sábado, novembro 16, 2013

A montanha vai a Maomé - JORGE BASTOS MORENO

O GLOBO - 16/11

Imaginem eu chamar a Renata Vasconcellos de feia e, no dia seguinte, a Mariana Ximenes aparece na casa dela para uma visita de agradecimento pela amizade que as une e de reconhecimento da sua beleza. É para romper comigo. Mais que isso, desautorizar-me publicamente. Pois bem, na próxima quarta-feira, Dilma Rousseff comparece à sede do PDS para agradecer a Gilberto Kassab o apoio do partido à sua candidatura à reeleição. Kassab está sendo acusado por Haddad e pelo PT de, no mínimo, convivência com o esquema de propina dos auditores fiscais do município que está sendo desbaratado pelo município. O ex-prefeito reage, mostrando que a corrupção estava na secretaria de governo de Haddad. Kassab, que tira as meias sem se livrar dos sapatos, está tão exultante com a visita de Dilma que tenta me enganar: — Não houve troca de acusações e sim mal-entendidos: esqueciam-se de dizer que as investigações começaram na gestão anterior.

Zorra Total 
Cabral pode não ser o amigo dos sonhos da Dilma. Mas é o que mais a diverte, fazendo imitações dela, do Lula e de quem mais aparecer pela frente. No jantar da última quarta-feira, no Alvorada, o governador do Rio, acompanhado do seu vice, Pezão, quase derruba a presidente da cadeira de tanto rir, ao relatar, nos mínimos detalhes, como tinha sido seu último café da manhã com o senador Lindbergh Farias, pré-candidato do PT à sua sucessão. Lindinho, segundo Cabral, depois de obter passe livre dos black blocs, conseguiu entrar no Laranjeiras para dizer ao governador que ele, somente ele, é o herdeiro político dos seus votos. — Votos?! Que votos?! — era o que eu, no caso do governador, perguntaria ao adversário. Depois do café, o senador voltou à sua tribo.

Jango 
Conta-me o meu homem no Planalto que o processo de exumação dos restos mortais de João Goulart foi mais longo do que se esperava. Durou 19 horas. O motivo é que, quando Jango foi enterrado, em 1976, os coveiros do cemitério de São Borja acabaram trocando o caixão de lugar. O caixão era muito grande, eles deveriam tê-lo colocado no lado direito, como está registrado no livro oficial do cemitério da cidade . Só que, como não coube, no dia, depois que as pessoas saíram do funeral, os coveiros trocaram para o lado esquerdo. Mas os peritos, segundo minha fonte, fizeram um excelente trabalho. A presidente Dilma foi informada de tudo através de telefonemas dos ministros Cardozão e Maria do Rosário. Dilma pediu também que tudo fosse informado à viúva Maria Thereza.

Caim e Abel? 
Michel Temer tem feito de tudo para acabar com a guerra entre os presidentes da Câmara e do Senado. À luz da harmonia, do bom senso e da confluência partidária, é realmente uma batalha insana. Como estímulo ao funcionamento do Congresso, até que ela não é tão ruim assim. Ruim é o “Coisa-ruim”, que manda na bancada da Câmara e estimula a briga para tirar proveitos dela.

Até tu? 
Por falar nisso, a presidente Dilma também foi flagrada, dia desses, usando o apelido “Coisa-Ruim” para se referir ao indigitado deputado. 

Chapa 
Na próxima semana, está previsto mais um encontro entre Eduardo Campos e Aécio Neves. Discutindo sexo dos anjos é que não estão.

‘Moneylisa’ 
Ah, ia me esquecendo desta nota sensacional. No debate sobre beleza feminina, que reuniu três profissionais do ramo — os renomados cirurgião plástico Volnei Pitombo e dermatologista Fábio Cuyabano, e este modesto repórter —, os médicos condenavam o uso de acrílicos e fios de ouro em cirurgia de correções faciais, devido à rejeição do organismo humano a esses materiais, quando eu próprio dei uma de Ancelmo Gois e gritei: — Há controvérsias! — Como? — assustou-se Cuyabano. Respondi: — Eduardo Cunha foi a São Paulo fazer Botox e colocar fios de ouro no rosto e não houve a menor rejeição.

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