terça-feira, junho 21, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Susep intensifica fiscalização em área veicular
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 21/06/11

A Susep (Superintendência de Seguros Privados), vinculada ao Ministério da Fazenda, vai fiscalizar, por meio de uma nova comissão, as cooperativas que vendem proteção veicular.
"Essas empresas não cumprem regras básicas do mercado de seguros, como patrimônio mínimo e provisões técnicas, criadas para proteger o consumidor", afirma Luciano Portal Santanna, o novo superintendente da Susep, que tomou posse ontem em Brasília.
Nos próximos dias, a Procuradoria Federal junto à Susep, órgão da AGU (Advocacia Geral da União), deve entrar com 20 ações civis públicas contra essas cooperativas. Mais de cem empresas atuam nesse mercado.
Santanna compara a atividade exercida por essas cooperativas à dos camelôs.
"Vendem um produto ruim e criam uma situação de concorrência desleal em relação às seguradoras que atuam corretamente."
A E & E Associação Proteção Veicular informa que atende os casos que não são cobertos por seguradoras.
"Não concorremos com seguradoras porque atendemos clientes com carros mais antigos ou que não têm condições de pagar o valor de um seguro", diz Eduardo Rocha Gomes, diretor da E & E.
O risco para o consumidor é o de não receber pela proteção. "Como as empresas não têm um lastro patrimonial sólido, em um momento de crise, elas não teriam como arcar com os compromissos", diz Santanna.

TREMOR NA ENERGIA

A maior consequência econômica do terremoto no Japão e dos conflitos políticos na África é a volatilidade do preço da energia, segundo estudo da KPMG International, com 300 executivos.
Até o impacto no crescimento econômico dessas regiões preocupa menos o empresariado que a energia.
Dos entrevistados, 92% disseram que o valor da energia será afetado. Ao mesmo tempo, 79% afirmaram que o crescimento econômico na Ásia sofrerá consequências.
A volatilidade nos preços vem na esteira do vazamento da usina de Fukushima e da decorrente redução de produção de energia nuclear.
Os executivos dizem que o aumento no preço da energia prejudicará a já afetada demanda do consumidor.

NA FAVELA

O Santander atingiu na sexta-feira a marca de R$ 1 bilhão em concessão de microcrédito produtivo orientado, voltado para clientes de comunidades carentes.
A operação, que já concedeu crédito para 220 mil pessoas, começou em 2002, na favela de Heliópolis, na cidade de São Paulo. A carteira é formada, em sua maioria, por mulheres (70%) e nordestinos (80%).
"O perfil dos clientes são mulheres que passaram a ser chefe da casa após os maridos buscarem um ganho maior em outras regiões", diz o diretor-presidente do Santander Microcrédito, Jerônimo Ramos.
A operação, que movimentou R$ 118 milhões no primeiro trimestre deste ano, tem valor médio concedido de R$ 1.800 e inadimplência de 0,6%.
Bradesco e HSBC não possuem serviço semelhante. O Itaú Unibanco finaliza a metodologia da operação.

INGLÊS BOLIVIANO

A rede de ensino de idiomas Fisk abrirá sua primeira unidade na Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, até o começo de julho.
Com a inauguração, a companhia estará presente em seis países (Angola, Argentina, EUA, Japão e Paraguai), além do Brasil.
"A economia boliviana parece viver um momento mais estável e os jovens querem aprender idiomas para ter oportunidades nas empresas multinacionais", diz o CEO da rede, Bruno Caravati.
A Fisk afirma estar em negociações para abrir sua terceira unidade em Angola e entrar em outros mercados, como o Chile.
"Temos grande interesse no mercado chileno, pois é um país moderno, que trata a educação com um grande carinho."
No Brasil, a empresa tem aberto 50 franquias por ano, meta que será atingida em 2011, segundo Caravati. A companhia prevê aumento de 20% sobre o faturamento de 2010, de R$ 700 milhões.

Contratação 
A empresa de estratégia de gestão Europraxis investirá até R$ 50 milhões nos próximos cinco anos no Brasil. O valor será aplicado na criação de uma nova divisão no país e na contratação de estrangeiros e de brasileiros que moram no exterior.

Expansão feminina 
A MOB planeja dobrar a presença em multimarcas nos próximos dois anos (de 400 para 800 pontos) e vai inaugurar seis escritórios, em Belo Horizonte, Porto Alegre, Vitória e em outras três cidades no Nordeste e no Centro-Oeste.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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