segunda-feira, fevereiro 03, 2014

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

Governo executou zero em mobilidade urbana


A presidenta Dilma promete “a Copa das Copas”, o ministro Aldo Rebelo (Esporte) vende otimismo, mas a verdade é que o governo não parece preocupado com uma das principais exigências da Fifa: investimentos em mobilidade urbana. A 128 dias da Copa do Mundo, nem um centavo foi liberado para mobilidade urbana nas seis cidades-sede: São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Natal, Manaus e Brasília.

 Recurso zero 

Em Brasília, foram contratados R$ 43 milhões para ampliação da via DF-047, que dá acesso ao aeroporto. Nenhum recurso foi repassado.

 Vai dar calote? 
A DF-047 (Estrada Parque Aeroporto) começou a ser reformada em 2012, com entrega prevista para março de 2014. Até agora, nada.

 Dívida cara 
 Nas demais cidades-sedes, o governo precisa honrar compromissos: no Rio, por exemplo, foram repassados só metade dos R$1,5 bilhão.

 Transparência 
 O PSB/Rede inclui a transparência na gestão pública entre diretrizes do programa de governo, que será lançado nesta terça (4), em Brasília.

Mercadande vira ‘super-ministro’ nesta segunda
Aloizio Mercadante assume nesta, segunda-feira (3), a chefia da Casa Civil, talvez a pasta mais influente do governo, e com ela a condição de “super-ministro” do governo Dilma Rousseff. Além da nova Casa, que herdará da paranaense Gleisi Hoffmann, onde coordenará as ações de governo, ele acumulará mais dois ministérios: Ciência e Tecnologia, do qual nunca saiu, e Educação (onde continuará dando as cartas).

 Que rei sou eu? 
 Com fama de soberba e pedantismo, Mercadante deverá exercer seu poder na plenitude, na Casa Civil. Vai se intrometer nos 39 ministérios.

 Negociação 
 Aécio Neves (PSDB) tenta ampliar as alianças com DEM e PP em Santa Catarina, onde o tucano Paulo Bauer aspira disputar o governo.

 Asas do humor 
 A piada da semana, em Brasília, dava como certa a nomeação de Ideli Salvatti para cargo na Aviação Civil, por sua paixão por helicópteros.

 Pau de galinheiro 
 Acusado de aceitar suborno para abrir sindicato, o ex-ministro Carlos Lupi convocou a executiva do PDT para quarta (5). Tenta dar alguma demonstração de força, temendo que Dilma finalmente se livre dele.

 Traição à solta 
O PMDB negocia a vice do ministro Fernando Pimentel ao governo de Minas, mas dirigentes admitem, nos bastidores, que o partido não terá outra opção a não ser trair Dilma em favor do tucano Aécio Neves.

 Dinheiro pelo ralo 
A União desembolsou meio bilhão de reais (R$ 496 milhões) no pagamento de tarifas de água em órgãos dos três poderes. O Executivo deixa aberta a torneira do desperdício: R$ 472 milhões.

 Insustentável 
 Fiel escudeiro do governador Sérgio Cabral, o presidente municipal do PMDB do Rio, Leonardo Picciani, avisa: “se o PT mantiver tom crítico ao governo, inviabiliza espaço para Dilma no palanque de Pezão”.

 Semântica 
 Em geral pontual, a aérea Avianca riscou a palavra “atraso” do seu dicionário. Quando atrasa, seus comissários chamam isso de “voo tardio”, quando usam o sistema de som do avião para pedir desculpas.

 Bancada do gelo 
 A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) e o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) têm algo em comum: ambos destinaram generosas fatias de suas emendas ao programa brasileiro na Antártida. Já para Brasília...

 População intimidada 
 A população do DF sofre intimidação nas ruas, invadidas pelo crime, e nas redes sociais: quem ousa criticar a “operação tartaruga” de PMs é perseguido e insultado, quase sempre sob a covardia do anonimato.

 Providências 
 A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Ana Rita (PT-ES), convocou reunião para quarta (5) a fim de debater o presídio de Pedrinhas, no Maranhão, e a chacina de presos em dezembro.

 Acelera lá
Na internet, já tem gente encontrando sentido para a sigla do PAC, inventada pelos petistas: Programa de Aceleração em Cuba.

PODER SEM PUDOR

Rolando o lero e a malícia

Citado como galanteador pela ex-ministra Zélia Cardoso de Melo, o então chanceler Francisco Rezek apontou maliciosamente para o Ministério da Justiça, onde havia trabalhado o namorado dela, Bernardo Cabral, e onde dias antes o então ministro Jarbas Passarinho brincara dizendo-se apaixonado:
- Os ventos de Eros só sopram do lado de lá...
Dias depois, Rezek, cuja prolixidade lhe rendeu o apelido de “Rolando Lero”, foi a uma reunião e ouviu o troco de Passarinho, provocando gargalhadas:
- Espelhemo-nos no chanceler e sejamos sintéticos...

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