sexta-feira, maio 17, 2013

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Estamos sendo obrigados a rasgar a Constituição”
Senador José Agripino (DEM-RN), derrotado na votação da MP dos Portos


MP DOS PORTOS: GOVERNO VENCE, MAS SAI DEBILITADO

A votação da MP dos Portos, que durou 22 horas na Câmara, serviu para expor o baixíssimo “Índice de Satisfação” da base aliada com o governo Dilma. Todo barulho era liderado por cerca de vinte deputados de oposição, cujas manobras protelatórias foram alegremente seguidas por governistas revoltados com o conhecido desdém do Palácio do Planalto. O governo venceu, mas seu “exército” quase foi dizimado. A situação tende a se agravar, com a aproximação das eleições de 2014.

ARROGÂNCIA OU BURRICE?

A rebelião dos aliados ocorre em um governo com a mais confortável maioria e a oposição mais insignificante da nossa história recente.

IRRITAÇÃO

Durante a longa sessão da MP dos Portos, os discursos de deputados do governo e da oposição eram viscerais, irritados com o Planalto.

TE VIRA

O governo deixou Garotinho (PR) pendurado na brocha: fechou acordo com Eduardo Cunha (PMDB), que ele enfrentou para defender a MP.

NINGUÉM ESQUECE

Retirados de casa e de restaurantes durante a madrugada para voltar à Câmara, não petistas ainda foram insultados pelo PT de “traidores”.

CARTÃO CORPORATIVO PAGOU MORDOMIA EM CARROS

Somente o aluguel de carros consumiu em 2003, primeiro ano do governo Lula, mais de R$ 1 milhão e 557 mil nos gastos com cartões corporativos confiados a onze funcionários do governo, sendo oito da Presidência da República. Dez anos depois, todos foram condenados pela Justiça Federal a devolver mais de R$ 2 milhões aos cofres públicos. O pagamento de diárias em hotéis chegou a R$ 147,8 mil.

MORDAÇA

Após as primeiras denúncias, o então presidente Lula tornou “secretos” os gastos com cartões corporativos, em nome da “segurança nacional”.

ABUSOS

Cartões corporativos pagaram tapioca, cabeleireiro, mordomias, resorts de luxo etc. Em 2007, a Marinha chegou a comprar ursinho de pelúcia.

MANDOU BEM

O presidente do Senado, Renan Calheiros, ganhou elogios de Dilma, pela condução firme e ágil da votação que aprovou a MP dos Portos.

CLIMÃO

Deputados que participaram das articulações na votação da MP dos Portos acreditam que será difícil contornar a fissura aberta entre a base aliada, sobretudo o PMDB, e o PT da presidente Dilma.

NINGUÉM AGUENTA

Em meio à guerra com o Legislativo para aprovar a MP dos Portos e a proposta de ICMS, a presidente Dilma não deu tréguas. Quem esteve com ela nos últimos quinze dias diz que o convívio está insuportável.

MARCANDO EM CIMA

Durante a filiação do empresário José Batista Júnior ao PMDB, o vice Michel Temer recebeu três ligações da presidente Dilma Rousseff, irritada com o andar lento da votação da MP dos Portos na Câmara.

QUEIXA PETISTA

Candidatos do PT nos Estados reclamam do presidente do PT, Rui Falcão, que está impondo a contratação do seu parceiro Wladimir Garreta para atuar na área da comunicação, entre outras.

TIME REFORÇADO

O governador do DF, Agnelo Queiroz, pode ter convidado de honra na inauguração do Estádio Mané Garrincha neste sábado: o embaixador Roberto Azêvedo, diretor-geral da OMC e peladeiro do Gerovital.

QUADRO BAIANO

Subiu no telhado o projeto do ex-presidente Lula de lançar Sérgio Gabrielli (ex-Petrobras) ao governo da Bahia em 2014. O governador Jaques Wagner (PT) aposta no secretário Rui Costa, tecnicamente empatado com o senador Walter Pinheiro, em pesquisas internas.

CARTEIRADA

A deputada Andreia Zito (PSDB-RJ) armou barraco no aeroporto de Brasília após funcionário exigir do seu namorado cartão de embarque. Acabou perdendo o voo e tendo de se explicar à Polícia Federal.

PMDB MOSTRA SUA FORÇA

O prefeito de Indaiatuba (SP), Reinaldo Nogueira, será o anfitrião, nesta sexta-feira, da reunião do PMDB paulista com cerca de noventa prefeitos e parlamentares do partido, sob o olhar atento do vice-presidente Michel Temer.

PENSANDO BEM...

...no Brasil, as “zelites” só apertam o cinto quando viajam de avião.


PODER SEM PUDOR

AS BATATAS DO PRESIDENTE

Perseguido pelo regime militar, Juscelino Kubitschek dedicou-se a uma pequena fazenda nas proximidades de Brasília. Certo dia, ele irrompeu no escritório do amigo Sérgio Rossi, vestido a caráter e calçando botas:

- Sérgio, estou aí fora com um caminhão carregado com as batatas que eu plantei. Como faço agora para vender isso?

Incrédulo, Rossi o acompanhou até a rua e, de fato, lá estava um caminhão:

- O senhor plantou isso tudo, presidente?

- Claro. Mandaram plantar batatas e eu as plantei. Agora, é tratar de vendê-las.

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