domingo, junho 10, 2012

O som do Brasil - ANCELMO GOIS


O GLOBO - 10/06

O Comitê Organizador Local da Copa de 14 deve aceitar ideia da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba de disseminar no Mundial uma espécie de vuvuzela tupiniquim que desenvolveu e cujo som não irritaria muito.

O modelo lembra um apito indígena, comum em feira nordestina, chamado pedhuá (foto). 

Racismo não... 

Aliás, como agora na Eurocopa, uma das preocupações da Fifa para 14 é o racismo. 

Uma ideia é pôr atletas de vários países para fazer teste de DNA com o famoso geneticista mineiro Sérgio Danilo Pena e mostrar o resultado numa campanha mundial na véspera da Copa. 

Segue... 

Os testes feitos pelo Laboratório Gene mostram que todos somos um pouco mestiços. Não há raça pura. 

Luiza Brunet, por exemplo, tem 80% de ancestralidade europeia, 15,5% de ameríndia e o restante de africana. Eu apoio. 

Perna, só de mulher 

O Barra Music, reduto das funkeiras, pagodeiras, popozudas e de jogadores de futebol no bairro emergente do Rio, autoriza a entrada de mulheres com shorts minúsculos. Mas veta a entrada de homens de bermuda. 

Faz sentido. Ou não? 

Gritos de Caio 

A obra de Caio Fernando Abreu (1948-1996) vai voltar às livrarias em julho, com “A vida gritando nos cantos”, reunião de suas crônicas inéditas em livro. 

Aborda temática variada: amor, morte, política, sexo e solidão. Sairá pela Nova Fronteira. 

O DOMINGO É de Juliana Paes, 33 anos, dona de formosura sem fim, que posa aqui toda faceira como Gabriela, protagonista da nova adaptação para TV da obra magistral de Jorge Amado. Para interpretar a personagem, vivida na versão de 1975 por Sônia Braga, Juliana também se preparou fisicamente. Repare na foto. Os longos cabelos estão naturalmente cacheados, e a pele (e que pele, com todo o respeito), bem mais morena 

Choque de gestão 

Dilma deve aproveitar esta confusão no Banco do Nordeste (BNB) para trocar sua diretoria, como fez na Petrobras. 

Polícia Federal apura o desvio de mais de R$ 100 milhões no banco. 

Crise dos olhos azuis 

Esta semana, o escritor Fernando Morais, o senador Lindberg Farias e o diretor Carlos Manga Jr. voam para a Grécia. 

Participarão de um projeto de um longa sobre o tsunami econômico que se abateu sobre os EUA e a Europa.

Filme que segue... 

O título do documentário será “A crise dos olhos azuis”. 

É inspirado numa frase de Lula, a de que a crise financeira atual foi causada e fomentada por “gente branca e de olhos azuis”. 

Segurança no mar 

A partir de amanhã, o Corpo de Fuzileiros Navais começa a patrulhar a região da Ilha do Governador e do Galeão. Na Baía de Guanabara, haverá vários navios de prontidão. 

É a contribuição da Marinha para a segurança da Rio+20. 

Pianos do mestre 

Nelson Freire, nosso grande músico, importou mais um piano de cauda, agora de Nova York. 

Freire tem quatro em casa, na Joatinga, no Rio. 

O Tortura na UTI 

O Grupo Tortura Nunca Mais, que há 27 anos luta pelos direitos humanos e denuncia os crimes da ditadura no Brasil, atravessa grave dificuldade por causa, sobretudo, da crise na Europa, de onde vinha a maior parte de seus financiamentos. 

Em e-mail a uma lista de amigos, pede uma ajuda mensal fixa, em cotas estipuladas pelos próprios doadores, ou, do contrário, deve morrer. 

Brasil pirata 

Veja como o Brasil está na moda na Macy’s, a lojona de departamentos dos EUA. 

A filial Las Vegas da rede tem apresentado como coisas nossas camisetas feitas no Vietnã com a marca e as cores do Brasil, bonecas Hellow Kitty “made in China” e, entre outros, até produtos da Lancôme. 

Aliás... 

Deve ser terrível viver num país onde há pirataria... 

Água de beber, camará 

A poucos dias da Rio+20, Nelson Motta abriu a torneira de uma polêmica ambiental que está inserida no dia a dia dos habitantes de uma grande cidade como o Rio: a água da bica de casa — beber ou não beber, eis a questão. Ele lembrou que, há décadas, Nova York e Paris, por exemplo, consomem água da torneira sem qualquer problema, e não acredita que isso seja possível no Brasil. De fato, quando se vê a imagem da poluição no Rio Guandu — que abastece 80% da Região Metropolitana do Rio — é praticamente impossível sorver tranquilamente o precioso líquido que sai da torneira da própria casa. Mas o professor Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da Coppe-UFRJ, não apenas afirma que bebe, como recomenda a água da bica, tratada pela Cedae. Segundo ele, é mais limpa do que muitas outras vendidas naqueles garrafões azuis de plástico. 

O presidente da Cedae, Wagner Victer, assina embaixo. 

— Nossa água é produzida no estrito segmento das portarias do Ministério da Saúde e segue critérios muito mais rigorosos que o de países do chamado Primeiro Mundo — diz Victer, que está disposto a submeter nossa água de bica a um teste de São Tomé durante a Rio+20. Ele promete um laboratório móvel para testar a qualidade do líquido das torneiras disponíveis para delegações internacionais. 

— A água tratada é boa. No Rio, é, inclusive, fiscalizada pelo Ministério da Saúde — observa Canedo, ressaltando apenas que a Cedae controla a qualidade da água que sai de seus canos, mas não pode garantir sua qualidade após passar pela caixa d’água. 

Canedo diz que é preciso se preocupar quando a torneira fica na periferia, onde, às vezes, falta água da Cedae, que acaba misturada à de poço ou de carros-pipa. O professor afirma que a água da Cedae é bem clorada, e que isso mata bactérias e microorganismos. 

A análise mais recente, feita pelo Instituto Proteste, em abril de 2011, aprovou a água da Cedae que saiu da torneira de 25 pontos em seis áreas do Rio. A exceção foi a Ilha do Governador, onde, de uma torneira, jorraram também alumínio, ferro e manganês acima do permitido. A dúvida talvez explique por que o Brasil segue entre os primeiros países do mundo no consumo de água engarrafada. 

Jorge Antonio Barros

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