sábado, novembro 22, 2008

PAINEL

Dupla dinâmica


Folha de S. Paulo - 22/11/2008
 

Não é apenas José Maranhão (PMDB), herdeiro da cadeira de governador da Paraíba depois da cassação do mandato de Cássio Cunha Lima (PSDB), que já assume enrolado: seu suplente no Senado, Roberto Cavalcanti (PRB), é acusado pelo Ministério Público Federal de corrupção ativa, formação de quadrilha, falsificação de documentos e estelionato.
Empresário do setor de comunicação, Cavalcanti também é sócio de uma indústria de materiais plásticos acusada de envolvimento, com ex-
servidores da Procuradoria da Fazenda Nacional, em esquema de fraudes de certidões -o grupo zerava débitos de empresas com a União e emitia certidões negativas.

Rolo
No caso da empresa de Cavalcanti, a falsa certidão negativa seria usada para obter financiamento da Finep, ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Sua sócia italiana teve prisão decretada. 

Next
Apesar dos anunciados recursos, o PSDB avalia que Cunha Lima não conseguirá voltar ao cargo. A idéia é lançar Cícero Lucena ao governo em 2010, em chapa com Cunha Lima para o Senado. 

Faz-de-conta
Ontem, enquanto o mundo caía, o portal do governo da Paraíba não apenas silenciava sobre a cassação como trazia a seguinte manchete: "Governador Cássio anuncia a antecipação do pagamento de novembro e do 13º salário aos servidores". 

Também quero
A condenação de Cunha Lima animou outros políticos derrotados em 2006 por adversários que agora enfrentam processos na Justiça Eleitoral. A mais empolgada é a senadora petista Fátima Cleide, que dá como certa a cassação de Ivo Cassol (sem partido) em Rondônia. 

Outro lado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz ser "totalmente contrário" à inclusão de acusados por apropriação indébita entre os casos de parcelamento de dívidas em debate na reforma tributária. "Defendi que isso seja tratado no plenário porque não há posição final do Ministério da Fazenda", afirma o deputado. 

Sem fundo
Além de tentar liberar recursos destinados ao Ministério da Saúde diretamente para a Funasa, a bancada do PMDB quer morder R$ 48 mi da pasta das Cidades, controlada pelo PP. Seriam retirados de ações nas áreas de saneamento e pavimentação para contemplar emendas de deputados, principalmente gaúchos.

No calo 1
O governo brasileiro ficou especialmente contrariado com o fato de o presidente Rafael Correa ter escolhido a Câmara de Comércio Internacional de Paris como foro para arbitrar o pleito de não pagar o empréstimo de US$ 243 milhões concedido ao Equador pelo BNDES.

No calo 2
"Tem que ver se esse foro é pertinente. No contrato assinado pelo governo equatoriano está muito claro que o foro para dirimir questões controversas é o Rio de Janeiro", diz o assessor Marco Aurélio Garcia. 

Elas por elas
Antes da cerimônia de encerramento da conferência sobre biocombustíveis, ontem em São Paulo, Celso Amorim fez graça com José Serra a propósito da derrota do Palmeiras para o Flamengo por 5 a 2. Ao discursar, o governador cumprimentou o Itamaraty pela organização do evento, na pessoa do ministro Celso... Lafer. 

De saída
Foi exonerada ontem a mulher do ministro Fernando Haddad (Educação). Ana Estela, que tinha cargo de confiança no Ministério da Saúde, pretende voltar a dar aulas na USP. Segundo a assessoria da Saúde, não há relação com a súmula antinepotismo do STF. 

Você, por favor
O líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR), indicou o do PTB, Jovair Arantes (GO) para receber a medalha do mérito legislativo de 2008. Jovair, por sua vez, indicou Castro. 

Visita à Folha
Marcio Barbosa, diretor-geral-adjunto da Unesco, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Rosa Webster, assessora de imprensa. 

Tiroteio

"Problemas entre países sempre existem. O que nos pareceu ruim é que tenha sido feito de forma pública, com estardalhaço e sem comunicação prévia." 

De 
MARCO AURÉLIO GARCIA, assessor internacional de Lula, sobre a decisão do presidente do Equador, Rafael Correa, de recorrer a um fórum internacional para não pagar empréstimo do BNDES.

Contraponto

É dos carecas...

Ao final de entrevista no Ministério do Planejamento,Paulo Bernardo se deparou, ao deixar a sala, com a galeria de retratos de ocupantes da pasta e brincou:
-Onde está minha foto? Que absurdo!
No mesmo espírito, um repórter perguntou se o ministro não sentia inveja por haver ali um retrato de seu antecessor, Guido Mantega, hoje na Fazenda.
-Na verdade, o que eu estou reparando mesmo é o quanto o Guido está jovem nessa foto. Até cabelo ele tem!-, respondeu 
Bernardo, quase tão calvo quanto o colega.

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