quarta-feira, outubro 19, 2011

RENATA LO PRETE - PAINEL


Caixa-preta
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 19/10/11

O inquérito da PF sobre o socorro ao PanAmericano revela que Luiz Gushiken manteve contato direto e frequente com o então presidente do banco tanto em 2009, quando este teve 49% de seu controle adquirido pela CEF, como em 2010, quando veio à tona o rombo de R$ 4,3 bi na instituição criada por Silvio Santos.
Entre os e-mails reproduzidos na peça policial, há um intitulado "igrejas evangélicas", no qual o ex-ministro de Lula pede a Rafael Palladino que as "reuniões de fechamento" com a 1ª Igreja do Evangelho Quadrangular de Paulínia e "outras congêneres" ocorram somente com sua "anuência" e "participação".

Amigo... Gushiken pretendia, segundo suas palavras, "evitar o by passe (sic)". O e-mail é de junho de 2010, cinco meses antes da quebra do banco. Embora tenha recebido respostas reasseguradoras, o petista voltou a escrever a Palladino em julho para se queixar: "Pergunto-lhe por que razão estou excluído das tratativas". O contexto da conversa sugere que se trate de contratos de crédito consignado.

...estou aqui O ex-titular da Secom, que mesmo depois de deixar o governo no rastro do mensalão manteve influência sobre fundos de pensão, prestou ao PanAmericano uma consultoria em bases jamais esclarecidas. Em e-mail de março de 2009, Palladino pede a subordinados a compra de um "brinde para o sr. Luiz Gushiken".

Outro lado O Painel não conseguiu falar ontem com Gushiken, que está em tratamento quimioterápico.

O chamado Repetindo gesto de outras crises do governo Dilma, Lula telefonou para Orlando Silva na manhã de ontem. Orientou seu ex-ministro a resistir, seguindo a linha do "um bandido como esse não pode te derrubar".

Jogo combinado O ministro do Esporte foi à Câmara ontem instruído por aliados a fazer agrados sutis à bancada da bola, afinadíssima com Ricardo Teixeira.

Audiofobia Pela primeira vez desde o início da crise, um sinal de alerta se acendeu no Planalto diante dos relatos feitos pelo PM João Dias Ferreira à oposição sobre o conteúdo de suposta gravação que comprometeria Orlando.

Na trave Indicativo do grau de suspeição no Planalto de que a CBF esteja por trás da pressão contra Orlando: ontem, informalmente, alguém sugeriu que Dilma escalasse Romário (PSB-RJ) para o ministério. Razão da espuma: o ex-jogador é um dos poucos integrantes da bancada da bola em rota de colisão com Ricardo Teixeira.

Entre nós Integrantes do PC do B procuraram a oposição ontem, pouco antes do depoimento de Orlando Silva no Congresso: "Isso é apenas guerra interna do DF. Vocês não vão entrar nessa, vão?"

Reduto Em Campinas, onde Orlando Silva comprou terreno por R$ 370 mil, a Câmara estuda convidar Gustavo Petta (PC do B), secretário municipal de Esportes e cunhado do ministro, para explicar os investimentos do Segundo Tempo na cidade.

Palanque Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab decidiram ir ao Itaquerão amanhã, onde assistirão pela TV, ao lado de operários, ao anúncio da sede da abertura da Copa.

Cardápio O almoço para os chefes de Estado e de governo do Ibas, do qual Dilma participou ontem em Pretória, incluiu rabada. O prato foi servido pela primeira vez numa cúpula de alto nível. Havia também frango assado e peixe ao molho curry, além de arroz e saladas.

com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

tiroteio

"Kassab e outros aliados são bem-vindos, mas o PSDB sempre teve candidato próprio a prefeito em São Paulo e, com toda a certeza, terá um nome disputando a eleição em 2012."
DO PRESIDENTE ESTADUAL TUCANO, PEDRO TOBIAS, refutando, na contramão de parte de seus correligionários, a possibilidade de o partido ceder a cabeça da chapa em aliança com o PSD, sigla criada pelo prefeito.

contraponto

Questão de sobrenome


Cercado por aliados ao final de evento no Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin discorria sobre o empenho do prefeito de Jundiaí, o também tucano Miguel Haddad, em busca de verbas do governo para sua cidade.
-Na França, há nos ônibus um cartaz: "Roga-se a fidalguia de não falar com o motorista". Na Alemanha, o aviso é: "Proibido conversar com o condutor". Na Rússia: "Conversa com o motorista é punida com detenção". Os árabes, como o 'brimo' Haddad, preferem perguntar: "O que você ganha falando com o motorista?".

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