sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Os trabalhos de Temer - DENISE ROTHENBURG


CORREIO BRAZILIENSE - 07/02

Se tem algo que o vice-presidente da República exercita com maestria, é a paciência. Ontem, ao conversar com a coluna, ele disse que não houve veto ao nome de Eliseu Padilha para ministro e que o deputado está prestigiadíssimo e prontamente aceito por Dilma para coordenar a campanha, aproveitou para colocar alguns pingos nos iis em relação ao seu papel dentro do PMDB e do governo. Primeiro, disse que essa crise (o fato de a bancada na Câmara defender a entrega dos cargos) “se resolve com diálogo e muita conversa”. Tratou ainda como “acidente” a história de que o governo deseja tirar o PMDB da pasta do Turismo e disse acreditar numa boa a solução para a reforma ministerial, embora se mantenha discreto.

Quanto ao partido, Temer é cristalino: “Se houver antecipação da convenção tem que decidir em definitivo. Tenho uma longa história no PMDB, de serviços prestados ao PMDB. Também devo muito ao PMDB”, afirmou. Temer acredita piamente que o melhor caminho para a legenda, que ele serve há décadas, é a reeleição da presidente Dilma, com a reedição da chapa. “Para mim, isso está acima de um projeto pessoal e farei todo o esforço para manter a aliança, mas o que o partido decidir, eu acato”, afirmou.

Temer frisou diversas vezes na conversa que tem servido ao PMDB ao longo desses anos, em uma conjuntura muitas vezes delicada, difícil. Mas nunca deixou o seu partido de lado. Nos próximos dias, pretende, em conjunto com a presidente Dilma e o ministro Aloizio Mercadante, da Casa Civil, encontrar a melhor saída. Falta combinar com as bancadas da Câmara, do Senado, com a própria Dilma e os demais aliados. Sem dúvida, não será tarefa fácil.

Sobrou para eles
Prefeitos de pequenas cidades do Rio Grande do Norte reclamaram ao deputado Felipe Maia (DEM-RN) que o governo está descontando o salário dos profissionais do programa Mais Médicos daqueles valores repassados para montagem de equipes do Saúde da Família. Antes, os municípios recebiam R$ 10 mil por cada equipe composta por um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem. Agora, muitos não ficam nem com a metade disso. E ainda têm que arcar com alimentação e alojamentos para os cubanos.

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O ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha usará os contatos feitos no período de titular da Secretaria de Relações Institucionais para tentar chegar ao empresariado paulista, leia-se financiadores de campanha. Terá como padrinhos nessa empreitada os integrantes do chamado “conselhão”, que constantemente era chamado para dar opiniões no governo Lula.

Goiás preocupa PT
O presidente petista Rui Falcão recebeu recentemente algumas pesquisas goianas feitas por institutos regionais e ficou preocupado com o que viu. É que, no cenário de hoje, há o risco de Dilma Rousseff ficar sem palanque no estado, na hipótese de ser obrigada a disputar o segundo turno.

Pop star/ Sabe aqueles ônibus estilizados, que levam os cantores sertanejos pelo interior do país? É mais ou menos o que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha pretende usar para circular por municípios paulistas onde pretende reunir os militantes de seu partido e deflagrar a montagem de um programa de governo. O ônibus já tem até nome: “Padilhando”.

Passou recibo/ O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) notou: “Gleisi (Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil) voltou para cá e, antes de nos dar bom dia, já fez um discurso criticando Eduardo Campos (do PSB, pré-candidato a presidente da República). Sinal de que Dilma acusou o golpe da aliança ‘mofada’ e que não trata Eduardo como um nanico”.

Tempo esgotado/ O tesoureiro do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), avisa que antes do carnaval, os tucanos de Minas Gerais farão um encontro para apresentar oficialmente o ex-ministro Pimenta da Veiga como pré-candidato ao governo estadual.

Mudança de hábito/ Houve tempos em que se dizia que o antigo PFL (hoje DEM) estava tão acostumado a andar de carro oficial que seus filiados não tinham sequer habilitação para dirigir. Hoje, esse papel cabe ao PT. O atual ministro da Saúde, Arthur Chioro (foto), quase perde o vôo para Brasília quando deixou a secretaria municipal em São Bernardo para vir assumir o ministério. Acostumando a esperar pelo motorista, nem se lembrou que teria que ir até o aeroporto de... táxi, ônibus ou dirigindo o próprio carro.

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