segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A METRALHADORA DO TIMÃO E O SILÊNCIO DE RITA - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 20/02/12
"Caaalma, gente! Caalma!", pedia o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez, à pequena multidão de jornalistas e seguranças que prensavam ele e a ex-primeira-dama Marisa Letícia contra o carro alegórico em que ela desfilaria na escola de samba Gaviões da Fiel, na madrugada de domingo.

"Dona Marisa! Dona Marisa! Dona Marisa!", gritavam os jornalistas, sem fazer qualquer pergunta. Ela sobe no carro e, do alto, tenta prestar atenção nos berros. Até que alguém faz a primeira pergunta: "O Lula deu alguma recomendação à senhora?". "Recomendação? Não, nenhuma." Andres Sanchez atravessa: "Ele mandou ela cuidar de mim, e eu cuido dela. Que é, tão com inveja?".

"Dona Marisa, a senhora está com o samba na ponta da língua?", grita um repórter. "Na ponta da boca!", "corrige" Andres. "Não tive tempo de decorar. Estou com o meu marido doente, né, gente? É muito trabalho", diz ela. Outra pergunta: "Quem fez o cabelo e a maquiagem da senhora? O [cabeleireiro] Wanderley?". "É, o Wanderley."

"Se o Lula melhorar, ele vem para o Desfile das Campeãs, na sexta?" "Claro, claro. Estamos torcendo. Se estiver bom, ele vem." "Não enche o saco, porra! Isso é pergunta?", gritava o ex-presidente do Corinthians. "O Lula não teve vontade de desobedecer os médicos e vir para a avenida, dona Marisa?" Andres responde no lugar dela: "Porra, ele está cheio de problema!".

Diante da vontade do corintiano de participar da entrevista, a coluna perguntou então a ele quando, e se, o cartola Ricardo Teixeira deixará a presidência da CBF. "Quando? Quando o sargento Garcia prender o Zorro", afirmou.

Enquanto Andres levantava os braços e se curvava fazendo sinal de deferência aos integrantes da escola de samba (muitos dos quais faziam roda para tomar uísque antes de entrar no desfile), Dona Marisa contou ainda que a presidente Dilma Rousseff telefona "quase todos os dias" para saber da saúde de Lula. "Como ele deu para ela, ela está dando para ele também, muita atenção."

Lula assistiu ao desfile na companhia do filho mais velho, Fábio, em sua casa em São Bernardo do Campo. O resto da família foi para a avenida. A filha mais velha dele, Lurian, num vestido preto tomara-que-caia, estava eufórica e dançava sem parar ainda antes do começo do desfile. "Nossa, nossa, assim você me mata!", cantava, rindo e rodopiando. A filha, Beatriz, 15, dava bronca: "Mãe, para, mãe!"

Lurian ainda saltou para dentro do Rolls-Royce cenográfico em que o ator Fábio Assunção desfilaria como motorista, levando na carona duas crianças, o "Lulinha" e a "Marisinha", que interpretavam o casal presidencial no dia da posse. Tirou foto com eles.

Assunção chegou logo depois. "Nas primeiras eleições do Lula, a gente fazia reuniões na casa da [atriz] Lucélia [Santos]. Conheço ele há 20 anos, sempre votei nele." Uma repórter de TV pede "uma mensagem sua ao ex-presidente". "Mensagem? 'Tamo' aqui. 'Tamo' aqui por você. Um beijo. Saúde."

A coordenação da escola providenciou uma latinha de cerveja que Fábio bebia discretamente. E que era retirada do carro quando os fotógrafos se aproximavam.

Fernando Haddad, pré-candidato do PT à prefeitura, não apareceu para sambar. Preferiu visitar a ex-primeira-dama antes do desfile, num camarote reservado providenciado pela escola.

Como dona Marisa, também Caetano Veloso e Gilberto Gil não tiveram tempo de decorar o samba da escola Águia de Ouro, que homenageava os tropicalistas, e na qual eles desfilaram. "Vou ouvindo, vou aprendendo. Ouvi duas vezes, na internet e no carro que me trouxe até aqui", dizia Caetano.

Levados antes para o camarote do Bar Brahma (que cobrou até R$ 1.700 de 3.700 foliões que lotaram seu espaço), os baianos e mais Cauby Peixoto, Rita Lee, Angela Maria e Wanderléa se viram cercados por centenas de repórteres e fotógrafos. Eles falaram (Caetano disse, por exemplo, que Dilma 'parece ligeiramente menos subserviente a Lula do que se esperava'). Rita abaixou a cabeça. E, calada, tentou sair de fininho.

