segunda-feira, setembro 19, 2016

Tocando o terror - CAROLINA BAHIA

Zero Hora - RS - 19/09

Eduardo Cunha não precisa de uma delação premiada para tocar o terror. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, ele acusou um dos homens de confiança do presidente Michel Temer de envolvimento com as irregularidades no Porto Maravilha (Rio). Moreira Franco teria, segundo Cunha, participado da operação. Neste mesmo caso, o ex-presidente da Câmara é suspeito de cobrar propina de uma empreiteira em troca da liberação de verba do Fundo de Investimentos do FGTS para o porto. Se Moreira tem ou não tem culpa, o tempo revelará. Enquanto isso, Cunha — atolado na Lava-Jato — aproveitará entrevistas e os depoimentos que prestará à Justiça para plantar o que considera conveniente contra os seus desafetos. Moreira é secretário do programa de concessões, mas está prestes a ser transformado em ministro. Se as afirmações de Cunha chegarem ao juiz Sergio Moro, as investigações poderão ser ampliadas? E será que ele tem provas das acusações que começa a espalhar? Quem seria o próximo alvo? Fica claro que a Lava-Jato está longe de acabar.

JUNTO E MISTURADO
Como está para sair a decisão do juiz Moro sobre Lula, movimentos ligados ao PT agilizam o contra-ataque. Ato da CUT chamado "Nenhum Direito a Menos", marcado para a próxima quinta-feira, vai virar uma mobilização de apoio ao ex-presidente. O protesto mistura a pauta das reformas com críticas às denúncias de corrupção que atingem o líder petista.

CONSELHEIRO (amarelinho)
A pedido do governador José Ivo Sartori, o secretário de Segurança, Cezar Schirmer, deve se encontrar ainda hoje com o secretário do Rio, José Alberto Beltrame. Amigo de Beltrame, que é santa-mariense, Schirmer busca informações sobre medidas que deram certo naquele Estado e podem ser replicadas no Rio Grande do Sul. O encontro será no Rio.

QUEM SABE
A cúpula da Polícia Federal e investigadores da Lava-Jato serão ouvidos pela comissão que avalia as 10 Medidas contra a Corrupção. Ainda no início de outubro, o diretor da PF, Leandro Daiello, e o delegado Igor de Paula estarão na Câmara. Parece mentira, mas ainda existe deputado pensando em perguntar sobre mudanças na delação premiada.


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