quinta-feira, março 15, 2012

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

FOLHA DE SP - 15/03/12
Setor de saúde mede efeito de alta do envelhecimento

O setor de saúde suplementar avança em estudos sobre o impacto do aumento da concentração de idosos na população brasileira sobre seus negócios.

Novos levantamentos de diversas entidades começam a medir com maior precisão a alta do custo, que deve trazer reflexos significativos.

O Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) começou a calcular o custo financeiro da nova composição populacional sobre empresas e setor público. O cálculo, que será finalizado e entregue ao setor no segundo semestre, vai ponderar a incidência de doenças crônicas.

Segundo Luiz Carneiro, do Iess, a mudança de perfil etário até 2050 pode elevar a despesa média por pessoa em mais de 54%. "O preço cobrado para quem tem mais de 59 anos não pode ser superior a seis vezes o cobrado do mais jovem. A regra não é viável a longo prazo. Mas é preciso respeitar o estatuto do idoso."

Um estudo da FenaSaúde (federação nacional), que considera só a porcentagem maior de população idosa sem mensurar a incidência de crônicas, conclui que os gastos com saúde subiriam 43% per capita se a população atual tivesse perfil semelhante ao de 2040.

"Hábitos preventivos e saudáveis podem reduzir o ritmo do crescimento dessas despesas. Outra saída seriam modelos de poupança", diz José Cechin, da FenaSaúde.

As operadoras de autogestão, geridas por funcionários de empresas, têm 22,3% de idosos entre os beneficiários, segundo a Unidas, entidade do setor. A ANS diz que "reconhece a importância do tema e que o assunto faz parte de um dos eixos da Agenda Regulatória da Agência".

PREVISÕES POSSÍVEIS

A consultoria Tendências vai ampliar a atuação na área de análise setorial e inteligência de mercado a partir deste mês. A expansão ocorre em um momento de maior previsibilidade macroeconômica e do crescimento da classe média.

"Empresas querem conhecer melhor seus mercados. Com foco mais no médio prazo, querem se antecipar às mudanças", diz o sócio-fundador Gustavo Loyola.

"Há dez anos, não se podia medir com lupa a evolução dos negócios. Havia incerteza econômica. Era difícil até projetar PIB, câmbio", diz Adriano Pitoli, sócio responsável pela área.

A demanda vem de vários setores, mas exemplos do varejo são mais lembrados. A nova área representará de 10% a 15% do faturamento da consultoria em 2012.

Patagônia terá preço de 2011 para atrair turista, diz setor

Depois de um ano de prejuízos causados pela erupção do vulcão Puyehue, que impossibilitou o pouso de aviões na Patagônia por cerca de sete meses, cidades turísticas argentinas esperam retomar o fluxo de visitantes até 2014.

"Neste ano ainda será um pouco abaixo de 2010, porque as pessoas estão inseguras com o que aconteceu no ano passado", diz Angel Bosch, ministro de Turismo da província de Rio Negro.

Em 2011, a região deixou de faturar US$ 600 milhões, sendo que US$ 400 milhões seriam recebidos apenas na cidade de Bariloche.

Para que os hotéis de Rio Negro não demitissem funcionários, o governo federal liberou US$ 25 milhões para o pagamento de salários.

Nas férias de verão, a cidade de Villa la Angostura (província de Neuquén) já teve picos de ocupação de 83%. "Mas os resultados foram 20% piores que a média histórica", diz Marcelo Garcia Leyenda, secretário local.

Com o objetivo de atrair visitantes para a próxima temporada, os preços serão os mesmos de 2010 e 2011.

"Temos boa expectativa, mas as pessoas ainda nos perguntam o que fazer caso o vulcão entre em erupção", diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Agência de Viagens, Edmar Bull.

TROCA DE BANCO

Atendimento e preço são os principais fatores que levam clientes a trocar de banco, de acordo com levantamento do BCG (The Boston Consulting Group).

Esses dois itens são até mais importantes que localização da agência bancária ou facilidades para se conseguir uma hipoteca.

O atendimento ruim foi apontado por 35% dos entrevistados como fator que os levaram a deixar um banco. Preços "irracionais", por 32%.

A pesquisa mostra também que 50% dos ouvidos escolhem seu banco com base nas recomendações de amigos, familiares ou fóruns da internet.

Uma parcela menor dos entrevistados (33%) toma sua decisão influenciada pela oferta de determinado produto.

O estudo da consultoria afirma que, em um momento no qual a credibilidade dos bancos foi abalada por causa da crise, as instituições precisam dialogar pessoalmente com os clientes sobre suas necessidades financeiras.

Assim, comunicação através de mídias para as massas deveriam ser evitadas.

O levantamento foi feito no Canadá com 536 pessoas.

Rio+20

bola de neve de COMPROMISSO

O Itamaraty pensa em lançar para a Rio+20 uma plataforma empresarial de registros de compromissos voluntários.

"Um site no âmbito da ONU em que a empresa registra, por exemplo, que se compromete a deixar de usar certo componente químico até 2015", diz o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, secretário-executivo da Comissão Nacional da Rio +20.

"Pode gerar uma bola de neve de bons compromissos." A cada três anos haveria uma avaliação se a medida está sendo cumprida.

"Se um fabricante de refrigerantes se compromete a até 2016 só usar garrafas de plástico vegetal, não tenho dúvida de que a principal concorrente vai ter de fazer algo."

Mineração... As escolas de negócios Fundação Dom Cabral e Kellogg Businness, dos EUA, reunirão 60 CEOs e executivos de grandes mineradoras em Belo Horizonte.

...em foco O encontro será entre os dias 17 e 19 de abril e terá a presença de representantes da Vale, BP Castrol, Anglo Gold Ashanti, entre outros.

Banho quente A Rinnai Brasil, fabricante de aquecedores, investirá cerca de R$ 6 milhões neste ano para construir um novo prédio em sua fábrica, na cidade de Mogi das Cruzes (SP), e modernizar parte dos maquinários.

Alto-mar A partir da próxima temporada, em dezembro deste ano, a Costa Cruzeiros passará a utilizar o porto de Imbituba (SC) como nova escala para embarque e desembarque de passageiros. A empresa usará cinco navios no país. 

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