quarta-feira, junho 15, 2011

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE



Frescor cultural
SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 15/06/11


A Sociedade Cultura Artística, que completa cem anos em 2012, ganha novos ares. Um comitê jovem, liderado por Frederico Setúbal Carramaschi e Oscar Nestarez, está sendo montado.

Baseado no modelo "young associates" encontrado nos EUA, a moçada pretende desmistificar a música clássica, criando programação de concertos mais, diríamos assim, palatáveis ao universo dos iniciantes. "Queremos abrir ensaios acompanhados de explicações dos maestros. Mostrar que este tipo de música pode ser acessível a gente da nossa geração", destaca Nestarez, enfatizando também que concertos podem ser pontos de encontro com e troca culturais.

O primeiro evento do comitê está marcado para agosto: a apresentação da peça Alma Imoral, ainda no Cultura do Itaim. Motivo? O Teatro Cultura Artística continua captando recursos para sua reconstrução.

Golden boySe Gleisi Hoffmann vai ou não fazer grandes mudanças na equipe da Casa Civil só o tempo dirá. Mas um nome está garantido: Beto Vasconcelos, secretário executivo. Da nova geração de servidores, o moço assumiu o posto com Palocci, mas já foi assessor jurídico de Dilma durante o governo Lula.

Golden girl

E Gleisi deixará seu ministério mais delicado. Abriu licitação, ontem, para comprar quase R$ 30 mil em flores este ano. São vasos e buquês de rosas, orquídeas, lírios e flores do campo para decoração.

Promissória
Mesmo com o acerto direto com a Globo para as próximas edições do Brasileirão, o Clube dos 13 não deve fechar as portas. Para isso, alguns times teriam que quitar seus débitos com a entidade que superam os R$ 120 milhões.

Parto do PSD
O PSD nem foi formalizado e já há disputa pela liderança do partido no Congresso. Entre os cotados, Guilherme Campos, de São Paulo.

Caciques do partido de Kassab preveem início dos trabalhos em agosto. Estimam, no mínimo, 40 deputados.

Bolso furado
Ana de Hollanda não reclamou com Dilma. Mas tem dito estar estressada com o contingenciamento de verba. No máximo, está conseguindo honrar pagamentos do ano passado.

Livro aberto

Ao promulgar a lei antifumo na Argentina, anteontem, Cristina Kirchner revelou: perdeu um bebê, em 1984, por causa do cigarro.

Polêmica

O bairro da Santa Cecília, centro de Sampa, ganhou, semana passada, uma igreja evangélica. Comandada por duas pastoras lésbicas. Na Cidade Refúgio, a homossexualidade não é pecado.

Miscelânea
Cavalera desfila hoje, no SPFW, com 16 atores convidados por Daniela Thomas. Vão se misturar aos modelos na passarela.

Na frente


Sai ou não sai? Estava previsto para hoje voo inaugural Montevidéu-Brasília da Pluna.

Eliane Gamal apresenta as marcas De Gournay, Dominique Kieffer e Samuel & Sons. Além de lançar sua coleção e a de Jakob Schlaepfer. Na Safira Sedas. Até amanhã.

Fábio Steinberg autografa o livro O Maestro. Hoje, na Livraria da Vila dos Jardins.

No meio da briga do PV, Marina Silva encontrou tempo para reviver seu lado designer de joias. Na revista Vogue.

Flagra nos juros

Neste atual marasmo de novas ideias, Jair Ribeiro e Felipe d"Avila tiveram uma: ressuscitaram a tentativa de se descobrir por que os juros são tão altos no Brasil. Para tanto, convidaram para debate André Lara Resende, Gustavo Franco, Yoshiaki Nakano, Luiz Gonzaga Belluzzo e Samuel Pessoa. E montaram, anteontem, na Casa do Saber, um painel de três horas de discussões.

Os economistas, de diferentes linhas de pensamento, demonstraram ali pelo menos duas unanimidades no que afeta a taxa básica de juros. Primeiro, a estabilização da economia brasileira está incompleta, conforme levantou André Lara Resende. Segundo, é necessário reduzir o déficit público. O último quesito provocou bate-boca. Nakano e Belluzzo, reclamando da dinâmica da dívida pública e pregando seu alongamento. Franco e Lara Resende perguntando como forçar o mercado a isso. E Samuel Pessoa, por sua vez, classificou a economia brasileira de "careta" e lembrou que só as viúvas aqui custam 3% do PIB por ano. Em outros países, a taxa é de 1%. Ao final, pregou, com cautela, a internacionalização do real, mesmo admitindo que isso acabaria com a indústria brasileira.

No frigir dos ovos, sob protestos de Belluzzo, Franco ressaltou: todo mundo ali estava falando da mesma coisa, do problema fiscal, em "idiomas" diferentes. Avançou defendendo criação de Lei de Responsabilidade Orçamentária. Isto é, uma lei de responsabilidade fiscal para a... União.

Já Lara Resende, ao citar cinco itens para diminuir juros, bateu três vezes na tecla da redução do déficit público. Emendando: "Os outros dois ainda vou ter que pensar".

Belluzzo acusou a ação da inércia: o passado dos juros sendo transplantado para o presente. E se uniu a Nakano contra os resíduos da indexação da economia, a "jabuticaba" brasileira. Também a colocação gerou quase uma briga.

Gasto público para cá, gasto público para lá, até a Constituição de 88 entrou na lista de culpados. Discordâncias à parte, tem que se dar razão a Franco que lá pelas tantas, avisou Belluzzo: "Olha, o déficit fiscal não é de direita ou esquerda..."

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