sexta-feira, janeiro 02, 2009

ILIMAR FRANCO

Independência

Panorama Político

O Globo - 02/01/2009
 

Último candidato a se lançar na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) está propondo a recuperação de uma agenda própria da Casa. "No vazio dessa agenda é que há o abuso das medidas provisórias e a pressão das corporações", disse ele, que já foi presidente da Câmara e ministro responsável pela articulação política do governo Lula. 

Aldo critica governo 

Na agenda proposta por Aldo está a reforma tributária, que o governo não conseguiu votar no ano passado por falta de apoio de governadores. "Não para votar como um pacote. Tem que ser um programa que se atravesse como um rio, pisando sobre as pedras, e não que se mergulhe e saia do outro lado", disse ele, que também defende a votação da reforma política. O deputado também propõe a implantação, aos poucos, do Orçamento impositivo. "Enquanto isso, vamos votando medidas provisórias, mas tem que ter limites. Quando eu era ministro, até reajustar tabela de cobrança de conselhos queriam fazer por MP", disse ele. 

Sem rusgas 

Apesar de apoiar Temer, o PT não vai tratar Aldo como adversário na disputa pela presidência da Câmara. A orientação é não esticar a corda. A preocupação é com o apoio do Bloco de Esquerda (PCdoB-PSB-PDT) nas eleições de 2010. 

Os discursos sobre a crise parecem quase uma torcida" - Ideli Salvatti, senadora (PT-SC), afirmando que a oposição aposta no quanto pior, melhor 

Quércia quer lugar de Temer 

Orestes Quércia está se movimentando de olho na presidência do PMDB. O deputado Michel Temer (PMDB-SP), atual presidente do partido, tem dito que não vai renunciar ao cargo, se for eleito presidente da Câmara. Mas peemedebistas afirmam que ele não quer é abrir uma nova frente agora. O senador Romero Jucá (RR) também está trabalhando pela presidência do PMDB, mas sofre resistências por ser um "neopeemedebista". 

Medidas contra crise dividem governo 

Enquanto o presidente Lula quer mais medidas de incentivo à economia para enfrentar a crise, a equipe econômica do governo se divide sobre quais iniciativas seriam melhores. Parte do governo, como o Ministério do Desenvolvimento, defende medidas pontuais para alguns setores, como foi a redução do IPI para os automóveis. Outro grupo, mais forte na Fazenda, quer benefícios horizontais, como novas alíquotas do IR, beneficiando de uma vez 25 milhões de contribuintes. 

COMPENSAÇÃO. Já tem peemedebista sugerindo que o presidente Lula dê o Ministério da Saúde ao senador Tião Viana (PT-AC) como compensação pela presidência do Senado. São os partidários da candidatura José Sarney (PMDB-AP). 

ESTILO. Empossado vice-prefeito de São Bernardo (SP), Frank Aguiar (PTB) conclui assim a mensagem da caixa postal de seu celular: "Fui!". 

MP. A pauta de votações do Senado já começa 2009 trancada por uma medida provisória. 

Lua-de-mel 

Com a bênção do PT, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) continuará na liderança do governo este ano. "A não ser que o Obama convide ele", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). A lua-de-mel deve-se ao apoio de Jucá a Tião Viana (PT-AC). 

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