sexta-feira, maio 03, 2013

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 03/05

Estados arrecadam mais de R$ 100 milhões com taxas de mineração
A taxa de mineração em vigor no Pará, em Minas Gerais e no Amapá desde o ano passado engordou os cofres dos três Estados no primeiro trimestre de 2013.

As mineradoras que atuam nessas regiões desembolsaram no total mais de R$ 100 milhões com esse tributo, sem contar outros gastos, como os royalties da mineração.

O governo paraense arrecadou R$ 52,4 milhões entre janeiro e março.

Em Minas, R$ 44,4 milhões entraram em caixa, enquanto no Amapá o tributo gerou R$ 4,6 milhões.

Os Estados alegam que tiveram de estabelecer a cobrança dada a necessidade de recursos para a fiscalização da atividade.

Até o Mato Grosso do Sul, com pequena produção nacional, decidiu criar taxa semelhante. A previsão é arrecadar R$ 3 milhões durante todo o ano.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) considera a taxa inconstitucional, com o entendimento de que a fiscalização das mineradoras é exclusiva da União.

Ações da entidade no STF (Supremo Tribunal Federal) ainda estão em tramitação.

A Vale, principal mineradora do Pará e de Minas Gerais, só começou a pagar depois que ambos os Estados diminuíram o valor taxado por minério extraído.

Cosméticos conseguem liminar contra dados na NF
A Abihpec (associação brasileira da indústria de cosméticos) conseguiu suspender a medida que obriga as empresas a disponibilizarem em suas notas fiscais toda sua margem de lucro e custos com seus produtos.

A ação cautelar da associação é contra a Resolução 13, que foi aprovada pelo Senado no fim do ano passado.

"A ação vale em âmbito nacional e resguarda todos os associados da Abihpec", afirma o presidente da associação, João Carlos Basílio.

A Resolução 13 tem causado discussão no setor produtivo, pois fixa em 4% a alíquota de ICMS incidente sobre bens importados, igualando o imposto nas transações interestaduais.

A medida visa acabar com a guerra dos portos causada pelos benefícios fiscais de ICMS que alguns Estados concediam para atrair empresas a seus territórios.

"Acabar com a guerra dos portos é importante, mas a indústria não pode abrir seus custos e lucros. Isso acaba com a estratégia de mercado", afirma Basílio.

A decisão expedida pelo Tribunal Regional Federal não é definitiva.

"Por enquanto, a indústria do cosmético está protegida", diz o presidente da Abihpec.

'Pegadinha' do Itaú termina com protesto de alunos da FGV
Com o objetivo de atrair alunos da Fundação Getulio Vargas a um evento para recrutar talentos, o banco Itaú contratou um ator que se fez passar por um professor da universidade Sorbonne.

Os universitários foram convidados para uma palestra onde ouviriam "um dos grandes pensadores da última década, que mexeu com Harvard e a Comunidade Europeia com suas ideias revolucionárias", segundo o cartaz afixado na escola de administração em São Paulo.

Ao chegarem à palestra intitulada "Geração Desencana", os estudantes tiveram de assinar um contrato para ceder direitos de imagens, pois haveria uma filmagem.

Após cerca de trinta minutos, segundo alunos, o palestrante revelou sua identidade. Disse que era um ator contratado pelo Itaú para divulgar seu programa de talentos.

Revoltados, alguns dos estudantes reclamaram à diretoria. A palestra havia sido negociada com o diretório acadêmico, que teria recebido R$ 15 mil. Procurado, o diretório não respondeu até o fechamento desta edição.

O Itaú informou que "buscou convidar de maneira informal os alunos a conhecerem o programa de seleção".

"Embora este formato provocativo não tenha agradado a parte dos presentes, é fundamental lembrar que o Itaú, também por sua comunicação informal, é uma das empresas em que os jovens mais desejam trabalhar", afirmou em nota. "O banco estará mais atento a aprendizados tirados desta iniciativa."

O mesmo evento ocorreu em outras universidades, "sem repercussões negativas", segundo o Itaú.

LIMITES
Após o evento organizado pelo banco Itaú, a diretoria da FGV realizou um debate com os estudantes sobre os limites da ética corporativa.

A FGV-Eaesp informou que se "preocupa com os direcionamentos que algumas corporações têm dado [aos programas de seleção para estágio e trainee], muitas vezes comprometendo o processo de aprendizado dos jovens e valendo-se de métodos heterodoxos para atrair e selecionar novos talentos".

Segundo Rosa Maria Vieira, professora da instituição, "no debate com os alunos, surgiram temas como responsabilidade empresarial e os indispensáveis limites éticos nos processos de seleção e a necessidade de não se confundir o espaço do mercado e o da instituição de ensino, mesmo no caso de uma escola de negócios".

MAU HUMOR
A expectativa econômica nos Estados Unidos caiu mais uma vez e fechou abril em -2,1 pontos (em escala de -100 a 100), de acordo com levantamento da empresa GfK.

Há seis meses, o indicador que mensura o ânimo dos consumidores americanos estava acima dos 40 pontos. Historicamente, o índice costuma ficar ao redor de 13.

Ainda em abril, a expectativa de renda também ficou abaixo da média histórica, que é de 17,7 pontos. O indicador atingiu 3,6.

A propensão a consumir foi o indicador que mais se aproximou da média, de -5,5. O índice registrou -7,1 pontos, segundo a pesquisa da consultoria.

NÚMEROS
-2,1
é quanto o indicador que mensura a expectativa econômica registrou em abril nos Estados Unidos

40
pontos era quanto o índice marcava aproximadamente em outubro do ano passado

13
é a média do indicador

3,6
pontos é a expectativa de renda registrada no mês passado entre os consumidores americanos

17,7
é a média desse índice

DIAGNÓSTICO LUCRATIVO
Os negócios na área de tecnologia da informação da GE Healthcare no Brasil cresceram 243% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período de 2012, de acordo com a companhia.

A divisão da Philips de "healthcare", que engloba aparelhos para diagnósticos, como ultrassom e ressonância magnética, informa que a América Latina já representa 5% do faturamento global da área, de € 9,98 bilhões.

Em 2014, o continente representava 4%.

A Siemens confirma o crescimento do segmento. A linha respondeu por cerca de 17% de seu faturamento total em 2012, de aproximadamente € 78,3 bilhões.

Aliança fora... O escritório de advocacia paraense Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff fechou uma parceria com o pernambucano Queiroz Cavalcanti para atender clientes das regiões Norte e Nordeste.

...do eixo O objetivo é que a aliança dê força à atuação fora do eixo Rio-São Paulo, principalmente nas áreas de meio ambiente, mineração, direito financeiro e do consumidor, com 400 advogados distribuídos da Bahia a Rondônia.

No pé A marca de calçados infantis Ortopé, comprada em 2007 pelo grupo gaúcho Paquetá, está investindo cerca de R$ 7 milhões em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. A meta é dobrar o faturamento --de R$ 95 milhões em 2012-- até 2020.

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