quinta-feira, novembro 24, 2011

O próximo alvo - ILIMAR FRANCO



O GLOBO - 24/11/11

Depois do caso do ministro Carlos Lupi (Trabalho), a oposição vai continuar batendo no governo Dilma. Um grupo de assessores do PSDB está fazendo um pente-fino na gestão do ministro Mário Negromonte (Cidades). A pancadaria é orientação do cientista político Antonio Lavareda, que, em recente avaliação para a cúpula tucana, afirmou que "as denúncias colam no governo" e que, "a médio prazo, elas desgastam a presidente Dilma".

O contrabando da oposição
Para facilitar a aprovação da DRU, a oposição no Senado defende publicamente o aumento de recursos destinados à Saúde. Mas numa reunião ocorrida na noite de anteontem, ela colocou um novo ingrediente na mesa. Dela participou o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) que propôs, em troca da aprovação da DRU, que a Eletrobras concedesse um socorro de R$ 3,7 bilhões para a Celg (Companhia de Energia Elétrica de Goiás), para saneá-la, mas que não assumisse a gestão da empresa. Esse aporte está sendo negociado desde o ano passado e a Eletrobras, como contrapartida, pretende assumir o controle da estatal goiana.

"Estamos tristes, feridos e doídos. O encontro de anteontem (da Executiva do PDT) foi uma reunião de amigos do Lupi” — Vivaldo Barbosa, integrante do grupo histórico e membro do Diretório Nacional do PDT

NO COLO DE DILMA. Aliados de longa data, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, na foto, e o senador Jorge Viana (PT-AC), relator do Código Florestal, ficaram em campos opostos nessa matéria. Para aprovar o texto, ele fez concessões aos produtores rurais, como a manutenção da anistia para quem desmatou ilegalmente até 2008. “Só nos resta a campanha pelo veto”, disse ontem Marina, visivelmente irritada.

Previsível
O Planalto já esperava, ontem de manhã, que a maioria no Senado rejeitasse as mudanças feitas pelo relator Jorge Viana (PT-AC). Ao Palácio agrada se o texto que for para a Câmara for o relatado pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC).

Ficando no ponto
Depois de radicalizar na votação na Câmara, o líder do PMDB, Henrique Alves (RN), quer ratificar o texto do Código Florestal do Senado. Para isso, os ruralistas vão ainda tentar mudar alguns itens pontuais do relatório Jorge Viana.

Fazendo a corte
Ao esbarrar com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), com quem vivia às turras quando ela era senadora, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) tentou ser simpático. "Aqui nos entendíamos mais ou menos. Longe, nos entendemos bem", disse ele, aproveitando para pedir uma audiência e reclamar que a oposição não é recebida. "Já recebi o presidente do seu partido", respondeu ela, referindo-se ao deputado Sérgio Guerra.

Tabagismo
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) vai pedir que a presidente Dilma vete artigo inserido pela Câmara, e mantido pelo Senado, na Medida Provisória 540, permitindo a volta da propaganda de cigarro em eventos culturais e esportivos.

Orelhão
Da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), conversando no telefone com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual: "E aí, já ultrapassou o Eike (Batista)? Você vai ficar mais rico do que ele". Esteves entrou na lista de bilionários da Forbes.

OS SENADORES Pedro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques (PDT-MT) vão hoje acertar com Jorge Hage propostas para dobrar o número de funcionários da CGU e retirar seu orçamento do contingenciamento.

COMENTÁRIO ouvido no Planalto sobre o caso do ministro Carlos Lupi (Trabalho): "A tipificação dele caiu no decorrer do escândalo. Ele começou como ladrão, foi rebaixado a mentiroso e, por fim, foi acusado de ir a uma festa com um empresário".

A CRISE americana chegou ao Brasil. A Embaixada dos EUA em Brasília perdeu o brilho, por manutenção deficiente de prédios e da área verde.

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