sexta-feira, janeiro 31, 2014

PT.com/Lula - DENISE ROTHENBURG

CORREIO BRAZILIENSE - 31/01

Demorou seis meses, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT finalmente entenderam que, para atingir o público que lotou as ruas em junho do ano passado e que tem marcado rolezinhos nos shoppings de todo o país, não adianta infiltrar militantes nas manifestações. É preciso falar com eles pelas redes sociais. Foi isso que o ex-presidente fez ontem, em um vídeo de pouco mais de sete minutos, postado em sua página oficial no Facebook.

Mais uma vez, Lula atacou a imprensa, ao dizer que acorda às 6h15 e é bombardeado com notícias de assaltos e mortes. “Será que não nasce uma criança, uma pessoa não é atendida no hospital?”, questiona ele. E pede o fim do jogo rasteiro na internet. “Eu tenho liberdade de pegar uma estrada e fazer uma viagem com minha família, mas se eu for irresponsável, eu posso matar alguém ou posso morrer”.

Um dos estrategistas da campanha do PT alertou, em conversa ontem com a coluna, sobre a importância das redes sociais este ano. “A internet terá um peso enorme nesta campanha, embora a propaganda de rádio e de televisão seja preponderante. Mas a influência das mídias sociais no debate político será bem maior do que foi em 2010”, confirmou o estrategista.

Teacher Obama
Apesar da aversão política a Obama — herdada desde os tempos de Lula e agravada após as espionagens promovidas pelo NSA, os petistas admitem que o presidente dos Estados Unidos soube, antes de todos os demais políticos do mundo, capitalizar o uso da internet em uma campanha eleitoral. Mas ressaltam: “Ele não cabalou votos. Usou as mídias sociais para conseguir financiamento e custear a campanha na televisão”.

Meio a meio

Articuladores da campanha dilmista reconhecem que, nos 40 dias destinados ao programa de rádio e televisão, os eleitores se interessam pelos primeiros 10, para conhecer as propostas dos candidatos, e pelos últimos 10, para sedimentar a decisão. Nesse intervalo, nem adianta caprichar muito que ninguém dá bola para a propaganda política.

Um brinco…


Depois da polêmica em torno da escala em Lisboa e da necessidade de descascar abacaxis para acomodar todos os aliados na reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff terá, pelo menos, um alento. Integrantes de uma cooperativa de catadores de lixo levaram ontem ao secretário geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, um brinco para ser entregue à presidente.

…Que já foi bolsa

Ele é feito de plástico reciclado derivado de um cartão do bolsa-família entregue por um ex-beneficiário do programa. Em dezembro, na festa de Natal dos catadores de lixo de São Paulo, Dilma foi a um desfile em que uma das modelos usava saia e camiseta feitas com o mesmo material.

Faixa de Gaza I/Quanto mais a reforma ministerial demora, mais fratricida ela fica. Secretária executiva da Secretaria de Direitos Humanos, Patrícia Barcelos sonha em substituir a titular, Maria do Rosário, que será candidata a deputada. Mas vem apanhando do PT, que desejar emplacar lá a atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Faixa de Gaza II/Prêmio para Ideli? Nada. A bancada do PT na Câmara quer na vaga de articulador político do governo o deputado Ricardo Berzoini (foto). Mas, se não der certo — há quem diga que não haveria espaço para ele e Mercadante (novo ministro da Casa Civil) no quarto andar do Planalto —, Berzoini poderia ser alojado no Ministério das Comunicações. Paulo Bernardo, titular da pasta, jura que não sabe de nada.

Faixa de Gaza III/Depois da substituição de Alexandre Padilha por Arthur Chioro no Ministério da Saúde, agora é a vez de a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) tornar-se alvo de cobiça dos partidos, mais especificamente do PT e do PMDB. A autarquia, com um orçamento de R$ 2,5 bilhões, foi comandada por um peemedebista entre 2005 e 2010: Danilo Forte. Ele caiu sob a acusação de distribuir verbas para as bases eleitorais no Ceará. Foi eleito deputado federal com 100 mil votos.

Faixa de Gaza IV/ Com a queda de Danilo, o PT passou a comandar a autarquia. Agora, o PMDB quer retomar o espaço, já que poderá ter dificuldades para conseguir um novo posto no primeiro escalão. Mas, como o partido não se entende na indicação dos nomes, os petistas tentam convencer a presidente Dilma a manter tudo como está.

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