MÔNICA BERGAMO E DIÓGENES CAMPANHA

rio de janeiro

NOITE DAS RICAS

A socialite Narciza Tamborindeguy, do reality show "Mulheres Ricas", passa pelo tapete vermelho do baile de Carnaval do Copacabana Palace, no Rio, no sábado. Da calçada, as pessoas gritam seus bordões: "Ai que loucura!" e "Badalo!", nome da queda livre que ela pediu para um piloto de helicóptero fazer no programa. "Amei que virou expressão! Amo badalar!", diz, sorrindo o tempo todo, de longo Valentino vermelho e arranjo com penas na cabeça.

Amaury Jr. convida a socialite para uma entrevista. A atriz Antônia Fontenelle, mulher do diretor Marcos Paulo, passa ao lado deles. "Oi, linda, te sigo no Twitter", diz o apresentador. "Hoje já entrevistei mais de 30 pessoas. Passa aqui depois que a gente tenta conversar." E retoma o papo com Narciza e o namorado dela, o escritor Guilherme Fiuza, que tem marcas de batom vermelho no pescoço.

Há alguns anos, na mesma festa, Narciza deixou um seio à mostra enquanto dançava e a câmera do programa de Amaury registrou. Virou sucesso na internet. "Morro de medo de acontecer de novo! Tenho pavor! Vou me controlar!" O publicitário Nizan Guanaes aparece. "Olha lá, amor, o Nizan! Ele que me convidou pro negócio [o camarote] da Brahma!" Os dois dão uma volta pelo salão e vão embora. "A gente vai ao toalete."

A atriz Christiane Torloni, aniversariante da noite, chega com a promoter Liège Monteiro. Usa um vestido branco, com tule, na altura do joelho, assinado por Marquito, estilista morto em 1983. "Essa roupa deve ter quase 30 anos", diz. "Pra você ver como o corpo dela continua igual", comenta Liège. Torloni completa 54 anos. "Você continua uma princesa!", fala Amaury, ligando a câmera. Ela pega seu leque, coloca na horizontal e analisa a nova idade: "Estou no fio da balança, equilibrada".

Glória Maria entra na festa com um vestido de musselina bordado com corais, inspirado em Cleópatra, feito por Sandro Barros. "É a roupa mais linda que já usei", diz. "Leio tudo sobre Cleópatra. A minha preferida é [a atriz] Elizabeth Taylor."

Rodrigo Santoro está em um camarote com a irmã, Flávia. "Tô adorando. Eu filmei cenas do meu próximo filme, 'Heleno', aqui e vim agradecer o carinho do Copa", diz, com um copo de uísque na mão. "Cansado dessa vida de celebridade, Rodrigo?", um convidado pergunta. "Faz parte", ele responde.

LÍGIA MESQUITA

salvador

O CRONÔMETRO DE SHARON STONE

A atriz americana Sharon Stone, 53, pisou pela primeira vez no Brasil na sexta-feira, em Salvador. Hospedou-se na suíte presidencial do hotel Pestana, passeou pelo Pelourinho e foi ao shopping comprar sapatos, mas acabou levando uma lingerie.

No sábado, atrasou-se meia hora para chegar ao camarote do portal Terra, que a contratou. Quis refazer o penteado -um rabo de cavalo. Ficou em uma varanda exclusiva para ela e a empresária, Tina, das 20h30 às 23h30, pontualmente.
Stone falou com exclusividade à coluna.

Folha - Está gostando do Carnaval? Muito diferente do que você está acostumada?
Sharon Stone - Não é diferente, é incrível, muito bonito. A música é extraordinária. Acho demais como pessoas de diferentes gerações se juntam para festejar.

Ficou com medo da greve de policiais da Bahia?
Não fiquei sabendo. Estava na Itália e não saiu nada nos jornais de lá.

Você vai apoiar a reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama?
Sim, eu vou. Ele fez um tremendo trabalho de mudança. Estávamos vivendo uma situação particularmente difícil no governo anterior [George Bush], de guerra [a do Iraque]. Tivemos uma crise econômica que afetou o mundo, inclusive o seu país. Então, estamos numa situação agora de tentar envolver o mundo em mudanças que vão de fato estabilizar a economia mundial. Não acho que nós vamos sentar aqui e discutir política, mas muita coisa mudou globalmente desde a eleição de Barack Obama [em 2008].

Você se considera sexy?
Sim. E você, se considera?

Fica mais difícil conseguir bons papéis depois dos 50?
Eu terminei agora três filmes e vou fazer mais dois. Então, não.

Está animada com seu novo filme, "Attachment"?
Sim, é um filme interessante e Tony Kaye é um ótimo diretor. Amei "A Outra História Americana". Amei seu documentário "Lake of Fire" (Lago de Fogo), sobre aborto -achei profundo e fascinante. Trabalhei com ele num videoclipe sobre Johnny Cash, depois que Johnny morreu, e foi lindo. Ele é ótimo.
com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

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