sábado, julho 20, 2013

Divã coletivo - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 20/07


Petistas que têm cargos no Executivo reativaram reuniões para avaliar a gestão. Elas eram comuns no governo Lula. Entre estes, há descontentamento com os rumos do governo Dilma. Eles pregam: reforma ministerial, mais integração entre suas pastas e autonomia para trabalhar. E preveem que o modelo Dilma/Belchior, de corte de custeio, vai travar ainda mais a atual administração.

Eles estavam lá
A primeira destas reuniões, de executivos petistas, foi aberta pelo presidente do PT, Rui Falcão. Mas ele não ficou para ouvir. A segunda, na presença do deputado Ricardo Berzoini, candidato a ministro das Relações Institucionais.

A pleno vapor
O governo está apostando todas as suas fichas no segundo semestre. Avaliam que o clima do país, hoje de apreensão, vai mudar. Acreditam que a economia vai melhorar. A presidente Dilma vai entregar 200 mil habitações do Minha Casa Minha Vida, que se diz no Planalto é tarefa para uma centena de viagens. Contabilizam também, na agenda positiva, a entrada de dinheiro em caixa com os leilões de rodovias e de 50 terminais de portos. Citam ainda a licitação internacional do Trem de Alta Velocidade e com os bilhões que vão entrar pelas mãos de quem se habilitar a explorar o campo petrolífero de Libra. E lembram que no PAC vai ter muita coisa para entregar.

“Paulinho, você vai mesmo concorrer contra o Rui (Falcão)? Faz um acordo. O PT não deveria ter uma disputa agora”
Luiz Inácio Lula Silva
Ex-presidente da República, num encontro com o deputado Paulo Teixeira (SP), candidato da Mensagem

Ele concordou
O líder do PT, José Guimarães (CE), que ontem desautorizou o coordenador da reforma política, Cândido Vaccarezza (PT-SP), estava na sala do presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), quando foi tomada a decisão. Lá, contam que Guimarães não só estava na reunião como concordou com a escolha de Vaccarezza.

Armadilha
O PT, dizem peemedebistas, caiu na armadilha de ficar com a coordenação da reforma política no Congresso. Tudo o que não acontecer, ficará na conta do partido da presidente Dilma.

O desabafo
Internado em São Paulo desde maio para tratar um câncer, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), foi surpreendido ontem por reforma no seu secretariado feita pelo seu vice, Jackson Barreto (PMDB). Ele protestou no Twitter: “Jackson nomeou o presidente da Codise à minha revelia. Estou triste e decepcionado. Minha saúde não me permite mais do que o desabafo”.

Bolsa de apostas
Mesmo com a presidente Dilma não realizando a reforma ministerial agora, como desejam setores do PT e do PMDB, há parlamentares trabalhando para que o ex-ministro Franklin Martins volte para o Planalto, mas para assumir a Casa Civil.

Sintonia fina
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, fez elogios numa roda de parlamentares ao secretário-geral do partido, Saulo Queiroz, por este ter afirmado que não seria "decente" abandonar a presidente Dilma neste momento de dificuldades.

No PT, o sentimento é de frustração com a ausência da presidente Dilma na reunião do Diretório Nacional. Seria cobrada, mas receberia apoio.

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