terça-feira, outubro 18, 2011

ILIMAR FRANCO - "Tô fora"


"Tô fora"
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 18/10/11

Depois de participar de reunião ontem sobre a distribuição dos royalties, o líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN), decidiu abandonar as negociações: "Tô fora". Ele desabafa: "Onde estão os governadores dos estados não produtores? Eles estão se omitindo. Esperava que eles se posicionassem". O líder reclama do clima emocional e prevê que, por incapacidade política, a distribuição dos royalties vai ser decidida no STF.

Apostando num acordo da maioriaMesmo após o ministro Guido Mantega (Fazenda) se posicionar contra a redução da receita de Participação Especial da União de 50% para 40%, o Senador Wellington Dias (PT-PI) aposta na aprovação do relatório do Senador Vital do Rego (PMDB-PB). Dias afirma que vários deputados da Frente Parlamentar de Democratização dos Royalties estão aderindo à proposta do relator: "Sem a redistribuição, nenhum estado ganha nada no ano que vem. Mas, se votarmos, todos os governadores terão uma receita nova para investir". E prevê um embate para decidir se a parcela dos estados produtores ficará ou não congelada.

Nós não concordamos que o veto seja solução. Caso seja judicializado, a tendência é que todos nós tenhamos prejuízos" - João Coser, prefeito de Vitória e presidente da Frente dos Prefeitos, sobre os royalties

SINAL AMARELO. Com o apoio da base governista, o líder do DEM, ACM Neto (BA), conseguiu as assinaturas necessárias para apresentar emendas prorrogando a DRU por apenas um ano ou dois. O governo quer até 2015. Já a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), depois da pressão do Palácio do Planalto, diz que não conseguiu apoio suficiente para apresentar emenda destinando 10% dos recursos da DRU para a Saúde.

Nem pensarO Ministério do Planejamento não topou a proposta do deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da prorrogação da DRU, de diminuir o dinheiro desse mecanismo quando aumentasse a arrecadação das receitas não vinculadas.

Sigilo eternoLíder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) fez acordo com Fernando Collor (PTB-AL) para só votar o projeto que acaba com o sigilo eterno de documentos oficiais depois dos royalties. Collor apresentará voto em separado.

Redes sociais contra a democracia?Circula pela internet convocação para protesto dia 15 de novembro, em São Paulo, com as palavras de ordem: "Acabar com o Senado, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores"; "acabar com o financiamento (Fundo Partidário) aos partidos"; "rever as indenizações pagas aos perseguidos políticos"; e "devassa nas contas do MST e similares, bem como no PT e demais partidos". Curiosamente, figura na lista de reivindicações "o pagamento imediato dos precatórios judiciais".

O atual e o exO líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), não quer convocar apenas o ministro Orlando Silva (Esporte) para falar de irregularidades na pasta. Hoje ele vai requerer a convocação do ex-ministro e atual governador Agnelo Queiroz (DF).

Na pressãoA reação do ministro Orlando Silva (Esporte) de dar coletivas de imprensa, ir ao Congresso e pedir investigação à PGR agradou ao Planalto. Mas, como sempre, todos estão em compasso de espera para ver se não surgem novos fatos.
JEITINHO. Depois de ter perdido, em julho, nove cargos em comissão, em uma redivisão feita na Câmara, o PSOL está estrilando com a articulação para criar novos Cargos de Natureza Especial para atender o PSD sem prejudicar os demais.
O EX-PRESIDENTE de Honduras Manuel Zelaya participa, hoje, de seminário sobre anistia e direitos humanos na Câmara.

OUTRO LADO. O ministro Gilberto Carvalho diz nunca ter ouvido falar da criação do Ministério dos Direitos Humanos e não é entusiasta da ideia. Carvalho afirma apoiar o atual modelo das secretarias.

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