terça-feira, maio 22, 2012

Jogada arriscada - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 22/05

Tragada pelo Cachoeiragate e sob risco de perder seus contratos do PAC, a construtora Delta tentará hoje uma cartada para contestar o processo para declará-la inidônea, ou seja, proibida de ter negócios com o poder público. Na defesa, a empreiteira dirá que a Controladoria Geral da União não segue o princípio da equidade. Usará como exemplo a Operação Mão Dupla, que identificou fraudes em obras do Dnit feitas pela Delta e por outras 11 empreiteiras, além do suposto esquema de liberação de R$ 3 bilhões do FGTS a construtoras. Mas só a Delta está sob ameaça. "A CGU escolhe quem processar'', diz um interlocutor da empresa.

É guerra Com base nessa linha de defesa, a Delta estuda entrar com uma medida cautelar no Superior Tribunal de Justiça para contestar o método de investigação do órgão ligado à Presidência.

Em aberto A corregedoria da CGU afirma que ainda analisa se as empresas citadas na denúncia de fraude no FGTS, que teria beneficiado funcionários da Caixa Econômica Federal, devem ser declaradas inidôneas.

Multiuso Em conversa com parlamentares da base aliada, empresários afirmam que a J&F está preocupada com a repercussão negativa da aquisição da Delta. A holding está de olho na operação de compra da companhia aérea portuguesa TAP, prevista para o segundo semestre.

Conexões 1 Antes de ser leiolado para Marcelo Limírio, sócio de Demóstenes Torres e Cachoeira, o Hotel Nacional do Rio estava sob controle da Susep, que tinha à frente em 2009 o deputado Armando Vergilio (PSD-GO), que foi secretário no governo Marconi Perillo em 2011.

Conexões 2 Indicado para a Susep na cota do PTB, em 2007, Vergilio convidou João Furtado, atual secretário de segurança pública de Goiás, para ser seu chefe de gabinete na autarquia federal.

Outro lado Furtado afirma que só foi trabalhar com o então presidente da Susep em 2010, após a realização do leilão, cujo resultado agora será investigado. Armando Vergilio afirma que só conheceu Limírio depois da venda do Hotel Nacional, que "ocorreu dentro da mais perfeita legalidade'', segundo ele.

Tapetão O PT antecipou para quinta-feira a reunião da Executiva Nacional que discutirá o futuro das prévias em Recife. A tendência, segundo a cúpula do partido, é suspender o resultado que levou à vitória do atual prefeito, João da Costa, e convocar um encontro de delegados para definir a questão.

Tô fora 1 O presidente nacional do PT, Rui Falcão, evitava tomar partido na contenda recifense antes mesmo do fim de semana de disputas judiciais e bate-boca. "Eu só torço pelo Palmeiras", repetia a todo mundo que perguntava de que lado estava.

Tô fora 2 A presidente Dilma Rousseff já avisou que não pisará em Recife na campanha caso haja uma cizânia na seção local do partido.

Descarrilou Acuado pela crise nos transportes, o governo de SP identificou mobilização de sindicatos para promover paralisação de trens e metrô num único dia, o que afetaria seis milhões de usuários e aumentaria o desgaste de Geraldo Alckmin.

Mão dupla Enquanto busca negociação com sindicatos da CPTM e do Metrô, o Bandeirantes abriu tratativas, nos bastidores, com a Justiça do Trabalho. Quer que a greve seja julgada ilegal tão logo seja deflagrada, impedindo colapso no sistema.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Estamos na fase do politicamente correto: é melhor acabar com 14º e 15º salários antes que façam plebiscito para extinguir o salário dos deputados e até fechar o Congresso."

DO DEPUTADO FEDERAL ANDRÉ VARGAS (PT-PR), sobre a polêmica envolvendo o projeto que acaba com os salários extras a que os congressistas têm direito, já aprovado pelo Senado e que está na Câmara há dez dias para ser votado.

contraponto

Férias conjugais

Após quatro horas de reunião com ministros para tratar dos vetos ao Código Florestal, domingo, no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma Rousseff fez uma pausa de 20 minutos para gravar o programa de rádio "Café com a Presidenta". Ao final da gravação, Paulo Bernardo (Comunicações) quis saber se a mulher e ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, seria liberada em seguida:

-Será que a Gleisi não quer uma carona, presidente?

Mas Dilma tratou de cortar o ministro:

-Nada de carona! A coisa aqui ainda vai longe!

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