quarta-feira, março 27, 2013

O dia seguinte - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 27/03

Diante da ausência de José Serra e do apoio tímido de seu grupo no batismo paulista de Aécio Neves, o PSDB discute como transferir o "capital" serrista para o mineiro. Grão-tucanos entendem que Aécio precisa virar a página do embate interno e falar para os mais de 40 milhões de eleitores que votaram em Serra em 2010. O primeiro gesto será convencer o ex-governador a assumir posto no comando da sigla ou indicar um aliado. Aecistas insistirão na oferta do Instituto Teotônio Vilela.

Efeito... Irritado com perguntas acerca da ação da Tropa de Choque durante reintegração de posse para retirar 700 famílias na zona leste da capital, Fernando Haddad chegou a dizer a jornalistas que o policiamento era "atribuição do Estado".

... Pinheirinho Logo após a entrevista, no entanto, foi deflagrada operação de guerra para mostrar que o prefeito agiu na mediação do conflito. O caso ofuscou o lançamento do plano de medas do petista, mas auxiliares dizem que "a pior coisa seria parecer que ele foi omisso".

Delay Haddad foi informado por telefone sobre a ação policial por volta das 9h de ontem, quando pilotava a reunião inaugural do seu "conselhão". As cenas da intervenção no Jardim Iguatemi estavam na TV antes das 8h.

UTI Um dos nomes do PT para o governo paulista, Alexandre Padilha (Saúde) enfrentará teste eleitoral no dia 8. As Santas Casas do Estado ameaçam paralisar cirurgias eletivas para cobrar verbas federais. O ministro é contrário ao reajuste linear da tabela SUS, pleito dos hospitais.

Trégua Deputados que compõem a nova Mesa da Assembleia paulista se reuniram ontem com o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa. O encontro serviu para aliviar a tensão entre o Legislativo e o Ministério Público em razão da PEC que restringe o poder de investigação dos promotores.

Round 2 Depois da novela da Comissão de Direitos Humanos, a Câmara vai enfrentar novo embate pelo comando do Conselho de Ética. Ontem, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), foi à comissão cobrar cumprimento de um acordo para dar ao PDT a presidência do órgão.

O pacificador O governador Jaques Wagner (BA) é um dos últimos petistas a ainda cultivar esperança de acordo que evite a candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB). Ele conversou ontem com Lula sobre meios para manter abertos os canais com o pernambucano.

Que tal? Wagner defende que haja um acordo prévio à campanha em que Campos saiba o espaço político que terá num eventual segundo mandato de Dilma Rousseff. Seria dada a ele uma pasta capaz de projetá-lo nacionalmente e o PT discutiria a possibilidade de apoiá-lo para a Presidência em 2018.

Fora d'água Deputados e senadores que participaram da audiência pública sobre a MP dos Portos brincaram com a ausência de Aécio enquanto Campos e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) duelavam: "Ele não se importa com esse debate porque em Minas não tem mar".

Indigestão Entre aliados de Campos caiu mal o discurso de Dilma em Serra Talhada. "Se todo o desenvolvimento de Pernambuco se deveu ao PT, por que nenhuma administração petista alcançou o mesmo resultado?", questiona um eduardista.

Corte O pessebista aproveitou a ida a Brasília, ontem, para tomar um café no gabinete do senador Pedro Simon (RS), dissidente do PMDB que Jarbas Vasconcelos (PE) trabalha para engajar na possível campanha.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio
"A luta em defesa dos direitos humanos é responsabilidade da Câmara. Caberá agora ao plenário da Casa se ocupar dessa pauta."
DA LÍDER DO PC DO B NA CÂMARA, MANUELA D'ÁVILA (RS), sobre o fracasso do movimento pela renúncia de Marco Feliciano à Comissão de Direitos Humanos.

contraponto


Bem a calhar


O deputado José Guimarães (PT-CE) se esforçava para encurtar as intervenções de deputados e senadores durante a concorrida audiência pública para discutir a medida provisória dos portos, ontem. Diante de uma lista de mais de 30 inscritos, lembrava que cada parlamentar teria cinco minutos, que, depois, reduziu para três.

Com a relação de nomes na mão, chamou:

-Deputado Roberto Santiago.

-Ausente - replicou alguém no plenário.

-Ausente? Que ótimo! - desabafou o petista.

A plateia gargalhou, e ele se desculpou pelo arroubo.

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