sei. Não tenho certeza de nada.

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